Ele é a nossa luz quanto todas as outras luzes se apagam.
Ser amado, mas não ser conhecido, é reconfortante, mas superficial. Ser conhecido e não amado é nosso maior medo. Mas ser totalmente conhecido e verdadeiramente amado é muito parecido com ser amado por Deus. É o que precisamos mais do que qualquer outra coisa.
Não é a força da sua fé, mas o objeto da sua fé que realmente o salva.
O evangelho é isso: somos mais pecadores e imperfeitos em nós mesmos do que ousamos acreditar, mas ao mesmo tempo somos mais amados e aceitos em Jesus Cristo do que jamais ousamos esperar.
Tolerância não significa não ter crenças. É sobre como suas crenças o levam a tratar as pessoas que discordam de você.
Se você quiser pregar ao coração, terá que pregar de coração.
O pregador tem duas responsabilidades: com a verdade do texto e com a vida do ouvinte.
Dons são coisas que fazemos, mas o fruto espiritual ou graças são aquilo que somos.
Só porque você não consegue realizar suas mais altas aspirações no trabalho, isso não significa que fez a escolha errada, ou que está na profissão errada, ou que deve passar o resto da vida buscando a carreira profissional perfeita, que isenta de fracassos. Seria uma busca infrutífera pra qualquer pessoa. Você deve estar preparado para as frustrações normais do trabalho, mesmo estando na profissão certa.
Nada neste mundo é base suficiente para termos uma vida significativa aqui. Se baseamos nossa vida no trabalho e nas realizações, no amor e prazeres ou no conhecimento e aprendizado, nosso viver se torna ansioso e frágil – pois as circunstâncias estão sempre ameaçando o próprio fundamento de nossa vida.
Quando nosso coração passa a esperar em Cristo e no mundo futuro que ele nos garantiu – quando carregamos o jugo suave dele –, recebemos poder para trabalhar de coração liberto. Conseguimos aceitar com alegria qualquer patamar de sucesso e realização que Deus nos der em nosso trabalho, porque ele nos chamou a realizá-lo.
Nossos dons não surgiram por acaso; nós os recebemos do Criador.
”Quando a extensão e a profundidade da paixão de Jesus tomar conta de seu coração, ela irá gerar paixão pelo trabalho que ele chamou você a realizar de maneira especial no mundo. Quando entender o que ele fez para resgatá-lo, seu orgulho e inveja começarão a desaparecer, porque sua autoestima não mais dependerá de você ser mais rico, mais legal, mais poderoso ou viver com maior conforto.”
Os cristãos devem ficar conhecidos por não serem cruéis. Devem ter a reputação de serem justos, cuidadosos e preocupados com os outros. Devem ser marcados pela simpatia e pela disposição incomum de perdoar e se reconciliar. Não devem ter vingança, falsidade e rancor no coração. […]
Além disso , os cristãos devem ser conhecidos pela generosidade, e isso se revela de muitas maneiras no ambiente de trabalho. […] Os cristãos também devem ser conhecidos por se manterem calmos e equilibrados diante de dificuldades ou fracassos.
“Em Mateus 6.19,21, Jesus diz: ‘Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem os consomem, e os ladrões invadem e roubam […] Porque onde estiver teu tesouro, aí estará também teu coração’. O que ele quis dizer? Todo mundo tem tesouros – coisas que estimamos, com as quais nos alegramos e que prezamos acima de tudo. Essas coisas também são chamados de ídolos, e entendê-los significa entender muito da hierarquia que trazemos na alma e do alicerce de nossa personalidade. Se nosso valor depende principalmente da aprovação dos amigos, ou da conta bancária ou de sermos sempre bem-sucedidos – isso tudo se transforma em tesouros. Mas Jesus deixa bem claro que somos pessoas inseguras demais se nos apegamos a essas coisas. Elas podem se acabar ou ser roubadas. Então, nossa vida desmorona.”
Você só é verdadeiramente rico se Jesus for o seu tesouro, pois ele é a única riqueza que jamais se desvaloriza. E você só é verdadeiramente bem-sucedido se ele for o seu Salvador, pois o status que temos com Cristo é o único que jamais é rebaixado.
Os cristãos não devem ser vistos como intolerantes. Muitos cristãos não se identificam como cristãos diante dos colegas. Simplesmente se confundem com a multidão. Outros exibem sua fé, mas falam e agem de modo que os não cristãos se sentem sutilmente (ou abertamente) marginalizados ou desdenhados. Porém, se temos uma compreensão integrada e não dualista do trabalho, sabemos que, por meio da providência de Deus e da graça comum, muitos não cristãos receberam talentos para realizar suas tarefas de modo excelente. Assim, respeitamos e tratamos as pessoas de outras crenças como parceiros valiosos no trabalho – e, ao mesmo tempo, não sentiremos vergonha de ser identificados com Jesus. Se o cristão evitar esses dois erros, estará conseguindo um equilíbrio raro e sólido.
O Espírito não nos torna sábios em um passe de mágica, dando-nos pequenas sugestões e dicas de informante sobre os melhores investimentos na Bolsa. Não, não. Ele torna Jesus uma realidade viva e luminosa, transformando nosso caráter, mudando nosso comportamento interior, dando-nos clareza, humildade, audácia, contentamento e coragem. Tudo isso, com o passar do tempo, leva ao acúmulo de sabedoria e a decisões pessoais e profissionais cada vez melhores.
“O conceito bíblico de graça comum enfatiza pontos em comum entre nós, cristãos, e nossos colegas de trabalho que têm crenças diferentes das nossas. Assim, cristãos e não-cristãos podem partilhar aprendizado e conhecimentos, podem usufruir juntos os avanços no seu campo de trabalho e admirar os profissionais mais habilidosos, não importa a fé que professem.”
“O trabalho dos cristãos com os outros deve ser marcado por humilde cooperação e incitamento respeitoso. O entendimento da graça comum assim como a experiência da graça perdoadora de Deus em Cristo deveriam nos levar a trabalhar livre e humildemente com pessoas que não compartilham de nossa fé, mas podem ser grandemente usadas por Deus para a realização de algo extraordinário.”
O Espírito de Deus trabalha no mundo tanto como uma força enobrecedora não salvadora quanto como uma força impeditiva não salvadora. São casos em que o Espírito não está operando como agente de conversão ou santificação. Ao contrário, está oferecendo sabedoria, coragem e discernimento e impedindo os efeitos do pecado – mesmo em relação às pessoas que negam a existência de Deus. Por meio da graça comum, Deus abençoa todo mundo, de modo que os cristãos podem ser beneficiados por não cristãos e também colaborar com eles.
Um perigo mais sério ligado a pouca ênfase na questão do trabalho como instrumento da providência de Deus é que os cristãos acabam desvalorizando o bom trabalho realizado por não cristãos. A plenitude e o equilíbrio do ensino bíblico nos impedem de valorizar apenas o trabalho cristão ou apenas o trabalho profissional. Os cristãos, ao contrário, têm de dar alto valor a todo trabalho humano (em especial o trabalho feito com excelência), realizado por todas as pessoas, como um canal do amor de Deus pelo mundo que criou. […] Quando aprendemos a valorizar o trabalho de todas as pessoas e todos os tipos de trabalho, estamos entrando no campo da teologia chamado “graça comum”.
Quais são alguns ídolos do mundo corporativo, por exemplo? Dinheiro e poder certamente estão no topo da lista. Mas não nos esqueçamos de que um ídolo é algo bom que transformamos em algo supremo. Lucros e influência corporativa, se administrados com sabedoria, são meios saudáveis para um fim benéfico. São vitais para a criação de produtos novos e úteis aos clientes, oferecendo um retorno adequado ao dinheiro dos investidores e pagando bem aos funcionários pelo trabalho que fazem. Da mesma forma, o salário é uma recompensa adequada aos esforços feitos por alguém e é necessário ao sustento da pessoa e sua família. Mas ele não é nossa identidade, nossa salvação, nem mesmo nossa fonte de segurança e consolo.
Quando colocamos nossa esperança em um ídolo, estamos dizendo a nós mesmos: “Se eu tivesse aquilo, tudo seria perfeito; só assim minha vida teria valor’. Ora, se alguma coisa é nossa ‘salvação”, temos de tê-la, portanto ela se torna inegociável. Se as circunstâncias ameaçam tirá-la de nós, ficamos paralisados por um medo incontrolável; se algo ou alguém a tira de nós, ardemos de ódio e lutamos contra a sensação de desespero.
”Se alguém afirmar que seu sucesso profissional é resultado da graça, você pensa logo que a pessoa não tem a mínima ideia do quanto você ‘ralou’ para passar no vestibular, de como você deu duro na faculdade e nos estágios, de que teve de se esforçar muito para superar os colegas de trabalho e por aí vai. No entanto, você trabalhou com talentos que não conquistou; eles lhe foram dados. Você atravessou portas de oportunidades que não foram criadas por você; elas simplesmente lhe foram abertas. Dessa forma, tudo o que você possui é resultante da graça, portanto você tem liberdade de servir ao próximo por meio de sua influência, assim como de sua competência.”
Nosso orgulho e necessidade de reconhecimento pessoal provocam necessariamente competição, desunião e rixa. A vida de autoglorificação torna impossível a união e o amor entre as pessoas. Resta-nos a tristeza de decidir entre transformar o ego em ídolo (o que leva à desunião das culturas individualistas) ou transformar o ego em ídolo (o que leva àsupressão da liberdade individual em culturas coletivas ou tribais). As duas coisas pelas quais ansiamos desesperadamente – glória e relacionamento – só podem coexistir com Deus.
Na linguagem bíblica, “fazer um nome” é criar uma identidade para nós mesmos. Ou ganhamos um nome – uma essência que nos define, nossa segurança, nosso valor e nossa singularidade – a partir daquilo que Deus fez por nós e em nós (Ap 2.17), ou fazemos um nome por intermédio do que conseguimos construir por conta própria.
O autor de Eclesiastes usa o Sábio para levar o leitor a entender a transcendente singularidade e necessidade que temos de Deus. Nada neste mundo é base suficiente para termos uma vida significativa aqui. Se baseamos nossa vida no trabalho e nas realizações, no amor e prazeres ou no conhecimento e aprendizado, nosso viver se torna ansioso e frágil – pois as circunstâncias estão sempre ameaçando o próprio fundamento de nossa vida, e é inevitável que a morte arranque de nós tudo o que nos é precioso. Eclesiastes argumenta que a dependência existencial do bondoso Deus Criador – não apenas uma crença abstrata nele – é pré-condição para uma vida estável e plena de propósito.
Se a razão para o trabalho for servir e exaltar a nós mesmos, inevitavelmente ela terá menos a ver com o trabalho em si e mais a ver conosco. Nossa ousadia acabará se transformando em abuso, nosso esforço em estresse e nossa autossuficiência, em autodepreciação. Contudo, se o propósito do trabalho for servir e exaltar algo além de nós mesmos, acabaremos tendo uma razão melhor para colocar em prática nosso talento, ambição e força empreendedora – e teremos mais chances de ser bem-sucedidos a longo prazo, mesmo segundo a definição da sociedade.
Levando em conta minhas habilidades e oportunidades, como posso ser mais útil às pessoas, sabendo o que sei a respeito da vontade de Deus e da necessidade humana?
Os gregos entendiam que a vida na terra exigia trabalho, porém acreditavam que nem todos os trabalhos foram criados iguais. O trabalho que usava a mente em vez do corpo era mais nobre, menos animalesco. A forma mais elevada de trabalho era a mais cognitiva e a menos braçal.[…] A visão bíblica desses assuntos é totalmente diferente. Trabalhos de qualquer natureza, não importa se feitos com as mãos ou com a mente, evidenciam nossa dignidade de seres humanos, pois refletem em nós a imagem de Deus o Criador.
Os mandamentos de Deus apresentados na Bíblia são instrumentos de libertação, pois por intermédio deles Deus nos chama a ser o que ele nos criou para ser.
Embora tudo o que Deus fez fosse bom, ainda havia muito a ser desenvolvido. Deus deixou a criação com grande potencial inexplorado para o cultivo que as pessoas teriam de desenvolver por meio de seu trabalho.
Descreva o Deus que você rejeitou. Descreva o Deus em quem você não acredita. Talvez eu também não acredite nesse Deus.
A glória de Deus está disponível para você na igreja de uma forma que não está disponível para você em nenhum outro lugar… Não há meio de discipulado mais importante do que o envolvimento profundo na vida da igreja.
Quando Jesus Cristo estava no jardim do Getsêmani e a escuridão final estava caindo sobre ele e ele sabia que estava chegando, ele não abandonou você; ele morreu por você. Se Jesus Cristo não abandonou você em Sua escuridão, a escuridão final, por que ele o abandonaria agora, na sua?
A misericórdia não é apenas o trabalho do cristão. A misericórdia é a marca do cristão
Se você fosse cem vezes pior do que é, seus pecados não seriam páreos para a misericórdia dEle.
Nós, indivíduos modernos, pensamos em milagres como a suspensão da ordem natural, mas Jesus queria que eles fossem a restauração da ordem natural.
Ele é a nossa luz quanto todas as outras luzes se apagam.
Ser amado, mas não ser conhecido, é reconfortante, mas superficial. Ser conhecido e não amado é nosso maior medo. Mas ser totalmente conhecido e verdadeiramente amado é muito parecido com ser amado por Deus. É o que precisamos mais do que qualquer outra coisa.
Não é a força da sua fé, mas o objeto da sua fé que realmente o salva.
O evangelho é isso: somos mais pecadores e imperfeitos em nós mesmos do que ousamos acreditar, mas ao mesmo tempo somos mais amados e aceitos em Jesus Cristo do que jamais ousamos esperar.
Tolerância não significa não ter crenças. É sobre como suas crenças o levam a tratar as pessoas que discordam de você.
Se você quiser pregar ao coração, terá que pregar de coração.
O pregador tem duas responsabilidades: com a verdade do texto e com a vida do ouvinte.
Dons são coisas que fazemos, mas o fruto espiritual ou graças são aquilo que somos.
Só porque você não consegue realizar suas mais altas aspirações no trabalho, isso não significa que fez a escolha errada, ou que está na profissão errada, ou que deve passar o resto da vida buscando a carreira profissional perfeita, que isenta de fracassos. Seria uma busca infrutífera pra qualquer pessoa. Você deve estar preparado para as frustrações normais do trabalho, mesmo estando na profissão certa.
Nada neste mundo é base suficiente para termos uma vida significativa aqui. Se baseamos nossa vida no trabalho e nas realizações, no amor e prazeres ou no conhecimento e aprendizado, nosso viver se torna ansioso e frágil – pois as circunstâncias estão sempre ameaçando o próprio fundamento de nossa vida.
Quando nosso coração passa a esperar em Cristo e no mundo futuro que ele nos garantiu – quando carregamos o jugo suave dele –, recebemos poder para trabalhar de coração liberto. Conseguimos aceitar com alegria qualquer patamar de sucesso e realização que Deus nos der em nosso trabalho, porque ele nos chamou a realizá-lo.
Nossos dons não surgiram por acaso; nós os recebemos do Criador.
”Quando a extensão e a profundidade da paixão de Jesus tomar conta de seu coração, ela irá gerar paixão pelo trabalho que ele chamou você a realizar de maneira especial no mundo. Quando entender o que ele fez para resgatá-lo, seu orgulho e inveja começarão a desaparecer, porque sua autoestima não mais dependerá de você ser mais rico, mais legal, mais poderoso ou viver com maior conforto.”
Os cristãos devem ficar conhecidos por não serem cruéis. Devem ter a reputação de serem justos, cuidadosos e preocupados com os outros. Devem ser marcados pela simpatia e pela disposição incomum de perdoar e se reconciliar. Não devem ter vingança, falsidade e rancor no coração. […]
Além disso , os cristãos devem ser conhecidos pela generosidade, e isso se revela de muitas maneiras no ambiente de trabalho. […] Os cristãos também devem ser conhecidos por se manterem calmos e equilibrados diante de dificuldades ou fracassos.
“Em Mateus 6.19,21, Jesus diz: ‘Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem os consomem, e os ladrões invadem e roubam […] Porque onde estiver teu tesouro, aí estará também teu coração’. O que ele quis dizer? Todo mundo tem tesouros – coisas que estimamos, com as quais nos alegramos e que prezamos acima de tudo. Essas coisas também são chamados de ídolos, e entendê-los significa entender muito da hierarquia que trazemos na alma e do alicerce de nossa personalidade. Se nosso valor depende principalmente da aprovação dos amigos, ou da conta bancária ou de sermos sempre bem-sucedidos – isso tudo se transforma em tesouros. Mas Jesus deixa bem claro que somos pessoas inseguras demais se nos apegamos a essas coisas. Elas podem se acabar ou ser roubadas. Então, nossa vida desmorona.”
Você só é verdadeiramente rico se Jesus for o seu tesouro, pois ele é a única riqueza que jamais se desvaloriza. E você só é verdadeiramente bem-sucedido se ele for o seu Salvador, pois o status que temos com Cristo é o único que jamais é rebaixado.
Os cristãos não devem ser vistos como intolerantes. Muitos cristãos não se identificam como cristãos diante dos colegas. Simplesmente se confundem com a multidão. Outros exibem sua fé, mas falam e agem de modo que os não cristãos se sentem sutilmente (ou abertamente) marginalizados ou desdenhados. Porém, se temos uma compreensão integrada e não dualista do trabalho, sabemos que, por meio da providência de Deus e da graça comum, muitos não cristãos receberam talentos para realizar suas tarefas de modo excelente. Assim, respeitamos e tratamos as pessoas de outras crenças como parceiros valiosos no trabalho – e, ao mesmo tempo, não sentiremos vergonha de ser identificados com Jesus. Se o cristão evitar esses dois erros, estará conseguindo um equilíbrio raro e sólido.
O Espírito não nos torna sábios em um passe de mágica, dando-nos pequenas sugestões e dicas de informante sobre os melhores investimentos na Bolsa. Não, não. Ele torna Jesus uma realidade viva e luminosa, transformando nosso caráter, mudando nosso comportamento interior, dando-nos clareza, humildade, audácia, contentamento e coragem. Tudo isso, com o passar do tempo, leva ao acúmulo de sabedoria e a decisões pessoais e profissionais cada vez melhores.
“O conceito bíblico de graça comum enfatiza pontos em comum entre nós, cristãos, e nossos colegas de trabalho que têm crenças diferentes das nossas. Assim, cristãos e não-cristãos podem partilhar aprendizado e conhecimentos, podem usufruir juntos os avanços no seu campo de trabalho e admirar os profissionais mais habilidosos, não importa a fé que professem.”
“O trabalho dos cristãos com os outros deve ser marcado por humilde cooperação e incitamento respeitoso. O entendimento da graça comum assim como a experiência da graça perdoadora de Deus em Cristo deveriam nos levar a trabalhar livre e humildemente com pessoas que não compartilham de nossa fé, mas podem ser grandemente usadas por Deus para a realização de algo extraordinário.”
O Espírito de Deus trabalha no mundo tanto como uma força enobrecedora não salvadora quanto como uma força impeditiva não salvadora. São casos em que o Espírito não está operando como agente de conversão ou santificação. Ao contrário, está oferecendo sabedoria, coragem e discernimento e impedindo os efeitos do pecado – mesmo em relação às pessoas que negam a existência de Deus. Por meio da graça comum, Deus abençoa todo mundo, de modo que os cristãos podem ser beneficiados por não cristãos e também colaborar com eles.
Um perigo mais sério ligado a pouca ênfase na questão do trabalho como instrumento da providência de Deus é que os cristãos acabam desvalorizando o bom trabalho realizado por não cristãos. A plenitude e o equilíbrio do ensino bíblico nos impedem de valorizar apenas o trabalho cristão ou apenas o trabalho profissional. Os cristãos, ao contrário, têm de dar alto valor a todo trabalho humano (em especial o trabalho feito com excelência), realizado por todas as pessoas, como um canal do amor de Deus pelo mundo que criou. […] Quando aprendemos a valorizar o trabalho de todas as pessoas e todos os tipos de trabalho, estamos entrando no campo da teologia chamado “graça comum”.
Quais são alguns ídolos do mundo corporativo, por exemplo? Dinheiro e poder certamente estão no topo da lista. Mas não nos esqueçamos de que um ídolo é algo bom que transformamos em algo supremo. Lucros e influência corporativa, se administrados com sabedoria, são meios saudáveis para um fim benéfico. São vitais para a criação de produtos novos e úteis aos clientes, oferecendo um retorno adequado ao dinheiro dos investidores e pagando bem aos funcionários pelo trabalho que fazem. Da mesma forma, o salário é uma recompensa adequada aos esforços feitos por alguém e é necessário ao sustento da pessoa e sua família. Mas ele não é nossa identidade, nossa salvação, nem mesmo nossa fonte de segurança e consolo.
Quando colocamos nossa esperança em um ídolo, estamos dizendo a nós mesmos: “Se eu tivesse aquilo, tudo seria perfeito; só assim minha vida teria valor’. Ora, se alguma coisa é nossa ‘salvação”, temos de tê-la, portanto ela se torna inegociável. Se as circunstâncias ameaçam tirá-la de nós, ficamos paralisados por um medo incontrolável; se algo ou alguém a tira de nós, ardemos de ódio e lutamos contra a sensação de desespero.
”Se alguém afirmar que seu sucesso profissional é resultado da graça, você pensa logo que a pessoa não tem a mínima ideia do quanto você ‘ralou’ para passar no vestibular, de como você deu duro na faculdade e nos estágios, de que teve de se esforçar muito para superar os colegas de trabalho e por aí vai. No entanto, você trabalhou com talentos que não conquistou; eles lhe foram dados. Você atravessou portas de oportunidades que não foram criadas por você; elas simplesmente lhe foram abertas. Dessa forma, tudo o que você possui é resultante da graça, portanto você tem liberdade de servir ao próximo por meio de sua influência, assim como de sua competência.”