Salvar sua vida tinha sido a única coisa certa que eu fiz desde que a conheci. A única coisa de que não me envergonhava…
A única coisa que me deixava feliz em existir!
Sua existência era uma desculpa suficiente para a justificativa da criação do mundo inteiro.
Eu tinha que caprichar na interpretação. Sabia o papel que faria, dominava o personagem. Seria o vilão.
Talvez eu pudesse tentar uma forma mais interessante de deixá-la tonta.
Estes dias importavam tanto e terminavam tão rápido.
Pensei em todas as coisas horríveis que ela tinha aceitado em relação a mim sem medo. Aparentemente, só os outros vampiros eram assustadores.
Não pela primeira vez na minha vida, eu queria poder fazer meu cérebro desacelerar. Forçá-lo a funcionar na velocidade humana, pelo menos por um dia, uma hora, para que eu não tivesse tempo de ficar obcecado de novo e de novo pelos mesmos problemas sem solução.
Nós nos encaramos por um momento, enquanto eu processava o fato de que, assim como ela era meu primeiro amor, de acordo com isso, eu também era sua primeira… paixão, no mínimo… Esse alinhamento me agradou de uma forma estranha, mas também me incomodou. Certamente esta era uma forma distorcida e doentia para ela começar a vida romântica.