Ela é preta
É negra da rima
Carrega seu corpo-estandarte aonde vai
Voz de reação
Chama pra ação
Ela é mulher e grita pelo que quer
Ela é mista
Índia da periferia
Carrega a revolução entre os dentes
Seu corpo é luz e vence a escuridão
Seu riso branco vence qualquer demanda
Ela tem um olhar de flecha certeira
Seu canto é revolução
Faz água brotar do chão
Rompe a amargura até transmutar em ternura
Só a arte salva de nossos monstros
Era uma vez, eu ia com você só pra não sentir que estava só
Eu não sabia quem eu ia ser se eu desfizesse esse nó
Lua animalesca, lua cíclica
Mulher é dor. Mulher atordoa a dor
Mulher é calma, mulher é água, bubuia, mergulho
Sabe quando lavamos a alma na queda brava da água doce da cachoeira?
Então, isso é mulher!
Eu voo muito bem sozinha
Mas se você vem comigo me esquento mais
Eu sigo muito bem sozinha
Mas mãos dadas também rimam com paz