AutorRaquel Nobre Guerra

Raquel Nobre Guerra

Meu amor
Porta no trinco e nada nas mãos.
Há muito que é tudo o que resta.

Raquel Nobre Guerra

Sorrio aos mortos e enterro os vivos
como um objecto escuro
por que rodaram mãos e jeitos de luz.
Vivo como se não estivesse aqui
roupa leve como na vida.
E vou da primeira à última batida
na respiração de um pulmão doido.

Raquel Nobre Guerra

um só amor capaz de morrer de tão antigo
um burro tombado de vícios e vaidades

Raquel Nobre Guerra

Aprendi a tranquilidade de passar sobre os dias
com o domínio de um coração baixo.
De me perturbar menos a posição astrológica
de certas palavras no coração do verso.

Raquel Nobre Guerra

Corrijam-me se estiver errada
mas a razão comovida de tudo
podia começar por aqui.
Agradecer aos destroços, abrir lume,
destinar-lhe estas últimas sete palavras.
Ser convicto enfim mesmo sem saber como.

Raquel Nobre Guerra

deus por cima
o grande abandono

Raquel Nobre Guerra

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