AutorKant (rap)

Kant (rap)

⁠Morte na ponta da caneta
E a cada passo, sem deixar rastro
Uma conquista, uma cabeça
Tinta vermelha igual sangue
Bandido da luz vermelha

Kant (rap)

⁠Pressão, músicas, batalhas, folhinhas, falta de grana
Gerando fama enquanto minha depressão restava ali
Minhas costas pesam um javali, e já vali
Já falei e já fali

Kant (rap)

⁠Vim pra ser dor de cabeça, prepara a aspirina
Vim separar quem tem postura e quem faz as birrinha

Kant (rap)

⁠Minha vitória vem incomodando mais que torcicolo, pelo Rap torci, claro
Rima rara trouxe, claro, reparo em cada ato
Conhecimento eu não busco, eu rapto
Rápido permaneço sozinho em meu deserto como se fosse um cacto
Ninguém me toca, vou seguindo intacto

Kant (rap)

⁠Olha, o meu nível tá aqui em cima
Pensam que produzir versos é o mesmo que produzir enzima
Fácil como obter uma usina
Perguntam sobre o que eu faço, você ensina
Claro, tenho patrimônio de um milhão em rimas

Kant (rap)

⁠Vozes silenciosas falam muito comigo.

Kant (rap)

⁠Implorando por carinho, só o demônio me abraça.

Kant (rap)

⁠Vozes silenciosas falam muito comigo
Entre o bem e o mal, eu vivo em conflito
Pesadelos quentes entre meus cochilos
Dizem que, se esse é meu papel, terei que puni-los

Kant (rap)

⁠Nadando com tubarões famintos em águas rasas.

Kant (rap)

⁠Tô no limite, botando fogo em uma casa inteira
Só pra acender um dinamite.

Kant (rap)

⁠Já são onze horas e só ora quem não sabe onde se esconder
Não me leve a mal, eu nunca quis ser monge.

Kant (rap)

⁠Foda-se todo esse ouro e a prata, eu não mereço nem o bronze

Kant (rap)

⁠Aqui estou mais um dia, um detento diário
No meu diário, citar essas linhas é algo árduo
Normalmente, o que eu sinto, eu guardo
Sinto que resolveria alguns problemas com um infarto

Kant (rap)

⁠Preciso encontrar uma nova maneira pra fazer com que suas garotas vibrem
Santos, sangue, sorrindo a anjos
Enquanto demônios me agridem
Quem dera eu tivesse um coração partido, ainda restariam duas partes

Kant (rap)

⁠Sem cinto, sinto que eu tô melancólico
Algumas drogas e muito vinho, mas calma, eu sou católico

Kant (rap)

⁠Estou cansado de ser tão julgado
Às vezes acordo e me sinto o próprio diabo
Pelos versos e formas que eu tenho conjugado
E quanto mais me vejo triste, mais me vejo tatuado

Kant (rap)

⁠Vire a página, então, vamo embora
E pulem pra parte do toalete, onde eu ponho um rap
Ganho um patrocínio de Gilette
E meu pulso uma tattoo nova

Kant (rap)

⁠É que a vida me deu um rodo
E eu guardei até comprar minha própria casa

Kant (rap)

⁠Desde pequeno eu sonho com o céu caindo
Um ser de luz, só que de capuz, um anjo caído

Kant (rap)

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