A imaginação é a louca da casa.
Há muitas pessoas a quem a vaidade faz falar grego, e, até, por vezes, uma língua que não entendem.
(…) Todas as coisas são merecedoras de amor ou aversão, seja em si mesmas, seja por meio de algo a que estejam associadas; e, quando somos movidos por alguma paixão, nós rapidamente descobrimos no objecto o bem ou o mal que a alimenta. (… )
É realmente preciso distinguir a força e a beleza das palavras da força e da evidência das razões.
As criaturas não estão imediatamente unidas a nada mais que a Deus e não dependem, essencial e diretamente, senão Dele.
A proposição ‘existe um Deus’ é tão certa quanto esta outra proposição: ‘Penso, logo existo”. Se pensamos Deus, então Ele deve existir.
Só Deus pode criar.
Deus é Aquele que é, o Ser em si mesmo.
Deus contém em si mesmo todas as idéias como arquétipo das coisas.
Não receie de falar de Deus de uma forma indigna, desde que você seja conduzido pela fé. Não receie alimentar falsas opiniões sobre Deus, desde que elas estejam em conformidade com a noção de Ser infinitamente perfeito.
Eu amo o bem e a alegria. Eu odeio o mal e a dor. Eu quero ser feliz. E não estou enganado em crer que as pessoas, os anjos e até mesmo os demônios tenham estas mesmas inclinações.
Assim como nossos olhos precisam de luz para ver, nossa mente precisa de idéias para poder conceber.
Não nos livramos facilmente dos preconceitos como nos livramos de um casaco velho que já não é mais usado.
Você não desonrará as perfeições Divinas por julgamentos indignos Delas, desde que você nunca julgue Deus por você, e desde que, também, você não atribua ao Criador as imperfeições e as limitações dos seres criados.
Eu sou incapaz de reconhecer qualquer uma das minhas faculdades ou capacidades. A sensação interior que tenho de mim mesmo me informa que eu sou, que eu penso, que eu tenho consciência sensorial, que eu sofro e assim por diante; mas não me dá qualquer conhecimento de quem eu sou, da natureza do meu pensamento, das minhas sensações, das minhas paixões, da minha dor ou das mútuas relações que existem entre todas estas coisas… Eu não tenho idéia do que possa ser a minha alma.
A reputação de ser rico, culto e virtuoso produz na imaginação daqueles que nos cercam ou dos que nos são mais íntimos disposições de espírito que são muito vantajosas para nós. Ela deixa-os prostrados aos nossos pés; instiga-os a nos agradar; inspira neles todos os impulsos que tendem à preservação da nossa pessoa e ao aumento da nossa grandeza. Assim, os homens preservam a sua reputação tanto quanto necessário a fim de viver confortavelmente neste mundo.
Tudo o que nos proporciona uma certa elevação em relação aos outros – porque nos torna mais perfeitos, como, por exemplo, a ciência e a virtude, ou porque nos confere uma certa autoridade sobre eles tornando-nos mais poderosos, como as honras e as riquezas – parece fazer-nos independentes em certa medida. Todos os que estão abaixo de nós nos temem e reverenciam; estão sempre prontos a fazer o que nos agrada para a nossa preservação, e não ousam nos prejudicar ou resistir aos nossos desejos. A reputação de ser rico, culto e virtuoso produz na imaginação daqueles que nos cercam ou dos que nos são mais íntimos disposições de espírito que são muito vantajosas para nós. Ela deixa-os prostrados aos nossos pés; instiga-os a nos agradar; inspira neles todos os impulsos que tendem à preservação da nossa pessoa e ao aumento da nossa grandeza. Assim, os homens preservam a sua reputação tanto quanto necessário a fim de viver confortavelmente neste mundo.
Não existe objeto das nossas paixões, não importa quão vil ou desprezível possa parecer, que deixemos de julgar como bom quando sentimos prazer em possuí-lo. Todas as coisas são merecedoras de amor ou aversão, seja em si mesmas, seja por meio de algo a que estejam associadas; e, quando somos movidos por alguma paixão, nós rapidamente descobrimos no objeto o bem ou o mal que o alimenta. Isto é suficiente para fazer a razão, comumente um instrumento do prazer, funcionar de modo a defender a causa desse prazer.
Existem dois modos distintos de ler os autores: um deles é muito bom e útil; o outro, inútil e até mesmo perigoso. É muito útil ler quando se medita sobre o que é lido; quando se procura, pelo esforço da mente, resolver as questões que os títulos dos capítulos propõem, mesmo antes de se começar a lê-los; quando se ordenam e comparam as idéias umas com as outras; em suma, quando se usa a razão.
Pelo contrário, é inútil ler quando não entendemos o que lemos, e perigoso ler e formar conceitos daquilo que lemos quando não examinamos suficientemente o que foi lido para julgar com cuidado, sobretudo se temos memória bastante para reter os conceitos firmados e imprudência bastante para concordar com eles.
O primeiro modo de ler ilumina e fortifica a mente, aumentando o entendimento. O segundo diminui o entendimento e gradualmente o torna fraco, obscuro e confuso. Ocorre que a maior parte daqueles que se vangloriam de conhecer as opiniões dos outros estuda apenas do segundo modo. Quanto mais lêem, portanto, mais fracas e mais confusas se tornam as suas mentes.
A Deus pertence a ação primeira – única verdadeiramente eficaz – capaz de imprimir modificações na realidade.
De um modo geral, tudo aquilo que designamos por ‘causa’, apenas merece este título em segundo grau e por delegação da Causalidade Divina. No primeiro grau, rigorosamente, a única Causa Universal é a Ação Divina.
Contraditando para Epilogar
(Nós não Somos Incapazes)
Não somos incapazes de reconhecer nossos talentos e nossas capacidades.
Se assim fosse, sem jamais poder ser, Desde que logramos a autoconsciência, por tudo, passamos a ser responsáveis.
Mesmo ainda sendo fraca a nossa Ciência, Depende de nós maladia ou conformidade, realizarmos a Coisa ou apenas sonharmos, traduzirmos o Harmonium ou a insanidade…
Depende de nós entropia ou Iluminação, perdurarmos nas trevas ou nos libertarmos, irmos em frente ou nos babujarmos no chão…
Incessantemente, Deus quer que as modificações da mente e do corpo sejam recíprocas. Esta é a conjunção e a dependência natural das duas partes da qual somos constituídos.
Se não víssemos a Deus de alguma maneira, não veríamos coisa alguma.
Deus transforma, por assim dizer, o ar em palavras, em sons diferentes. Ele faz você entender esses vários sons através de modificações pelas quais você é afetado.