OLHANDO AS ÁGUAS
Olhando as águas que passam,
Levando segredos na bruma,
Perguntei ao Tejo e à escuna,
Se esses olhos que meus olhos enlaçam,
Olhando as águas que passam,
São sós desejos do meu coração,
Ou se porventura tudo isto é solidão,
Enquanto as águas se calam… E passam.
Não me diz a escuna porque assim sofro,
Nem me diz a gaivota por quem morro,
Eu sou como às ondas no entardecer,
Cavalos de espuma e de cambraia,
Buscando a certeza do fim da praia
E assim está certo, e assim tem de ser.