Quando vires uma pobre Cruz de madeira, só, desprezível e sem valor… e sem Crucificado, não esqueças que essa Cruz é a tua Cruz: a de cada dia, a escondida, sem brilho e sem consolação… que está esperando o Crucificado que lhe falta. E esse Crucificado tens que ser tu.
Viste-me celebrar a Santa Missa sobre um altar despido – mesa e ara – sem retábulo. O Crucifixo, grande. Os castiçais maciços, com tochas de cera, escalonados: os mais altos, junto da Cruz. Frontal da cor do dia. Casula ampla. O cálice, severo de linhas, de copa larga, e rico. Ausente a luz eléctrica, cuja falta não notámos.
– E custou-te sair do oratório: estava-se bem ali. Vês como leva a Deus, como aproxima de Deus o rigor da liturgia?
Esta Igreja Católica é romana. Eu saboreio esta palavra: romana! Sinto-me romano, porque romano quer dizer universal, católico; porque me leva a amar carinhosamente o Papa, il dolce Cristo in terra, como gostava de repetir Santa Catarina de Sena, a quem tenho como amiga amadíssima.
Ser romano não implica nenhum particularismo, mas ecumenismo autêntico
Nada nos poderá preocupar, se decidirmos firmar o coração no desejo da verdadeira Pátria: o Senhor nos conduzirá com a sua graça e impelirá a barca com bom vento para tão claras margens.
Que a tua vida não seja estéril.
Sê útil. Deixa rasto.
Quem pensa que o amor acaba quando começam as penas e os contratempos que a vida traz sempre consigo. É então que o amor se fortalece.
Não estorves a obra do Paráclito; une-te a Cristo, para te purificares, e sente, com Ele, os insultos, e os escarros, e as bofetadas…, e os espinhos, e o peso da Cruz…, e os ferros rasgando a tua carne, e as ânsias de uma morte ao desamparo…
E mete-te no lado aberto de Nosso Senhor Jesus, até encontrares refúgio seguro em seu Coração chagado.
“Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor que se saboreia, que é amável, que é fonte de íntima alegria, mas que é dor real, porque supõe vencer o egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma de nossas ações.”
TU, soberba? De quê?…
“Espera tudo de Jesus; tu nada tens, nada vales, nada podes. Ele agirá, se nEle te apoiares. Se não O abandonas, Ele não te abandonará. O mundo, o demônio e a carne são uns aventureiros que, aproveitando-se da fraqueza do selvagem que trazes dentro de ti, querem que, em troca do fictício brilho de um prazer que nada vale, lhes entregues o ouro fino e as pérolas e os brilhantes e os rubis embebidos no sangue vivo e redentor do teu Deus, que são o preço e o tesouro da tua eternidade.”
Cumpre o pequeno dever de cada momento; faz o que deves e está no que fazes.
A religião é a maior rebeldia do homem, que não tolera viver como um animal.
Obras é que são amores, não as boas razões.
Que conversas! Que baixeza e que… nojo! – E tens de conviver com eles, no escritório, na universidade, no consultório…, no mundo. Se pedes por favor que se calem, ficam caçoando de ti. – Se fazes má cara, insistem. – Se te vais embora, continuam. A solução é esta: primeiro, pedir a Deus por eles e desagravar; depois…, ir de frente, varonilmente, e empregar “o apostolado dos palavrões”. – Quando te vir, hei de dizer-te ao ouvido um bom repertório.
A solução é esta: primeiro, pedir a Deus por eles e desagravar; depois…, enfrentá-los, varonilmente, e empregar o “apostolado dos palavrões”. – Quando te vir, hei-de dizer-te ao ouvido um bom repertório.
A naturalidade é a assinatura das obras divinas.
Contemporizar? É palavra que só se encontra (“é preciso contemporizar!”) no léxico dos que não têm vontade de lutar – comodistas, manhosos ou covardes –, porque de antemão se sabem vencidos.
Não achas que a igualdade, tal como a entendem, é sinônimo de injustiça?