Posso dizer o que quiser, nunca saberei o motivo pelo qual se escreve, nem como não se escreve.
Donde pode nascer o amor? Talvez de uma súbita falha do universo, talvez de um erro, nunca de um ato de vontade.
Caminhais em direcção da solidão. Eu, não, eu tenho os livros.
Se não se passou pela obrigação absoluta de obedecer ao desejo do corpo, isto é, se não se passou pela paixão, nada se pode fazer na vida.
Sou mais escritora do que vivente, que uma pessoa que vive.
Naquilo que vivi, sou mais escritora do que alguém que vive.
É assim que eu me vejo.
Muito cedo foi tarde demais em minha vida.
Nossas mães sempre continuam sendo as pessoas mais estranhas, mais loucas que já conhecemos.
No amor não há férias nem nada parecido. O amor deve viver-se plenamente, com o seu aborrecimento e tudo.
Escrever é também não falar. É calar. É gritar sem ruído.
Há ilusões que se parecem com a luz do dia; quando acabam, tudo com elas desapareceu.
Um escritor é um país desconhecido.
A solidão não se encontra. Nós é que a fazemos.
Quando se tem uma certa moral de combate e poder, é preciso muito pouco para se deixar levar e passar ao excesso.
Os homens gostam das mulheres que escrevem. Mesmo que não o admitam. Uma escritora é um país estrangeiro.
O álcool não consola, não preenche os vazios psicológicos, mas supre a ausência de Deus. Não compensa o homem. Pelo contrário, anima a sua loucura, transporta-o a regiões supremas onde é mestre do seu próprio destino.
Nunca escrevi julgando fazê-lo nunca amei julgando amar nunca fiz nada senão esperar diante da porta fechada.