Quem respeita o governador e não respeita a faxineira não é um líder, e sim um interesseiro.
Estamos gritando desesperadamente para sermos observados, nos sentimos muito solitários.
Faça, porque se você não fizer, em breve, o resto será silêncio.
Ser louco é a única possibilidade de ser sadio nesse mundo doente.
Como eu prefiro sentir-me vigiado do que sozinho, eu prefiro me sentir criticado do que largado pela indiferença
Vivemos em um mundo onde os normais são loucos, e os loucos são normais…
Agradeço o interesse pela minha alma e as centenas de textos, mensagens e vídeos para eu reencontrar a Deus. São gestos de carinho, eu sei, mas creiam-me: quanto mais vejo estes vídeos e textos, mais sólida fica minha posição. Agradeço também os salmos diários e os trechos bíblicos enviados. Não é por falta de contato com a Bíblia que eu sou ateu. Hoje eu passei duas horas e meia relendo cartas de Paulo em função do que estou escrevendo. Enviar trechos bíblicos para mim é como enviar pornografia para um senhor de 96 anos: eu lembro daquilo, já gostei, mas não provoca nenhuma reação mais em mim há muito tempo.
Enviar trechos bíblicos para mim é como enviar pornografia para um senhor de 96 anos: eu lembro daquilo, já gostei, mas não provoca nenhuma reação mais em mim há muito tempo.
Eu só posso me ofender se eu não me conhecer.
INFORMAÇÃO não é FORMAÇÃO. Houve uma capilarização do conhecimento, não houve um aumento da compreensão…e as escolas ainda são arcaicas, elas ainda acham que o importante e a transmissão do conhecimento, quando, na verdade, o desafio hoje é a retenção e a formação do conhecimento.
Vivemos a Era do descartável, eu conheço uma mulher quando ela guarda o papel do presente…
A vergonha está desaparecendo.
O que eu penso não muda nada além do meu pensamento. O que eu faço a partir disso muda tudo!
A minha sorte foi passar madrugadas estudando…
Eu queria ter sido aluno hoje, ou professor há cinquenta anos quando os alunos ficavam em pé quando o professor entrava na sala.
Ainda que eu seja um otimista melancólico, sou um otimista.
A vaidade é sempre forte. Disfarçada de humildade então, ela é avassaladora.
Nós não consertamos mais relações humanas, nós trocamos. E ao trocar sapatos, computadores e pessoas que amamos por outras pessoas, vamos substituindo a dor do desgaste pela vaidade da novidade. Ao trocar alguém, creio, imediatamente eu me torno alguém mais interessante e não percebo que aquele espelho continua sendo drama da minha vaidade.
Pessoas elevadas falam de ideias; pessoas medianas falam de fatos; pessoas vulgares falam de pessoas.
É fundamental que existam gays. É fundamental pessoas de diversas etnias, é fundamental que existam diversas opiniões, inclusive contrárias a minha.
A não aceitação das diferenças é problema tanto patológico como baixa inteligência e falta de caráter. Ou uma combinação das três coisas. O fundamentalismo não precisa ser ‘falta de caráter’. Eu ainda acho que se pode educar para a Tolerância Ativa.
(Na palestra Tolerância ativa)
É bárbaro todo aquele que propõe, na sua teoria, a exclusão do outro. É civilizado, seja um índio ianomâmi, ou um alemão, todo aquele que propõe a aceitação da existência do outro.
(Na palestra Tolerância Ativa)
A não aceitação das diferenças torna o mundo um lugar horrível. Quem aceita isso é civilizado. Quem não aceita isso é bárbaro. Pode falar dez línguas, continuará sendo um bárbaro.
(Na palestra Tolerância Ativa)
Todo ato de erigir, construir é um ato de pedra a pedra. Onde uma pedra só pode ser colocada, quando a anterior já estiver ocupando o seu lugar.
Não existe país no mundo em que o governo seja corrupto e a população honesta e vice-versa.
Não existe neutralidade em história. Neutro, para historiador, é só sabão de coco. Toda opinião é política.
A inveja é um tipo de cegueira, ela é a dor pelo sucesso alheio.
Uma criança mimada será um adulto infeliz.
Uma das características da cultura é tornar normal o que não é.
Infelizmente nós estamos ficando sem símbolos, estamos ficando sem referências de honestidade.
Nunca chegaremos ao paraíso, mas a política é necessária para impedir que cheguemos ao inferno.
A ofensa é um fracasso pessoal
Meu medo não se baseia na função que encerra, mas da vida que continua.
Não toque tambor para louco dançar. Afaste-se.
É no conhecimento que existe uma chance de libertação.
Democracia não é o paraíso, mas ela consegue garantir que a gente não chegue no inferno.
As multidões não são sinônimo de boa escolha política. O primeiro plebiscito da história, quando Pilatos pergunta ao povo se quer o ladrão ou Jesus, o povo democraticamente grita “Barrabás, Barrabás”. O grito da multidão não é sinônimo do poder do povo. E nem da justiça, e nem da ética. Porém, a política está capilarizada, e isso é muito mais importante, talvez, do que qual facção do poder esteja disputando. Não acho, insisto, que haja uma diferença brutal entre PT, PMDB e PSDB. Não está no poder, nem de longe, nenhum partido identificado com massas, com bases ou com reformas revolucionárias. São facções, geralmente conservadoras, de propostas de poder. Não estamos discutindo o poder do PSOL contra o DEM, onde talvez houvesse uma diferença ideológica. Estamos discutindo facções de poder.
Somos sozinhos e morreremos sozinhos. Somos absolutamente irrelevantes diante do Universo.
Ditaduras matam e prendem mas seduzem, tiranos seduzem essa é a ideia de Etienne de La Boetie. Política tem relação com cinquenta tons de cinza: Quem manda em mim, me amarra, quem me controla também me seduz. Quem me da a liberdade me joga num vazio difícil de ser preenchido.
Há muita diferenciação entre regras, que são para o bom funcionamento de um grupo e autoritarismo.
Autoritarismo é quando a autoridade acha que o sistema serve à autoridade.
Autoridade é um conjunto de regras que eu estabeleço para conviver em conjunto.
No Brasil, não aparece a expressão “guerra civil”, mas Revolução ou Guerra dos Farrapos, movimento constitucionalista de São Paulo de 1932, Cabanagem de 1835, a Sabinada na Bahia, a Balaiada de 1838. Não gostamos nem da expressão guerra civil, e vivemos prolongadas guerras civis. E o mais fascinante é que todas essas derrotas, como a de São Paulo, do Pará, da Bahia e do Rio Grande do Sul, viraram marcos de identidade. Celebramos periodicamente nossas derrotas.
Facilidade é o nome que os vagabundos dão ao esforço alheio.
Ao conhecer os pais eu passo a amar mais os alunos.
Até que eles (-os alunos) não eram tão difíceis.
Cabe ao professor, especialmente ao educador, tirar os obstáculos entre a pessoa é o conhecimento, e que ela sinta, no professor e educador, como o conhecimento transformou aquela pessoa.
Os livros são poderosos instrumentos de transformação. E quanto mais interesse eu tiver, mais interessante eu fico.
O que todo estado fundamentalista teme é a educação das pessoas.
Dez fontes que mudaram minha vida para sempre
01) Hamlet
02) A Paixão segundo GH
03) O Livro de Jó
04) A Divina Comédia
05) Dom Quixote
06) Madame Bovary
07) Ensaios, de Montaigne
08) O mal estar na civilização, de Freud
09) Confissões, de Agostinho
10) A poesia de Fernando Pessoa
A solidão não quer dizer um isolamento,mas é a consciência que a minha dor é minha dor, e de fato ninguém é responsável pelo meu fracasso e ninguém é responsável pela minha felicidade.
O dramático do mundo de 2017 é que aumentamos tanto a comunicação que ela corre o risco de se tornar irrelevante. Talvez por isso a gente digite tanto: não há mais nada a dizer.
O fracasso é um quarto confortável. O sucesso é um quarto desafiador.
As pessoas éticas têm amigos e os canalhas têm cúmplices e os cúmplices fazem delações premiadas. O prêmio que a vida oferece a uma pessoa com ética é ela ter amigos, o castigo do canalha é que ele só encontra gente como ele que um dia vai gravá-lo e vai guardar para usar na ocasião adequada.
Temos o costume de não ouvir o outro. Eu digo que sou de Aquário e você responde seu signo. Eu digo que estou cansado e você responde que também. Eu digo que tenho dor de cabeça e você diz que tem um tumor.
Provavelmente a indiferença seja a maior e mais cruel das maldades humanas, pois ela significa que eu nem sequer estou lhe vendo.
Confundir melancolia e tristeza com depressão talvez seja o mal do século XXI.
Felicidade é conservar energia para coisas que valem a pena.
Só tem amigo quem é bom, se não for bom, terá apenas cúmplices.
Ninguém é responsável pelo meu fracasso. Ninguém é responsável pela minha felicidade.
Em uma discussão é preciso diminuir a paixão.
A religião é um reforçador de convicções pessoais.
Com o passar do tempo ficamos mais caros.
A história nos ajuda a entender a genética de processos.
É no conhecimento que existe a chance de libertação. Uma pessoa que decide não conhecer, aceita sua condição de escravo, aceita sua condição de submissão; conhecer é a condição pra eu me libertar de mim mesmo e das amarras sociais.
Um verdadeiro hétero deveria ficar tranquilo com a abundância de gays, porque isso garantiria uma maior quantidade de fêmeas para o seu harém.
Personalidades negociadoras e pacifistas são menos sedutoras do que as violentas e odiosas.
A fala muito fluida e intensa é para não dizer algo que esteja mais submergido no íntimo do emissor.
É você quem vai fazer o seu diploma, ninguém vai fazer por você. Se o professor for ótimo, melhor; Se o professor for ruim, supere-o; Se a instituição existe, use – a para chegar ao seu objetivo.
A vida é muito curta para que se perca tempo numa existência medíocre.
Ataque é veneno, e veneno só funciona se eu tomar.
A vida é muito curta pra que eu perca tempo com babacas cheios de ódio.
Não existe diálogo com quem é dogmático
O mundo virtual instalou uma catraca na caverna de Platão.
Em época de crise de livrarias, ler é quase um gesto de resistência. Um livro pode ser bem mais barato do que uma camiseta. É preciso ter esperança.
O medo nos torna covardes.
Se alguém te xingou e você se ofendeu, não fique com raiva do agressor, mas sim de você. Por ter concordado e exposto sua vulnerabilidade emocional.
Peque sua idade.
Some 2
Subitraia 2
Essa é a sua idade.
“O preço da inteligência é a solidão.”
Tudo que te agrada, te engana.
Mesmo não sendo um paraíso, todo brasileiro sabe que não vivemos no inferno. A Terra de Santa Cruz é um cálido purgatório. No máximo. // Livro: Todos conta todos
Sempre fomos bons em pensamentos maniqueístas, em dualismos morais perfeitos. Ninguém é católico por séculos e imerge ileso deste destino… // Livro: Todos contra todos
Somos um país violento. Violentos ao dirigir, violentos nas ruas, violentos nós comentários e fofocas, violentos ao torcer por nosso time, violentos ao votar. // Livro: Todos contra todos
O ódio, como vários ditadores bem notaram, serve como ponto de Unidos e de controle. Livro: Todos contra todos
O ódio é uma interrupção do pensamento e uma irracionalidade paralisadora. Como pensar é árduo, odiar é fácil. Se a religião é o ópio do povo para Marx, o ódio é o ópio da mente.// Livro: Todos contra todos
O ódio tem um poder de coesão que o amor não tem.// Livro: Todos contra todos
A internet facilita a vida de quem odeia. […] Mas a internet não criou sentimento de ódio, talvez apenas torne mais evidente aquilo que só se daria no campo do relacionamento pessoal. // Livro: Todos contra todos
As crises revelam heróis e canalhas. Elas fazem as máscaras sociais caírem, como nas guerras.
Conviver é sempre abrir mão de elementos da minha liberdade, esperar que os outros abram mão de um pouco da liberdade deles e, juntos, possamos achar um ponto onde o “nós” seja possível.
Quando vejo jovem pedindo a volta da ditadura, sinto que eu, como professor de história, fracassei.
As pessoas customizam Deus para que ele caiba no seu modo de viver.
“Cada um vive ao seu modo, de acordo com o que lhe interessa. As pessoas customizam a religião, a experiência de Deus.”
”A crise educa.”
Decifrar o mundo se baseia em fazer as melhores perguntas.
Ser racista não é apenas um crime e uma ofensa ética, também é um sinal claro de limitação intelectual, (…) porque eu estou defendendo uma ideia que não tem nenhuma base.
Será que o que penso é sempre o certo ou sempre revela o que é certo para mim?
Discurso de ódio em nome de Deus é a suprema elaboração do mal.
Mire em ser mais do que o que você é, mas saiba exatamente quem você é, para que o mundo não precise lembrá-lo disso com frequência.
Morrer é inevitável; viver bem é uma arte diária.
Num avião ano passado o avião deu uma tremida, e uma senhora gritou: “minha senhora Aparecida”! Eu disse: “olha nossa senhora da aviação é a nossa senhora de Loreto, não reze para a entidade errada, você vai pedir para nossa senhora Aparecida e não é o departamento dela, daí o avião cai.
Todos nós somos fraude, porque depende da comparação (…). A síndrome do impostor é muito forte para todos nós.
Hoje em dia não basta viver uma situação, tem que tirar foto para dizer que viveu. Se não tirar: quer dizer que não viveu.
Se não existisse a discórdia e a traição, não existiria literatura.
Quem escuta tem vantagem sobre quem fala.
Um outro conselho importante: querem saber quando o projeto de vida de vocês acertou no valor? São aqueles semiamigos; semiamigo é o inimigo que lhe abraça, chegam a você e lhe dizem: “Você tem sorte. Nossa, você tem muita sorte!”
Prestem atenção nessa frase que o tio Leandro vai dizer: sorte é o nome que o vagabundo dá ao esforço que ele não faz.
Reúnam os amigos e digam sobre o sucesso de vocês. Digam: “eu estou bem, nunca ganhei tanto dinheiro, estou amando e sendo amado, estou fazendo um sucesso louco e vai melhorar” – e olhem pro rosto da pessoa, é um teste infalível – só um amigo vai sorrir e se emocionar com o sucesso de vocês, os outros vão dizer: “é, nossa! você tá meio exibido né!?” Os outros vão se incomodar. Quem se incomoda não gosta de mim; quem se incomoda concorre comigo; quem se incomoda não tolera o meu sucesso.
As redes sociais são estimulador de sentimentos negativos de comparação.
O custo de tudo é o esforço.
A sedução do Arlequim
Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Ele surge com sua roupa de losangos no teatro popular italiano (commedia dell’arte). Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina. Vejo que meu texto começa a parecer marchinha saudosista de carnaval…
Há certa dignidade na personagem. Cézanne e Picasso usaram seu talento para representá-lo. O espanhol foi mais longe: retratou seu filho Paulo em pose cândida e roupa arlequinesca. Joan Miró criou um ambiente surrealista com o título Carnaval do Arlequim.
Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.
Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste deste último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”.
O ator manhoso sabe que podem existir algumas recriminações diante de uma piada feita com a tia acima do peso ou com o tio falido. Todos queremos nos imaginar bons e incentivadores da harmonia familiar. Todos amamos encontrar um bode expiatório e o Arlequim é um especialista neles. O tipo ideal de vítima apresenta alguma fraqueza física, financeira ou intelectual. A ferida narcísica alheia é um deleite. A hemorragia em chaga de terceiros pode ser sedutora. Claro, isso não inclui você, querida leitora e estimado leitor, apenas as estranhas famílias do seu condomínio; nunca a sua.
O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. O pequeno “menino diabo” (uma chance de etimologia) atrai, sintetiza, denega, ressignifica e exorciza nossos muitos pequenos demônios. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.
Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.
A astúcia do ator maldoso depende da malícia da plateia. Falamos muito do fofoqueiro, por exemplo. É rara a análise sobre a voz passiva daquele que não faz a fofoca, mas que dá espaço e ouvidos para ela. Deploramos o piadista preconceituoso, poucos deixam de rir diante do ataque frontal a outro.
Lacan falava que o limite conferia a liberdade. Sem a placa de velocidade máxima, eu não seria livre para ultrapassar ou ficar aquém do patamar máximo. Da mesma forma, ampliando a ideia, o Bem é cronicamente dependente do Mal. Sem a oposição, nunca serei alguém “do governo”. Batman e Coringa fazem parte de um jogo consentido de vozes. Bocas que fazem detração necessitam de ouvidos aptos. Criminosos dependem de cúmplices. A violência do campo de concentração necessita, ao menos, do silêncio da maioria. Pierrots, Colombinas e Arlequins constituem um triângulo amoroso, uma figura estável porque possui três ângulos visíveis. A perda de uma parte desequilibraria o todo.
Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus. O fascismo dependeu de “alemães puros”; as democracias efetivas demandam pessoas impuras, ambíguas, reais e falhas. O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.
É de seu direito falar o que pensa, assim como é meu direito responder.
Se eu ensinei preconceito, eu posso desensinar. Porque é um aprendizado e é artificial, não é da natureza.
Quem não tem projeto de vida, não se preocupe. Vai trabalhar pra alguém que tem.
Temos dificuldades com nossas dores. Quase sempre, preferimos disfarçá-las com sentimentos elevados. O fariseu atacou Jesus por curar no sábado. Não era zelo pela lei mosaica, tratava-se da inveja pura do poder e carisma do Nazareno. O lugar preferido do ressentimento é escondido atrás de um muro caiado de boas intenções. Acostume-se: quem não corre um metro vai corrigir sua caminhada de cinco quilômetros e dirá que “é para seu bem” e que “quer ajudar”. Aceite conselhos de quem realizou mais e ignore os fracassados que, pedagogicamente, corrigem o que está além deles. Se deseja voar, ignore o barro e contemple as nuvens.
Esforço é banho… Tomou hoje? Ótimo, parabéns! Amanhã, de novo!
Quem respeita o governador e não respeita a faxineira não é um líder, e sim um interesseiro.
Estamos gritando desesperadamente para sermos observados, nos sentimos muito solitários.
Faça, porque se você não fizer, em breve, o resto será silêncio.
Ser louco é a única possibilidade de ser sadio nesse mundo doente.
Como eu prefiro sentir-me vigiado do que sozinho, eu prefiro me sentir criticado do que largado pela indiferença
Vivemos em um mundo onde os normais são loucos, e os loucos são normais…
Agradeço o interesse pela minha alma e as centenas de textos, mensagens e vídeos para eu reencontrar a Deus. São gestos de carinho, eu sei, mas creiam-me: quanto mais vejo estes vídeos e textos, mais sólida fica minha posição. Agradeço também os salmos diários e os trechos bíblicos enviados. Não é por falta de contato com a Bíblia que eu sou ateu. Hoje eu passei duas horas e meia relendo cartas de Paulo em função do que estou escrevendo. Enviar trechos bíblicos para mim é como enviar pornografia para um senhor de 96 anos: eu lembro daquilo, já gostei, mas não provoca nenhuma reação mais em mim há muito tempo.
Enviar trechos bíblicos para mim é como enviar pornografia para um senhor de 96 anos: eu lembro daquilo, já gostei, mas não provoca nenhuma reação mais em mim há muito tempo.
Eu só posso me ofender se eu não me conhecer.
INFORMAÇÃO não é FORMAÇÃO. Houve uma capilarização do conhecimento, não houve um aumento da compreensão…e as escolas ainda são arcaicas, elas ainda acham que o importante e a transmissão do conhecimento, quando, na verdade, o desafio hoje é a retenção e a formação do conhecimento.
Vivemos a Era do descartável, eu conheço uma mulher quando ela guarda o papel do presente…
A vergonha está desaparecendo.
O que eu penso não muda nada além do meu pensamento. O que eu faço a partir disso muda tudo!
A minha sorte foi passar madrugadas estudando…
Eu queria ter sido aluno hoje, ou professor há cinquenta anos quando os alunos ficavam em pé quando o professor entrava na sala.
Ainda que eu seja um otimista melancólico, sou um otimista.
A vaidade é sempre forte. Disfarçada de humildade então, ela é avassaladora.
Nós não consertamos mais relações humanas, nós trocamos. E ao trocar sapatos, computadores e pessoas que amamos por outras pessoas, vamos substituindo a dor do desgaste pela vaidade da novidade. Ao trocar alguém, creio, imediatamente eu me torno alguém mais interessante e não percebo que aquele espelho continua sendo drama da minha vaidade.
Pessoas elevadas falam de ideias; pessoas medianas falam de fatos; pessoas vulgares falam de pessoas.
É fundamental que existam gays. É fundamental pessoas de diversas etnias, é fundamental que existam diversas opiniões, inclusive contrárias a minha.
A não aceitação das diferenças é problema tanto patológico como baixa inteligência e falta de caráter. Ou uma combinação das três coisas. O fundamentalismo não precisa ser ‘falta de caráter’. Eu ainda acho que se pode educar para a Tolerância Ativa.
(Na palestra Tolerância ativa)
É bárbaro todo aquele que propõe, na sua teoria, a exclusão do outro. É civilizado, seja um índio ianomâmi, ou um alemão, todo aquele que propõe a aceitação da existência do outro.
(Na palestra Tolerância Ativa)
A não aceitação das diferenças torna o mundo um lugar horrível. Quem aceita isso é civilizado. Quem não aceita isso é bárbaro. Pode falar dez línguas, continuará sendo um bárbaro.
(Na palestra Tolerância Ativa)
Todo ato de erigir, construir é um ato de pedra a pedra. Onde uma pedra só pode ser colocada, quando a anterior já estiver ocupando o seu lugar.
Não existe país no mundo em que o governo seja corrupto e a população honesta e vice-versa.