Arrepender-se do passado, aborrecer-se no presente, temer o futuro: assim é a vida. Só a morte, a quem está confiada a renovação sagrada das coisas, me promete a paz.
Chamamos pomposamente de virtude a todas aquelas ações que favorecem a segurança de quem comanda e o medo de quem serve.
Os homens que só pelo seu esforço não são capazes de ganhar a estima dos outros nem a de si próprios, procuram elevar-se opondo aos defeitos dos vizinhos os defeitos que por acaso não têm.
Se os homens conduzissem sempre a morte ao seu lado, não serviriam de maneira tão vil.
Surgem assim teus divinos / membros do leito onde jazias adoentada, / e em ti a beleza revive: / áurea beleza, que é o único conforto dos homens / destinados a errar entre paixões e vãs esperanças.
Desprezo o verso que soa e não cria.
Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem porquê, distingo apenas felizardos e desventurados.
Os governos impõem a justiça, mas poderiam impô-la se não a tivessem primeiro violado para fundar o seu reino?
Em todos os países vi sempre homens de três espécies: os poucos que comandam, a universalidade que serve e os muitos que armam intrigas.
Aos generosos / a morte justa dispensa glórias.
O homem de bem, no meio de malvados, resvala sempre; e nós estamos acostumados a associar-nos ao mais forte, a pisar em quem está no chão e a julgar segundo as circunstâncias.
Cada lágrima ensina-nos uma verdade.