O desespero é o caminho mais longo para se chegar à vitória.
O Sábio é aquele que não se declara tal, Ele apenas se expressa com a alma.
Quem estudou latim se lembra que a palavra “feliz” é felix, que significa também “fértil”. Felicidade é sinônimo de fertilidade. Fertilidade não é apenas gerar outras pessoas. Fertilidade é impedir que a vida cesse na sua múltipla condição. Fertilidade é dificultar a desertificação dos nossos sonhos. Fertilidade é fazer com que não haja a esterilização do nosso futuro. Ser feliz é sentir-se fértil.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
“Quando estiver no fundo do poço, a primeira coisa a fazer para sair dele é parar de cavar”.
Cuidado com gente que concorda contigo o tempo todo!
Quem concorda contigo o tempo todo, ou não gosta de você, ou não te respeita, ou está se preparando para te derrubar.
Sim, sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro não se vive.
Na vida é preciso ter raiz, não âncora. A raiz te alimenta, a âncora te imobiliza.
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
Por isso, quando alguém diz “Fiquei muito satisfeito com você” ou “Estou muito satisfeita com seu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é alguém dizer “seu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música, etc) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, nos deixa insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, permanece um pouco apoiado no colo e nos deixa absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…
Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2013, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente.
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…
Seres humanos são como tapetes. Às vezes, precisam ser sacudidos.
Só sei que nada sei por completo
Só sei que nada sei que só eu saiba
Só sei que nada sei que eu não possa vir a saber
Só sei que nada sei que outra pessoa não saiba
Só sei que nada sei que eu e outra pessoa não saibamos juntos
Nós, brasileiros, temos um vício, que é muito perigoso, de nos contentar muitas vezes com o possível, em vez de procurarmos o melhor.
Numa ditadura, não daria para fazer uma passeata pela democracia. Na democracia, você pode fazer uma passeata pedindo a ditadura.
Não cabe ao Estado, via escola pública, substituir a responsabilidade que a família tem, a menos que ela esteja em situação de descuido total. Cabe à instituição promover a autonomia, a solidariedade e a formação crítica, mas a responsabilidade principal continua sendo da família e ela não pode se eximir disso.
A vida já é curta, que ela não seja também pequena.
Não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena.
Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente o meu tempo de convivência com as pessoas de quem eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão-somente dinheiro?
Agir conforme aquilo que se fala, alinhar discurso e prática, além de ser uma postura ética, é um sinal de autenticidade.
Um poder que se serve, em vez de servir, é um poder que não serve.
Felicidade é uma vibração intensa, um momento em que eu sinto a vida em plenitude dentro de mim, e quero que aquilo se eternize. Felicidade é a capacidade de você ser inundado por uma alegria imensa por aquele instante, por aquela situação. Aliás, felicidade não é um estado contínuo, felicidade é uma ocorrência eventual. A felicidade é sempre episódica. Você sentir a vida vibrando, seja num abraço, seja na realização de uma obra, seja numa situação, por exemplo, em que seu time vence, seja porque algo que você fez deu certo, seja porque você ouviu algo que você queria ouvir. É claro que aquilo não tem perenidade, aliás, a felicidade se marcada pela perenidade seria impossível. Afinal de contas nós só temos a noção de felicidade pela carência. Se eu tivesse a felicidade como algo contínuo, eu não a perceberia. Nós só sentimos a felicidade porque ela não é contínua. Isto é, ela não é o que acontece o tempo todo, de todos os modos. A ideia de felicidade sozinha ela teria que ter uma questão anterior: se é possível viver sozinho. Que como a felicidade pelo óbvio só acontece com alguém que viu ou está e viver é viver com outros e outras, como não é possível viver sozinho? A possibilidade da felicidade isolada, solitária é nenhuma. Pra que eu possa ser feliz sozinho eu teria que ser capaz de viver sozinho. Mesmo a literatura, como Robson Crusoé, por exemplo, que lida com um homem que está só, mas ele está só depois de ter vivido com outros. Ele trás as outras pessoas na sua memória, na sua história, no seu desejo, no seu horizonte. Não há, não há história de ser humano em que ele tenha sido sozinho da geração até o término. Se assim não há, não há possibilidade de se ser feliz sozinho. Nos últimos 50 anos do século XX, nós tivemos mais desenvolvimento tecnológico do que em toda história anterior da humanidade. Todos os 39.950 anos anteriores, desde que o homo sapiens era sapiens, sapiens sapiens na classificação científica, foram menos do que os 50 anos finais do século XX. Seria a redenção da humanidade. Uma questão: as questões centrais permaneceram. Quem sou eu?, pra que tudo isso?, porque eu não sou feliz apenas quando possuo objeto?, porque o mal existe?, porque que eu não tenho paz em meio a tanta convivência? Nesta hora, não só a religiosidade, ela sofreu um revival, como a filosofia passou, de novo, a ser interessante. E aí claro, a filosofia como autoajuda, a filosofia como autoconhecimento, a filosofia como auto capacidade, a filosofia como prática sistemática. E de repente a gente tem no final do século XX, em vários lugares do mundo e no Brasil também, casas pra estudar filosofia; procura de cursos de filosofia. Nós somos o único animal que é mortal. Todos os outros animais são imortais. Embora todos morram, nós somos o único que além de morrer, sabe que vai morrer. Teu cachorro tá dormindo sossegado a essa hora. Teu gato tá tranquilo. Você e eu sabemos que vamos morrer. Desse ponto de vista, não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, pra que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena. Nesta hora, eu preciso ser capaz de fazer falta. No dia que eu me for, e eu me vou, quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante. Há uma diferença entre ser famoso e importante. Muita gente não é famosa e é absolutamente importante. Importar; quando alguém me leva pra dentro, importa. Ele me porta pra dentro, ele me carrega. Eu quero ser importante. Por isso, pra ser importante, eu preciso não ter uma vida que seja pequena. E uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que é apoiada só em si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora, minha vida que, sem dúvida, ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena.
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero.
“Um dia nós vamos morrer, mas todos os outros dias, não!”.
Uma das coisas mais perigosas da vida é gente que concorda com você o tempo todo.
O adolescente infrator será sempre resultado de uma sociedade que descuida das suas crianças e jovens. É preciso terminar esse ciclo de vitimação: a sociedade abandona, cria uma vítima que é a criança, e essa mesma criança cria outras vítimas quando começa a furtar, roubar, violentar, assassinar.
Não nascemos prontos (…) é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…
Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano 2000, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada)
A disciplina é a organização da liberdade.
Afeto e conhecimento são duas coisas que se você guardar, você perde.
Há uma palavra que circula muito hoje por aí, no campo da ética, que é “tolerância”. Cuidado com essa palavra, porque tolerar significa suportar, aguentar. “Eu tolero que você tenha outra religião, que você não seja como eu”, quase como se falasse “eu autorizo que você seja diferente”.
A palavra mais adequada (e sólida éticamente), que precisa substituir “tolerância”, é “acolhimento”. Acolher significa “eu te recebo em mim como igual”.
Volto ao ponto: minha liberdade não acaba quando começa a do outro, ela acaba quando acaba a do outro.
Se uma pessoa conversa com Deus é um caso de religiosidade. Se uma pessoa conversa com Deus e diz que ouve respostas Dele é uma caso de psiquiatria.
Nós não temos no Brasil mais corrupção do que tivemos; temos mais denúncia e recusa.
Uma oposição frágil, fragiliza um governo! Um concorrente burro te emburrece! Um adversário fraco te enfraquece!
Só um imbecil gostaria de fazer o que não gosta.
Se a educação não for provocativa, não constrói, não se cria, não se inventa, só se repete.
Muita gente acha que política é uma coisa e cidadania é outra, como garfo e faca, e não é. Política e cidadania significam a mesma coisa.
Não confundamos esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem… Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo.
A motivação é uma porta que se abre por dentro.
O bom hábito chega pouco a pouco, o mau hábito também sai pouco a pouco.
Uma vida com propósito é aquela em que eu entenda as razões pelas quais faço o que faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que não faço.
O impossível não é um fato: é uma opinião
O Sábio é aquele que não se declara tal, Ele apenas se expressa com a alma.
A frase “isso não é problema teu” não faz com que ele deixe de ser um problema. A mudança da propriedade de um problema e da responsabilidade não anula o problema.
Mesmo que eu diga “isso não é problema meu”, essa fala não faz o problema desaparecer. Apenas diz que não estou assumindo a solução. Mas eu tenho que assumir a solução, porque existe um problema e ele é nosso.
Felicidade é a capacidade de você ter inundado por uma alegria imensa naquele instante ou por aquela situação, felicidade não é um estado continuo mas sim um eventual.
“A vida é curta, não pequena, portanto cuide do urgênte, mas não esqueça o necessário”.
Tu és um vice-treco do sub-troço.
A escola, por exemplo, não cria violência sozinha, apenas reproduz a violência dentro dela. Mas também pode ser um meio de diminuí-la se atuar com conteúdos que ofereçam sentidos à vida dos alunos.
Também a omissão política, ou seja, a recusa em participar da vida pública em qualquer instância, é uma decisão política. Vale tanto para um condomínio quanto para a inserção nos rumos da cidade, do estado, da nação e do planeta.
eu sou uma ótima cia pra mim quando eu sou capaz de estar me reinventando pensando no que eu preciso fazer de melhor
Uma casa arrumada é uma casa triste.
O individuo não pode tudo, mas pode alguma coisa.
As pessoas estão começando a fazer uma distinção necessária entre o que é essencial e o que é fundamental.
Gente que não tem dúvidas fica o tempo todo prisioneiro do mesmo.
Tem coisas que como a jabuticaba, só tem no Brasil!
A tristeza do rio é não poder parar. Se você pode, aproveite.
Eu sou uma subjetividade, mas não sei o que sou a não ser naquilo que faço. Porque quando faço algo, eu me “re-conheco”, isto é, eu conheço a mim mesmo de novo.
É preciso ter esperança, mas tem de ser esperança do verbo “esperançar”, porque tem gente que tem esperança do verbo “esperar”, e essa não é esperança, é pura espera. Ah, eu espero que dê certo, eu espero que funcione, eu espero que aconteça… Isso, repita-se, não é esperança, mas um mero aguardar passivo. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir; esperançar é procurar em nós e à nossa volta as sementes que urge exterminar, de forma a limpar terreno para proteger o Futuro e acolher a Vida com mais plenitude.
Dilemas éticos
“Tem coisa que eu devo mas não quero, tem coisa que eu quero mas não posso, tem coisa que eu posso mas não devo. Aqui, nestas questões, vive aquilo que a gente chama de dilemas éticos; todas e todos sem exceção temos dilemas éticos, sempre, o tempo todo: devo, posso, quero?”
Esse mundo que aí está foi feito por nós, portanto, pode ser por nós reinventado.
Por isso, enquanto tenho tempo, isto é, enquanto vivo, esse período é ocupado com ações e pensamentos, ideias e práticas, sucessos e fracassos. Como o que faço e penso e uma questão de escolha minha, o uso do tempo é questão de prioridade. Em outras palavras, como o meu tempo existirá ainda que eu fique estático, sem nada fazer além da imobilidade, o que nele faço resulta de decisão livre, a partir da importância que dou ao que farei naquele tempo.
Assim, se alguém diz “Não tenho para isto ou aquilo”, de fato está dizendo “Isto ou aquilo não é prioridade para mim”.
Adaptar-se é estar recluso (preso) a uma posição específica; é conformar-se (aceitar e ocupar a forma), submeter-se, por isso, ao ter de buscar tudo que precisamos, romper a acomodação e enfrentar a realidade passa a ser uma questão de necessidade, não de liberdade. Que ferramenta temos? Não é a racionalidade, pois não basta pensar para que as coisas aconteçam. Nossa interferência no mundo se dá pela ação transformadora consciente, ou seja, uma capacidade de agir intencionalmente em busca de uma mudança no ambiente que nos favoreça.
Só se pode falar em ética quando se fala em humano, porque a ética tem um pressuposto: a possibilidade de escolha. A ética pressupõe a possibilidade de decisão, ética pressupõe a possibilidade de opção.
Emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de vida. Meu trabalho é minha obra.
A coisa mais perigosa que existe é o incompetente com iniciativa.
O desejo é o horizonte, aquele que norteia, mas nunca se alcança. Como escreveu Eduardo Galeano sobre utopia como horizonte: eu caminho dois passos em direção ao horizonte, e o horizonte se afasta dois passos de mim. Caminho dez passos, ele se afasta dez passos. O horizonte não existe para que se chegue até ele, e sim para não me impedir de caminhar. E o desejo é o que impede que eu não pare de caminhar. Por isso, o desejo é imortal.
Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem.
Ninguém morre de fome ou de frio, morre de abandono.
Se houver outro ser humano que possa ajudar e ajuda, essa pessoa não morrerá nem de frio, nem de fome.
Mas se há outras pessoas que podem ajudar e não ajudam, essa pessoa morrerá de frio e de fome, mas causado pelo abandono, nem pelo frio e nem pela fome. Por isso, se nós abandonamos, aí termina a possibilidade daquela vida seguir.
Mas, se nós não abandonamos, ela segue, e, portanto, a vida gera vida, não do modo como está hoje, em que parte do esquecimento da vida gera morte.
A vida em abundância não é a vida do excesso, do desperdício, da perda. A vida em abundância é a vida da suficiência.
O amor é a paixão domada.
A expressão mais inteligente, mais forte que existe para criar renovação, reinvenção, inovar a vida, inovar a capacidade e reforçar é a expressão: “NÃO SEI”. É a expressão que inaugura o novo. Aquele que entre nós que incapaz de pensar “NÃO SEI”, ele só repete. Por isso, cuidado com gente que não tem dúvida, essas pessoas não inovam, não reinventa, não revigora competência, só repete…
O sentido da vida é torná-la plena de propósitos sadios, de convivências prazerosas, de desejos viáveis e de partilhas afetivas.
Democracia não é ausência de ordem, mas de opressão.
No Universo, antes de eu ser, nada existia como eu. E, quando eu deixar de ser, nada o será.
Carpe diem: Não deixe de aproveitar o agora! Não viva só o agora!
”E no dia que eu me for…
Mas eu não queria ir…
Só tem um jeito de ficar, Ficar nas outras pessoas
e voce só fica quando quando você é:
um Irmão excelente,
um Amigo excelente,
uma Mãe excelente,
um Profissional excelente
e ser excelente não é voce ser o melhor
é você ser o Seu Melhor.”
É impossível falar em ética se nós não falamos em liberdade. Quem não é livre não pode evidentemente ser julgado do ponto
de vista da ética.
O líder comprometido é aquele que traz a alegria para o mundo do trabalho sem que essa alegria se transforme em descompromisso, em frouxidão daquilo que precisa ser feito.
Vez ou outra há uma tendência, quando se vai falar em política, de a pessoa dizer: “Ah, não quero falar sobre isso, isso não é da minha conta”. Cuidado. A política é da sua conta e é da minha. Partido é uma coisa que a pessoa decide se tem ou não. Política é da nossa conta o tempo todo. Colocar-se como neutro é um ato político. Porque, como a política é a tentativa de acerto de interesses que nem sempre coincidem, colocar-se neutro é ficar sempre do lado de quem é mais poderoso. Se alguém vê um menino de 15 anos disputando uma bala com um menino de 5 anos e diz: “Não vou me meter”, bem, já se meteu. Porque ficar omisso é ficar do lado de quem vai ganhar. É claro que o menino de 15 anos tem mais força que o menino de 5.
É sempre bom insistir: não se confunda tradicional com arcaico. Nem tudo o que vem do passado é tradicional; tradição é o que deve ser preservado, protegido, levado adiante (como a atenção aos conteúdos e à competência docente), enquanto que o arcaico é o que precisa ser superado, descartado, deixado de lado (como o autoritarismo e a meritocracia angustiante). Por outro lado, nem tudo o que parece moderno o é; às vezes apresenta-se como simples modismo ou mera novidade passageira.
Cautela com gente que não tem dúvidas! Gente assim não inova, não avança, não cria; só repete e redunda. Claro que não devemos ser alguém que só tem dúvida, pois se assim for qualquer ação e intervenção fica impossibilitada; no entanto, não ter algumas delas em alguns momentos é sinal de tolice e reducionismo mental.
A droga ilegal é ilusória, ela faz mal.
Você vai encontrar pessoas na vida que vão dizer para você experimentar.
Saiba! Você é livre para experimentar, MAS VOCÊ TAMBÉM É LIVRE PARA NÃO EXPERIMENTAR. E desse ponto de vista, VOCÊ NÃO É OBRIGADO A SER COMO OS OUTROS SÃO QUANDO ELES NÃO SÃO CORRETOS.
VOCÊ É SIM…OBRIGADO A SER COMO OS OUTROS SÃO QUANDO ELES SÃO CORRETOS. Isto é, um benefício precisa ser imitado, o malefício não.
Aqui está; a escolha agora é tua.
Há um certo desnudamento. Cai a máscara. Nós estamos começando a enxergar como funciona na prática nossas instituições.
(falando sobre votação no TSE)
Não é proibido discutir, nem debater e nem discordar. É proibido resmungar! Sabe gente que só resmunga em vez de agir? Gente que passa o tempo todo amaldiçoando a escuridão em vez de acender vela; aliás, a frase predileta do resmungão é: “Que horror! Alguém tem que fazer alguma coisa!”
Paulo Freire jamais seria contra que alguém contra ele fosse. O que ele seria contra é que quem contra ele fosse e não pudesse ser contra ele.
Tanto tempo a luz acesa
Mas sem que ninguém perceba
De repente a luz se apagará
Tanto tempo céu de estrelas
Aproveite para vê-Ias
Num piscar o céu desabará
Só me resta uma certeza
É saber que tal princesa
Não é mais a doce amada
Meu castelo colorido
Fim de um sonho destruido
Minha paz desvirginada
Nada que eu passa fazer
Para esse prazer poder se eternizar
Basta saber que a vida fez
Nossos rumos diferentes
Mas a vida segue em frente
Queira Deus que eu me acostume
Com qualquer outro perfume
Não tão menos semelhante
Ou quem sabe outras carinhos
Queira Deus que outros caminhos
Não me lembrem teu semblante
Não sei se existe alguém sem nenhum valor, mas tenho certeza que existem muitas pessoas com valores diferentes e que o respeito é fundamental.
A vida quer da gente é coragem. Coragem para quê? Coragem pra ir buscar, coragem pra não desistir, mas, especialmente, coragem pra não ser medíocre.
Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também.
O sentido da vida é uma construção histórica, social e cultural. O sentido da vida não é o mesmo para todos, não é o mesmo o tempo todo, nem em todos os lugares, nem do mesmo modo. O que eu não quero (…) é morrer à toa. Mas, para não morrer à toa, é preciso não viver à toa.
Nós não somos imortais, mas podemos ser eternos.
Se a noite voce mente, pela manha a verdade aparece com o sol.
Viva…
Seja vc o dono da sua felicidade. ..
Não espere de pessoas mesquinhas amor de verdade…
Não espere amor de pessoas vazias…
Porque o amor faz transbordar…
Não espere muito,
De quem não tem nada a oferecer…
Não espero sorriso ,
De pessoas amargas…
Não espere gratidão ,
De pessoas ingratas…
Não faça tudo ,
Pra quem te vê como nada…
Não te diminuas por alguém …
Porque quem ama, te faz crescer e não diminuir…
Não te faça presente pra alguém que não te vê …
Não planeje datas especiais…
Pra alguém que não faz questão da sua presença…
Tem horas , que temos que aceitar e recusar as migalhas que um falso amor ou um amor egoísta nos oferece…
Aprenda a amar a quem te ama , e se vc não conseguir, pelo menos tente…
A valorizar quem te valorize…
De chance a pessoas que valorizam seu sorriso…
E nunca a quem quer suas lágrimas…
Viemos neste mundo , apenas com um propósito.
SER FELIZ…
Por Mario Sérgio de Almeida
16/04/2018
Tempo! Eu quisera, se fosse possível, voltar no tempo e em uma folha em branco, traço a traço preencher todo o espaço, um retrato…
… do tempo.
Ah! Os sonhos se fazem as vezes tão presentes, tão reais que ao acordarmos sentimos um misto de alegria imensa e saudade infinita e ao adormecermos buscamos quase que desesperadamente revive-los com a mesma intensidade.
Seja feliz, basta viver com a verdade ao teu lado.
A inveja se transforma em admiração no instante em que o invejado se torna inatingível.
Passar no ITA é uma arte, desfocar faz parte.
Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem. Aliás, só é possível caminhar em direção à excelência se você souber que não sabe algumas coisas. Porque há pessoas que, em vez de ter humildade para saber que não sabem, fingem que sabem. Pior do que não saber é fingir que sabe. Quando você finge que sabe, impede um planejamento adequado, impede uma ação coletiva eficaz. Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de absoluta inteligência.
Aceito o fato de que sou uma subjetividade enclausurada dentro de mim, mas, como isso é absolutamente abstrato, só sei o que sou quando me vejo fora de mim. E eu me vejo fora quando tenho minha obra feita. Então, me realizo.
Quem tolera o intolerável colabora com o caos.
Uma pessoa só aceita a mudança, de fato, quando percebe que será beneficiada no processo.
Mudar é complicado, sem dúvida, mas acomodar é perecer.
O bom navegador não espera o vento oportuno, ele vai atrás.
Essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter; felicidade, amorosidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial.
Nenhum ou nenhuma de nós é líder em todas as situações, nenhum ou nenhuma de nós consegue liderar qualquer coisa, ou todas as coisas e situações. Por outro lado, qualquer um ou qualquer uma de nós é capaz de liderar alguns processos, algumas pessoas, algumas situações.
Você não nasce líder, você se torna líder no processo de vida com os outros.
Assumir a postura de liderança é, antes de mais nada, uma escolha. Mas ela exige uma estupenda capacidade: a de se ter humildade.
O crescimento na história da humanidade se dá quando a gente tem dúvida. Quando a gente só tem certezas, o máximo que faz é ficar o tempo todo dentro do mesmo.
Num mundo que muda com velocidade, se eu não olhar o outro como fonte de conhecimento para mim, independentemente de onde ele veio, de como ele faz, do modo como ele atua, eu perco uma grande chance de renovação.
Nossa percepção de tempo de vida nem sempre é marcada por aquilo que nos resta, mas por aquilo que a gente deseja. Isto é, aquilo que se imagina que garanta para nós um tempo que não tem término.
Prioridade é uma palavra sem plural. Se você põe um “s”, deixa de ser prioridade.
Cuidado com gente que concorda contigo o tempo todo! Gente que concorda contigo o tempo todo ou não gosta de você, ou não te respeita, ou está se preparando pra te derrubar. Gente que gosta de você discorda de você quando é necessário (…). Claro que você não pode conviver com alguém que só discorde, mas alguém que só concorde te deixa envelhecer.
O amor tem como ponto de partida a paixão. Eu sempre digo que alguém que está apaixonado está com a sua razão suspendida temporariamente. A paixão é a suspensão temporária do juízo, ela faz com que você passe por todas as perturbações da alma (…). No meu entender, o amor é a paixão domada.
Eu acho Chico Xavier um homem santo. Eu não sou espírita, não tenho convicção reencarnacionista. Por várias vezes na vida, me perguntaram: “você acha que o Chico recebia espíritos?” Eu digo: “eu acho que ele não recebia, mas eu tenho certeza que ele tinha certeza que recebia”. Portanto, ele não simulava. Portanto, era um homem honesto. E pra mim isso é suficiente.
Felicidade é a gratuidade, isto é, o não obrigatório, que, quando ocorre, você sente a vida pulsar.
A única maneira de combater os traficantes é indo à raiz do problema: antes de qualquer coisa, eles precisam ser desarmados. É condição básica reaver aqueles territórios dos quais os criminosos foram se apoderando, sob os olhos complacentes das autoridades que se revezaram no comando do estado.
Foram décadas de erros grosseiros por parte dos políticos, que acabaram dando sinal verde aos bandidos. Nas décadas de 80 e 90, disseminou-se no Rio a ideia de que bastava resolver o problema social nas favelas que o tráfico sumiria como consequência da diminuição da pobreza. O pensamento então dominante era que a polícia trazia mais problemas do que solução. E os PMs simplesmente deixaram de subir os morros cariocas. Veja o absurdo!
A complacência com os criminosos sempre foi motivada pelos interesses eleitorais. Mas, é preciso que se diga, ela não vem só dos políticos. Passou a ser propagada também por certos movimentos sociais atuantes nas favelas. Eles acabam sendo um obstáculo ao trabalho dos policiais.
Enquanto há ONGs que desempenham função de algum relevo na área social, outras estão mais preocupadas com a pura demagogia. Elas criticam a atuação da polícia, alegando que a corporação é preconceituosa, que trata todos os pobres como criminosos, indiscriminadamente. É um discurso ideológico e falacioso, que acaba, no final, beneficiando os traficantes, pois as ONGs colocam os bandidos no papel de vítimas, e não no de algozes. Sem dúvida nenhuma, uma completa inversão de valores.
É uma anomalia o fato de um sujeito flagrado portando um fuzil receber a mesma pena de um bandido qualquer. Ninguém sensato vai discordar de que ele precisa ter uma punição mais severa. Não dá para aceitar que traficantes que incendeiam ônibus e atiram em helicópteros sejam beneficiados pela progressão de regime e venham a cumprir uma parte da pena longe da prisão. Isso é um absurdo!
Todos podemos dividir os louros dos acertos. Mas os erros são de quem comanda. O brasileiro está meio cansado de a responsabilidade ser sempre jogada no outro, em quem está abaixo. Quem está em cima nunca sabe de nada, não viu, desconhece tudo. Quem tem poder de decisão não pode se omitir. No meu cargo, eu escolhia os comandantes. A responsabilidade era minha, o comando era meu.
Se eu sou favorável à criação de uma legislação para reintegrar traficantes arrependidos à sociedade, por que não fazer o mesmo com a corporação, em vez de tratar um oficial que já cometeu abusos como um leproso institucional? Se a política do confronto pelo confronto empurrou tanta gente para seus estereótipos, é hora de atrair quem quer trabalhar para o bem comum.
Se a gente quer construir um serviço público melhor, um país melhor, a palavra que não pode nos abandonar, seja o servidor de que nível for, de que poder for, é responsabilidade.
Antigos governantes se dividiam em dois grupos. Ou eram os que atribuíam toda a violência a questões sociais, e aí citavam Marx e as lutas de classe para dizer que o bandido não passava de uma vítima da exploração capitalista. Ou eram os governantes que achavam que com o fuzil na mão e a disposição de luta, na base da guerra e da morte, matariam os bandidos e resolveriam a segurança. Nem lá nem cá. Conflito não se resolve assim.
Hoje temos a impressão de que existem duas polícias diferentes: a dos praças e a dos oficiais. Quem faz a PM são os cabos e soldados, os sargentos e os novos oficiais que estão nas ruas. Os postos e graduações definem as obrigações de cada um, mas todos temos a mesma responsabilidade. Temos que mudar isso, pois somos uma corporação só.
A maior contribuição que a sociedade poderia dar no combate ao crime é não abdicar do próprio juízo em favor de ideologias excêntricas, que pretendem fazer crer que criminoso e vítima possuem o mesmo status de cidadania.
Qual é a grande praga do crime no Rio? O narcotráfico com seu ethos de guerra.
As três características que não podem faltar a um policial são: Lealdade, Destemor e Integridade.
A experiência mostra que a maioria dos que trajam o uniforme oficial e portam uma arma de fogo não sabe lidar com o poder que isso traz e acabam tirando proveito da farda para obter vantagens pessoais.
E para não ser acusado de não estar sendo claro, quero deixar patenteada minha repulsa em ver Policiais Militares fardados submetidos a situações ridículas no programa Esquenta, da TV Globo.
Por favor, respeito à farda!
Ela é universal em seu conceito e exige protocolos formais para seu uso!
Vesti-la exige formalidades e decoro próprios! Não importa se coronel ou soldado, todos, absolutamente todos devem reconhecer-lhe a sacralidade!
“Sede mansos como os cordeiros, porém prudentes como as serpentes”
Na verdade, nada tenho contra a ressocialização de criminosos que tenham acertado suas contas com a Justiça. Creio ser uma necessidade, principalmente em um país marcado pela desigualdade e por um passado em que a violência armada gerou uma subcultura do narcotráfico. Sim, é preciso dar uma segunda chance. E uma segunda chance que não dê abertura para uma terceira chance.
Ora, se entendemos que é fácil ressocializar e perdoar assassinos sem que eles passem um dia sequer na cadeia, por que não perdoar um policial que pagou pelo seu erro?
A decisão de tomar o Alemão naquele momento foi para aproveitar o tiro no pé que o narcotráfico deu em si mesmo. Havia muito risco, mas não havia volta: ou agíamos ou as coisas poderiam se tornar piores, e teríamos um quadro semelhante a de guerra civil nas avaliações de risco e medo.
Os conflitos significam o produto da herança histórica que perdurará por um tempo até não mais existir. Mais do que quadrilhas as facções se tornaram uma espécie de uma subnação e um subestado criminoso, com subexércitos, subeconomia e microterritórios. Vencer isso tudo é difícil porque há identidade coletiva adquirida, e não se consegue destruindo, mas descontruindo, o que leva tempo.
O Complexo do Alemão além de Quartel General da maior facção era também seu altar de crenças. Os traficantes julgavam-se a salvo de uma retomada ali, ainda que seus “satélites” caíssem. Quando o seu “sol” foi tomado eles souberam que o império se findara. O modelo coletivizado do crime pelas facções só voltará a acontecer se o poder público permitir, Eu penso que a população nunca mais permitirá. Ao menor sinal de um recrudescimento a cobrança seria imediata.
Há pouco atravessávamos um conflito armado de baixa intensidade, predominantemente nas favelas do Rio de Janeiro onde as facções se digladiavam com milhares de fuzis AK 47, Ruger, AR 15, FAL, metralhadoras de mão, com bi-pé, armas individuais e coletivas que tinham e usavam para enfrentar seus “inimigos”, entre esses o Estado que já não mantinha a supremacia do território considerando o poder erguido pelo crime coletivizado que dominava e subjugava bairros inteiros.
Produzindo feridos e mortos em números absolutamente incompatíveis com qualquer conceito arbitrado para normalidade em Segurança Pública, as guerras de facção eram ao mesmo tempo consequência e causa de fatores econômicos, sociais e psicológicos, (para não afastar os motivos individuais dos criminosos para a vida no crime), considerando haver uma espécie de simbiose entre as motivações e os vetores concorrentes no conflito.
A mera destruição física dos traficantes como aconteceu por anos, proporcionada por estratégias que privilegiavam visões extremistas, não deu resultados positivos promotores de tranquilidade pública e paz social, como não poderiam dar. Verdadeiramente só serviu para gerar uma espiral de ódio entre a população pobre e as forças policiais, fenômeno facilmente compreendido na medida em que os favelados viam seus filhos morrerem pelas mãos do Estado, e as forças policiais viam, igualmente, os seus integrantes tombarem pelas armas do tráfico.
No caso particular da participação do Exército Brasileiro, é indiscutível que ficará marcada para sempre sua presença como braço forte e mão amiga desde os primeiros momentos que precederam o resgate do Complexo do Alemão, logo após as operações na Vila Cruzeiro.
Essas coletividades criminosas nutrem ódios irreconciliáveis. Já se mataram e praticaram toda sorte de violência umas contra as outras: mutilações, tortura, todo tipo de horror que julgamos inconcebíveis no nosso tempo. As facções se utilizam da violência para fins diversos, desde a mera satisfação de pulsões de morte, não refreadas pela ausência da intuição punitiva (individualmente até intuída, mas coletivamente crida improvável), às celebrações para mudança de status de seus iniciados, como os batismos-testes de “coragem” imolando inimigos e outros alvos indicados pelas lideranças.
Devemos desmascarar a impropriedade desses comentaristas autodeclarados “especialistas em segurança pública”, sempre a espreita de escândalos e crises, como urubus a procura de coisa pútrida; esses “policiólogos” abstêmios da práxis policial por inaptidão ou medo, que jamais ombrearam com sua tropa em momentos de dificuldades, quando a carne se torna alvo potencial para o fogo dos fuzis e estilhaços de granadas criminosas. Néscios, ainda assim alardeiam-se legítimos desconstrutores de edifícios construídos com suor e sangue honrados.
Os traficantes, na lógica apresentada por certa ONG, formam uma nova classe trabalhadora.
Os distribuidores, varejistas ou atacadistas das substâncias proibidas, cujo comércio ilícito promove toda sorte de violência e escravidão, devem ser entendidos como qualquer que vende sua força de trabalho, já que é assim que fazem os proletários e assalariados, em busca de remuneração, nas plagas capitalistas.
Isto é uma falácia. Absurda, subliminar, sub-reptícia, abjeta e ignóbil.
Traficante não é trabalhador, é criminoso.
Não nos deixemos enganar.
O perigo enfrentado por nossos companheiros é de tal ordem, que somente a banalização da própria vida, com a naturalização radical da morte em serviço, pode nos fornecer pistas de como eles, por força de suas posições hierárquicas Sargentos, Cabos e Soldados, os cumpridores desses serviços, podem ignorar sentimentos de autopreservação e juízo de risco, para exercer a mais arriscada atividade policial do país.
A experiência mostra. A maioria (dos PMs) que porta arma de fogo não sabe lidar com o poder que isso traz. Perdem a cabeça. Acabam tirando proveito da farda para obter vantagens pessoais.
Entre o claro e o escuro, existe uma extensa policromia.
Um erro pode ser a senha de acesso ao acerto.
A derrota pela circunstância é algo que acontece na vida. Mas a derrota da esperança nós não podemos admitir.
O desespero é o caminho mais longo para se chegar à vitória.
O Sábio é aquele que não se declara tal, Ele apenas se expressa com a alma.