Lara Klaus

⁠Feliz é o amor que nasce no carnaval
E quer se mostrar pela cidade
Nos outbus, nos painéis
Atravessando o tráfego cambaleando
Febril é o amor que ferve nos quarteirões
E quer explodir fantasiado
Vai pelas ruas e avenidas
Rindo e colorindo a vida

Lara Klaus

⁠Livre é o amor que nasce nas estações
E invade o templo das pessoas
A revelia abre alas
Dentro dos corações
Ecoa nas periferias da imaginação
De assalto me leva pro meio da troça
O bloco não para pra tristeza
E lá vai o amor travestindo a multidão

Lara Klaus

⁠A verdade não mora na palavra
Mas na intenção de quem a propaga
A verdade em meus olhos e eu enxergo agora
Olhos vermelhos de chorar
Um olhar de adeus de quem vai embora
Sua poesia não tem mais valia
Não tem nada a ver com o seu dia a dia
São palavras doces numa boca amarga
Boca que dita, que não cala
Quando fala fere, invade a casa

Lara Klaus

⁠Eu prefiro um abraço, um olhar mais direto
Um aperto de mão, papo reto
Não há força maior do que a força do gesto

Lara Klaus

⁠Não caia
Não sente
Não fique parado no ar
Saia
Do ventre
Venha vingar

Lara Klaus

⁠Aguenta firme, o futuro chega
Amanhece, amansa
A sorte se lança
Segue a vida sem cessar
Dia após dia
O mundo se vicia
E tudo é pra já
Com quantos carros
Se faz a estrada
Que eu quero passar?
Arranha-céus
Pendure o seu véu
Chuva forte sem parar
Fumaça que atrai
Famigeradas
Pessoas fora do lugar
A vista enevoada
Situações marcadas
Descaso, desdém, desilusão

Lara Klaus

⁠Passe a ser adepto da reciprocidade. Entregue aos outros exatamente o que eles lhe entregam.

Lara Klaus