A minha flor o vento pode levar
Mas o meu perfume fica boiando no ar
Eu sou a flor que o vento jogou no chão
Mas ficou um galho
Pra outra flor brotar
Meu samba é a voz do povo
Se alguém gostou
Eu posso cantar de novo
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Ver meus amigos “doutô” basta pra me sentir bem
Mas todos eles, quando ouvem um baiãozinho que eu fiz,
Ficam tudo satisfeito, batem palmas e pedem bis
Um dia desse
Eu fui dançar lá em Pedreiras,
Na rua da Golada,
Eu gostei da brincadeira
Zé Cachangá era o tocador
Mas só tocava Pisa na fulô
A onda quebrou na praia
E voltou a correr no mar
Meu amor foi como a onda
E não voltou pra me beijar
Eu sou um pobre caboclo
Ganho a vida na enxada
O que eu colho é dividido
Com quem não prantô nada
Lá no sertão, quase ninguém tem estudo
Um ou outro que lá aprendeu ler
Mas tem homem capaz de fazer tudo, doutor
E antecipa o que vai acontecer
Rosa amarela quando murcha perde o cheiro
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar