Quanto mais esquecido de si mesmo está quem escuta, tanto mais fundo se grava nele a coisa escutada.
As doações devem atingir tão profundamente quem as recebe a ponto de causar-lhes espanto.
As citações, no meu trabalho, são como ladrões à beira da estrada, que irrompem armados e arrebatam o consciente do ocioso viajante.
Deus é quem nutre todos os homens, e o Estado é quem os reduz à fome.
A construção da vida encontra-se, atualmente, mais em poder dos fatos do que das convicções.
Nunca ninguém se torna mestre num domínio em que não conheceu a impotência, e, quem aceita esta ideia, saberá também que tal impotência não se encontra nem no começo nem antes do esforço empreendido, mas sim no seu centro.
Só conhece realmente uma pessoa quem a ama sem esperança.
Uma das principais tarefas da arte sempre foi criar um interesse que ainda não conseguiu satisfazer totalmente.
Uma vivência, algo pelo qual simplismente eu passei, eu atravessei, ou algo que me aconteceu, ela não é nada se ela não puder ser transformada em alguma narrativa compartilhavel e transmissível ao grupo ao qual eu pertenço. É a transmissão, é o compartilhar, que transforma a vivência em experiência.
A informação só tem valor no momento em que é nova.
Que as coisas continuem como antes, eis a catástrofe!
Ser feliz significa poder tomar consciência de si mesmo sem susto.
Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois.
A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz. O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido.
Nunca houve um monumento da cultura que não fosse também um monumento da barbárie.
Nossa imagem da felicidade é totalmente marcada pela época que nos foi atribuída pelo curso da nossa existência.
No que diz respeito ao mundo não se deve rir, nem chorar, mas compreender.
“O capitalismo nunca morrerá de morte natural”