Nosso verdadeiro amigo é aquele que não nos desculpa nada e nos perdoa tudo.
Toda a paixão tem o seu caminho de calvário.
A coragem vai-se buscar tanto à desesperação como à esperança; não se tem nada a perder ou tem-se tudo a ganhar.
Vai tanta distância da compaixão à caridade como da intenção à justiça.
Tornar público o benefício que se recebeu é tomar o mundo como testemunha da intenção que se tem de ficar reconhecido.
O amor faz-nos viver no futuro quando se é novo, no passado quando se é velho; e no céu durante um dia.
O ciúme é o germe do ódio no amor; mata-o às vezes, fere-o sempre.
A felicidade não se dá, troca-se.
O ciumento é um mártir que martiriza.
A grandeza da afeição pode medir-se pela grandeza das ilusões: tão natural é achar perfeitos aqueles que amamos.
Aquele que nada espera da vida goza como uma surpresa o que ela lhe pode dar.
A ausência só mata o amor quando ele já está doente na data da partida.
O carácter é o que mais difícil se torna de conhecer no homem, porque depende de acasos que no-lo revelem.
A bondade é uma reserva de felicidade, porque deixa gozar a ventura dos outros depois de havermos perdido a própria.
Há pessoas a quem se tem afeição porque agradam, e outras que só agradam porque se lhes tem afeição. Gosta-se mais das primeiras quando estão presentes e das outras na sua ausência.
O que temos de gastar em coragem diariamente para aceitar a vida, dá ideia de quanta coragem todos nós possuímos.
A confiança é a virtude daqueles a quem a ausência separou.
O que torna comovedora a dedicação do cão é que ele a manifesta apenas com provas.
Quando se persiste em seguir o caminho que a nada conduz, é que se estima esse caminho pelo que vale.
A consciência não é nada nas almas onde não é tudo.
Diz-se facilmente mal dos ausentes; deixa-se, ainda mais facilmente, os outros dizê-lo, para não parecermos disso responsáveis.