Só percebemos a importância da nossa voz quando somos silenciados.
Quando o mundo inteiro está em silêncio, até mesmo uma só voz se torna poderosa.
Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo.
Falo não por mim mas por aqueles sem voz… aqueles que lutaram por seus direitos… seu direito de viver em paz, seu direito de ser tratado com dignidade, seu direito à igualdade de oportunidade, o seu direito de ser educado.
Eu levanto a minha voz, não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos… não é possível prosperar quando metade das pessoas ficam para trás.
Eu costumava pensar que um Talibã viria, e simplesmente me matariam. Então eu disse: ‘se ele vier, o que você faria Malala?’ e respondi a mim mesma, ‘ Malala, pegue um sapato e jogue nele.’ Mas então, eu disse: ‘se você bater em um Talibã com seu sapato, então não haveria nenhuma diferença entre você e o Talibã. Você não deve tratar os outros com crueldade e de forma dura, você deve lutar através de paz, através do diálogo e através da educação.’ Então eu irei dizer a ele quão importante é a educação e que ‘quero educação para seus filhos também.’ E finalmente vou dizer a ele, ‘que isto é o que eu tenho a dizer para eles, agora faça o que quiser’.
Nós somos humanos e é parte da natureza humana que nós não aprendemos a importância de uma coisa até que seja arrancada das nossas mãos. No Paquistão, quando fomos impedidas de ir à escola é que me dei conta de que a educação é muito importante, e a educação é um poder para as mulheres. E é por isso que os terroristas têm medo da educação. Eles não querem que as mulheres seja educadas porque elas vão se tornar mais poderosas.
Eles acharam que balas nos silenciariam, mas falharam e, então, do silêncio vieram milhares de vozes. Os terroristas pensaram que mudariam nossos objetivos e eliminariam nossos desejos, mas apenas uma coisa mudou na minha vida: a fraqueza, o medo e a falta de esperança morreram, enquanto a força, o poder e a coragem nasceram.
O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir nossas mentes de pensar.
Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução.
Extremistas mostram o que mais os assusta: uma menina com um livro.
Eles acham que Deus é um pequeno ser conservador que mandaria garotas para o inferno apenas porque vão à escola. Os terroristas estão deturpando o nome do Islã e da sociedade paquistanesa para satisfazer seus próprios interesses.
A educação é o poder das mulheres.
Acredito que somos uma comunidade e que devemos cuidar uns dos outros.
Deus me deu uma nova vida, uma segunda vida. E eu vou aproveitá-la. Vou servir aos outros. Quero que todas as meninas, todas as crianças, recebam educação.
Eu disse para mim mesma: “Malala, você deve ser corajosa. Você não deve ter medo de ninguém. Você só está tentando se educar. Você não está cometendo nenhum crime”.
Educação não melhora apenas a vida individual dessas meninas, mas também o país todo – a democracia, economia, estabilidade.
Um dia vamos acordar e ver todas as meninas, no Brasil e no mundo, na escola. Sem medo de estudar, com educação de qualidade, sem sofrer discriminação, sem ser obrigada a casar ou enfrentar trabalho infantil. E podendo sonhar com o que quiser – ser médica, policial ou qualquer outra coisa.
A diversidade garante que crianças possam sonhar, sem colocar fronteiras ou barreiras para o futuro e os sonhos delas.
Muitas meninas como eu queriam erguer suas vozes e lutar pela educação. Eu não tinha nada especial, não era mais inteligente, nem nada. A diferença é que meus pais não me impediram de falar, como aconteceu com muitos dos meus amigos.
A diversidade promove a tolerância. Quando você não encontra pessoas diferentes, não percebe coisas, não percebe o quanto tem em comum com elas.
Sonhos grandes trazem grandes desafios. Escutei a história de uma mulher que foi obrigada a se casar. No dia do casamento, ela tirou o salto e correu por nove quilômetros para escapar. Se essas pessoas não perderam a esperança, por que nós vamos perder? É dessas histórias que tiro a minha esperança.
Nós subestimamos o nosso poder – e é a primeira coisa que precisamos combater. Meu pai, quando decidiu ser feminista, precisou lutar contra a ideologia que o guiou a vida toda. Acreditem na força que vocês têm. Não hesitem em falar.
A raiva tira nossa energia, a mensagem se perde. Quando você entrega sua palavra de um jeito pacífico, você ganha poder. E as pessoas não podem te ignorar, precisam te ouvir. Precisamos transformar a energia da raiva em positividade.
Estar longe significa, acima de tudo, viver preocupado em não se tornar um fardo para os outros.
Aquele luto profundo é algo que as meninas sempre carregam consigo. A cada conquista importante, sua alegria é diminuída pelo trauma muito real que as trouxe aqui. Imagino que seja assim para todos os refugiados – o paradoxo de ser grato por uma nova vida que é resultado da dolorosa perda da vida antiga.
Escolho falar. Escolho defender os outros. Escolho aceitar o apoio de pessoas do mundo todo.
Eu conheço o poder que uma garota carrega em seu coração…
Quero dizer a todos que você pode ter sua própria voz em sua cultura e pode ter igualdade também.
Eu diria que conheci pessoas que têm sido ótimas e espero encontrar alguém que me entenda, me respeite, me ame e cuide de mim.
As pessoas me falam: “Malala, não se preocupe, não é sua responsabilidade, os líderes é que deveriam se preocupar!”. Mas se eu tenho a capacidade de fazer algo para continuar aumentando a conscientização, então eu vou fazê-lo.
Acho que antes de entrar na política você deve saber exatamente para o que está lá e com quem deseja trabalhar.
Por que o Talibã tem medo de você?
O Talibã tem medo porque sabe que, se as mulheres tiverem acesso à educação, serão capazes de exercer um papel ainda maior do que o que elas já têm na sociedade. Em geral, são as mulheres que cuidam das famílias. São elas que administram a casa, cuidam dos filhos. Com a educação apropriada, elas poderão ter ainda mais oportunidades. Isso assusta o Talibã. É uma visão muito ruim, porque o mundo precisa de igualdade. Se as mulheres, que são metade da população mundial, não tiverem acesso à educação, o mundo não se desenvolverá. O Talibã também desenvolveu um sistema próprio de leis, que não tem nada a ver com o Islã. O Islã nos diz que a educação e o conhecimento são direitos de todas as pessoas. Então, eu acho que o Talibã não leu o Corão da forma apropriada.
[…]
Você disse que quer ser Primeira-Ministra do Paquistão. O que você faria nesse cargo?
Decidi que quero ser política porque a verdadeira política pode salvar todo um país. […] Quero guiar o meu país pelo caminho certo. Vou transformar a educação na maior prioridade do Paquistão. Quero transformar o Paquistão em um país desenvolvido. Mostrarei às pessoas um Paquistão de paisagens maravilhosas, de pessoas incríveis, de recursos fantásticos.
[…]
Hoje você vive na Inglaterra. É melhor ser menina na Inglaterra ou no Paquistão?
Na Inglaterra, as mulheres têm a oportunidade de descobrir quais são seus talentos. Toda mulher pode decidir o que quer fazer da vida e pode efetivamente realizar seus sonhos. No Paquistão, somos limitadas. Não temos a chance de identificar nossos talentos nem descobrir nossas habilidades. Só podemos ter filhos e cuidar de nossa família.
[…]
Sua luta teria sido possível sem o apoio incondicional de seu pai (o pai de Malala fundou a escola em que a filha estudava no Paquistão, a Khushal School and College)?
Aprendi muito com o meu pai. Acho que eu poderia defender essa causa mesmo sem ele, mas não tão jovem. Talvez com 20, 30 anos. Mas o meu pai foi um exemplo para mim e eu fui educada. Eu aprendi pouco, mas pelo menos aprendi. Sou muito grata a ele por isso.
Eu decidi que não há nada de errado em se considerar feminista. Então, eu sou uma feminista e todas nós deveríamos ser feministas, porque feminismo é uma outra palavra para igualdade.
Só percebemos a importância da nossa voz quando somos silenciados.
Quando o mundo inteiro está em silêncio, até mesmo uma só voz se torna poderosa.
Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo.
Falo não por mim mas por aqueles sem voz… aqueles que lutaram por seus direitos… seu direito de viver em paz, seu direito de ser tratado com dignidade, seu direito à igualdade de oportunidade, o seu direito de ser educado.
Eu levanto a minha voz, não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos… não é possível prosperar quando metade das pessoas ficam para trás.
Eu costumava pensar que um Talibã viria, e simplesmente me matariam. Então eu disse: ‘se ele vier, o que você faria Malala?’ e respondi a mim mesma, ‘ Malala, pegue um sapato e jogue nele.’ Mas então, eu disse: ‘se você bater em um Talibã com seu sapato, então não haveria nenhuma diferença entre você e o Talibã. Você não deve tratar os outros com crueldade e de forma dura, você deve lutar através de paz, através do diálogo e através da educação.’ Então eu irei dizer a ele quão importante é a educação e que ‘quero educação para seus filhos também.’ E finalmente vou dizer a ele, ‘que isto é o que eu tenho a dizer para eles, agora faça o que quiser’.
Nós somos humanos e é parte da natureza humana que nós não aprendemos a importância de uma coisa até que seja arrancada das nossas mãos. No Paquistão, quando fomos impedidas de ir à escola é que me dei conta de que a educação é muito importante, e a educação é um poder para as mulheres. E é por isso que os terroristas têm medo da educação. Eles não querem que as mulheres seja educadas porque elas vão se tornar mais poderosas.
Eles acharam que balas nos silenciariam, mas falharam e, então, do silêncio vieram milhares de vozes. Os terroristas pensaram que mudariam nossos objetivos e eliminariam nossos desejos, mas apenas uma coisa mudou na minha vida: a fraqueza, o medo e a falta de esperança morreram, enquanto a força, o poder e a coragem nasceram.
O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir nossas mentes de pensar.
Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução.
Extremistas mostram o que mais os assusta: uma menina com um livro.
Eles acham que Deus é um pequeno ser conservador que mandaria garotas para o inferno apenas porque vão à escola. Os terroristas estão deturpando o nome do Islã e da sociedade paquistanesa para satisfazer seus próprios interesses.
A educação é o poder das mulheres.
Acredito que somos uma comunidade e que devemos cuidar uns dos outros.
Deus me deu uma nova vida, uma segunda vida. E eu vou aproveitá-la. Vou servir aos outros. Quero que todas as meninas, todas as crianças, recebam educação.
Eu disse para mim mesma: “Malala, você deve ser corajosa. Você não deve ter medo de ninguém. Você só está tentando se educar. Você não está cometendo nenhum crime”.
Educação não melhora apenas a vida individual dessas meninas, mas também o país todo – a democracia, economia, estabilidade.
Um dia vamos acordar e ver todas as meninas, no Brasil e no mundo, na escola. Sem medo de estudar, com educação de qualidade, sem sofrer discriminação, sem ser obrigada a casar ou enfrentar trabalho infantil. E podendo sonhar com o que quiser – ser médica, policial ou qualquer outra coisa.
A diversidade garante que crianças possam sonhar, sem colocar fronteiras ou barreiras para o futuro e os sonhos delas.
Muitas meninas como eu queriam erguer suas vozes e lutar pela educação. Eu não tinha nada especial, não era mais inteligente, nem nada. A diferença é que meus pais não me impediram de falar, como aconteceu com muitos dos meus amigos.
A diversidade promove a tolerância. Quando você não encontra pessoas diferentes, não percebe coisas, não percebe o quanto tem em comum com elas.
Sonhos grandes trazem grandes desafios. Escutei a história de uma mulher que foi obrigada a se casar. No dia do casamento, ela tirou o salto e correu por nove quilômetros para escapar. Se essas pessoas não perderam a esperança, por que nós vamos perder? É dessas histórias que tiro a minha esperança.
Nós subestimamos o nosso poder – e é a primeira coisa que precisamos combater. Meu pai, quando decidiu ser feminista, precisou lutar contra a ideologia que o guiou a vida toda. Acreditem na força que vocês têm. Não hesitem em falar.
A raiva tira nossa energia, a mensagem se perde. Quando você entrega sua palavra de um jeito pacífico, você ganha poder. E as pessoas não podem te ignorar, precisam te ouvir. Precisamos transformar a energia da raiva em positividade.
Estar longe significa, acima de tudo, viver preocupado em não se tornar um fardo para os outros.