Se a coesão da nossa sociedade era mantida outrora pelo imaginário de progresso, ela o é hoje pelo imaginário da catástrofe.
Nunca teria havido ciências humanas nem psicanálise se tivesse sido milagrosamente possível reduzir o homem a comportamentos racionais.
Ninguém daria o menor apoio, nem teria a menor devoção por uma pessoa real
A corrupção é o mal que nos preserva do pior.
Se seguimos as vias da política do mal, as vias irônicas da corrupção, então chegamos a uma conclusão reconfortante: a corrupção é o mal que nos preserva do pior.
O pior num ser humano é mesmo saber demais e ser inferior ao que sabe.
A desinformação vem da profusão da informação, de seu encantamento, de sua repetição em círculos, que cria um campo de percepção vazio, um espaço como que desintegrado por uma bomba de nêutrons, ou por uma bomba que absorve todo oxigênio em volta.
Estamos num universo em que existe cada vez mais informação e cada vez menos sentido.
O tédio é como um zoom implacável na epiderme do tempo. Cada instante é dilatado e ampliado como os poros do rosto.
O que eu sou, eu não sei. Eu sou o simulacro de mim mesmo.
Não há afrodisíaco como a inocência.
“não é por acaso que se fala tanto de imunidade, anticorpos, de inseminação e aborto. Em tempos de carestia, a preocupação está voltada para a absorção e assimilação. Em épocas de superabundância, o problema volta-se mais para a rejeição e expulsão. A comunicação generalizada e a superinformação ameaçam todas as forças humanas de defesa.”