O estilo está sob as palavras como dentro delas. É igualmente a alma e a carne de uma obra.
Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra.
Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.
A mulher é uma criatura normal sobre a qual fizeste uma bonita imaginação.
Ele andava à roda no seu desejo como o preso no cárcere.
Quando se muda de país, nem sempre o pudor vai atrás.
O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele.
Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido.
A recordação é a esperança do avesso. Olha-se para o fundo do poço como se olhou para o alto da torre.
Não desculpo de modo algum aos homens de ação que não vençam, uma vez que o êxito é a única medida do seu mérito.
Aos incapazes de gratidão nunca faltam pretextos para não a ter.
A medida de uma alma é a dimensão do seu desejo.
À medida que nos elevamos na escala dos seres, a capacidade nervosa aumenta, ou seja, a capacidade de sofrer. Sofrer e pensar seriam então a mesma coisa?
Nada é mais humilhante do que ver os tolos vencer naquilo em que fracassámos.
Eu não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse, o que talvez venha dar ao mesmo.
Não se faz nada de grande sem fanatismo.
Um povo de ateus não poderia subsistir.
O sucesso é uma consequência e não um objetivo.
Pode fazer-se tudo, salvo fazer sofrer os outros: eis a minha moral.
O cúmulo do orgulho é desprezar-se a si próprio.
O autor na sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda a parte, mas não visível em nenhuma.
Cuidado com a tristeza. Ela é um vício.
O coração é uma riqueza que não se vende nem se compra. Presenteia-se.
Talento é paciência sem fim.
Todas as bandeiras se encheram tanto de sangue que é tempo de as banirmos por completo.
A gente não escolhe o próprio assunto. Eis o que o público e os críticos não entendem. O segredo das obras-primas está nisso, na concordância do assunto com o temperamento do autor.
A vida deve ser uma constante educação.
A moral da arte reside na sua própria beleza.
Cheguei à firme convicção de que a vaidade é a base de tudo, e de que finalmente o que chamamos de consciência é apenas a vaidade interior.
A palavra é um laminador que alonga sempre os sentimentos.
O artista deve fazer com que a posteridade pense que ele não existiu.
Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar que a vida.
O amor é um modo de viver e de sentir. É um ponto de vista um pouco mais elevado, um pouco mais largo; nele descobrimos o infinito e horizontes sem limites.
A igualdade é a escravatura. É por isso que amo a arte. Aí, pelo menos, tudo é liberdade neste mundo de ficções.
Considero como uma das felicidades da minha vida não escrever nos jornais; isto faz mal ao meu bolso, mas faz bem à minha consciência.
Nunca existiram grande homens enquanto vivos. É a posteridade que os cria.
E tendo mais ideias, tiveram mais sofrimento.
A estupidez não está de um lado e o espírito do outro. É como o vício e a virtude; sagaz é quem os distingue.
O encanto da novidade, caindo pouco a pouco com uma peça de roupa, punha a nu a eterna monotonia da paixão, que tem sempre as mesmas formas e a mesma linguagem.
A verdadeira força é o expoente da destreza.
Faz-se crítica quando não se pode fazer arte, como quem se torna delator quando não se pode ser soldado.
Não escolhemos o assunto (…) o segredo das obras-primas está aí, na concordância do assunto e do temperamento do amor.
Sentia necessidade de poder tirar das coisas uma espécie de proveito próprio, e repelir como inútil tudo aquilo que não contribuísse para a alegria imediata do coração, porque tinha um temperamento mais sentimental que artístico, procurando emoções e não paisagens.
Alguns detalhes se desvaneceram, mas a saudade permaneceu.
Quanto mais próximas lhe ficavam as coisas, mais o seu pensamento se afastava delas.
As obras que não nos abalam o coração afastam-se, segundo me parece, da verdadeira finalidade da arte. É sempre muito agradavél, no meio das tantas desilusões da vida, podermos reportarmo-nos pelo espírito a nobres caracteres, a afeições puras, a quadros de ventura.
As felicidades futuras, como as praias dos trópicos, projetam, na imensidade que as precede, as suas molezas nativas, brisas perfumadas; e nós nos entorpecemos na sua languidez, sem mesmo nos importarmos com o horizonte que não avistamos ainda.
…não se interrogava em saber se o amava. O amor, no seu entender, devia surgir de repente, com ruídos e fulgurações, tempestade dos céus que cai sôbre a vida e a revolve, arranca as vontades como fôlhas e arrebata para o abismo o coração inteiro. Ela não sabia que nos terraços das casas a chuva forma poças quando as calhas estão entupidas, de maneira que se pôs de sobreaviso, até que subitamente descobriu uma fenda na parede.
Era um dêsses sentimentos puros que não embaraçam a marcha da vida, que se conservam porque são raros, cuja perda ocasionaria dor maior que o regojizo da posse.
…estava cansado de amar sem resultado; além disso, começava a sentir a depressão que nos causa a repetição da vida, quando nenhum intrerêsse a dirige, nenhuma esperança a estimula.
Entretanto, as chamas abrandaram-se, seja porque a provisão se esgotasse, seja porque a acumulação fosse muita. Extinguiu-se o amor, pouco a pouco, pela ausência; à saudade sucedeu o hábito; e aquele clarão de incêndio que lhe ruborizava o céu desmaiado se descobriu de mais sombra e desapareceu gradativamente.
Há no mundo uma conjura geral e permanente contra duas coisas, a poesia e a liberdade; as pessoas de gosto encarregam-se de exterminar uma, tal como os agentes da ordem de perseguir a outra.
Por que nos conhecemos? Por que o acaso o quis? Foi porque através da distância, sem dúvida, como dois rios que correm a unir-se, nossas inclinações particulares nos impeliram um para o outro.
… se logo no primeiro dia ela me amou, deve amar-me mais agora, com a impaciência de rever-me.
Então, seguro dêsse amor, deixou de se constranger e, insensivelmente, suas maneiras mudaram. Não tinha mais, como antes, aquelas palavras tão doces que a faziam chorar, nem aquelas carícias ardentes que a tornavam doida; de modo que o seu grande amor, em que ela vivia imersa, pareceu diminiur sob ela, como a água de um rio, absorvida pelo seu leito.
…tinha essa inexprimível beleza que resulta da alegria, do entusiasmo, do êxito, e que nada mais é que a harmonia do temperamento com as circunstâncias. Os desejos, as tristezas, as experiências do prazer e as ilusões sempre novas, à maneira do que às flôres fazem o adubo, a chuva, os ventos e o sol, tinham-na desenvolvido gradativamente, e ela se desabrochava enfim em tôda a punjança de sua natureza.
Chegaram a ponto de falar muitas vêzes de coisas indiferentes ao seu amor; e nas cartas (…) tratava de flôres, de versos, da lua e das estrêlas, recursos ingênuos de uma paixão enfraquecida, que procurava avivar-se com todos os recursos exteriores.
De onde vinha, pois, aquela insuficiência da vida, aquêle apodrecimento instantâneo das coisas em que se apoiava?… Mas se existia, fôsse onde fôsse, um belo e forte, uma natureza valorosa, cheia ao mesmo tempo de exaltação e de requintes, um coração de poeta com forma de anjo, lira com cordas de bronze, desferindo para o céu epitalâmos elegíacos, por que acaso não encontraria ela? Que impossibilidade! Nada, afinal, valia a pena procurar-se; tudo mentia! Cada sorriso ocultava um bocejo de enfado, cada alegria uma maldição, todo prazer o seu desgôsto, e os melhores de todos os beijos não deixavam nos lábios senão uma irrealizável ânsia de voluptuosidades mais intensas.
Mas o denegrirmos os que amamos sempre no desliga dêles um pouco. Não é bom tocar nos ídolos; o dourado pode sair nas nossas mãos.
Já não odiava ninguém: uma confusão de crepúsculo empenava-lhe o pensamento e, de todos os ruídos da terra, não ouvia senão o intermitente lamento de seu pobre coração, meigo e indistinto, como o último eco de uma sinfonia longínqua.
Pensando continuamente (…), ia-se esquecendo dela e desesperava-se vendo como a imagem se lhe apagava da memória, apesar dos esforços que fazia para a reter.
De todas as mentiras, a arte é ainda a menos falsa.
As recordações não povoam nossa solidão, como dizem, ao contrário, fazem-na mais profunda!
“O padre ergueu-se para pegar no crucifixo; então ela estendeu o pescoço, como quem tem sede, e, colando os lábios ao corpo do Homem-Deus, depôs nele, com toda a sua força expirante, o maior beijo de amor que jamais dera. Depois o padre recitou o Miseratur e o Indulgentiam, molhou o polegar direito no óleo e começou a unção; primeiro sobre os olhos, que tanto tinham cobiçado todas as suntuosidades mundanas; depois sobre as narinas, gulosas de brisas tépidas e de perfumes amorosos; depois sobre a boca, que tanto se abrira para a mentira, que tanto gemera de orgulho e gritara de luxúria; depois sobre as mãos, que se deleitavam com os contatos suaves, e, finalmente, na planta dos pés, outrora tão velozes quando corriam a saciar os desejos e que agora nunca mais tornariam a caminhar.”
Madame Bovary
O sucesso deve ser uma consequência, nunca um objetivo.
“Emma Bovary c’est moi”
A fraternidade é uma das mais belas invenções da hipocrisia social.
Que grande necrópole é o nosso coração humano!
…se estamos com pouco tempo para cuidar da vida, menos ainda nos sobra para cuidar da morte.
Para ter talento, é preciso estar convencido de que se possui.
FRASE MARCANTE “Os momentos mais esplêndidos da vida não são os chamados dias de êxito, mas sim aqueles dias em que, saindo de desânimo e do desespero, sentimo-nos erguer-se dentro de nós um desafio: a vida e a promessa de futuras realizações”.
Quantas loucuras há num homem! Oh! não há a menor dúvida de que os matizes de um trajo de arlequim não são mais variados do que as loucuras do espírito humano, e ambos chegam ao mesmo resultado: ficarem coçados e fazerem rir durante algum tempo, o público em troca do seu dinheiro, o filósofo em troca da sua ciência.
A mulher é um animal vulgar do qual o homem formou um ideal belo demais.
Não há verdade, só há percepção.
“Apesar de tudo, o trabalho ainda é o melhor meio de fazer a vida passar”
Não leia, como fazem as crianças, para divertir-se, ou como os ambiciosos, com a finalidade de instrução. Não, leia a fim de viver.
Seja firme e bem ordenado em sua vida para que possa ser feroz e original em seu trabalho.
Viajar nos torna mais modestos. Você vê como é pequeno o lugar que ocupa no mundo.
Tenha cuidado com a tristeza. É um vício.
Tenha cuidado com a tristeza. É um vício.
A culpa é da fatalidade.
O estilo está nas palavras e dentro delas. É igualmente a alma e a carne de uma obra.
O estilo está nas palavras e dentro delas. É igualmente a alma e a carne de uma obra.
…mas a força de seu desejo protestou contra o servilismo de sua conduta e, por uma espécie de ingênua hipocrisia, ele sentiu que essa proibição de vê-la era, para ele, como que um direito de amá-la……………… Madame Bovary
O estilo está sob as palavras como dentro delas. É igualmente a alma e a carne de uma obra.
Salvo se formos cretinos, morremos sempre na incerteza do nosso próprio valor e do da nossa obra.
Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.
A mulher é uma criatura normal sobre a qual fizeste uma bonita imaginação.
Ele andava à roda no seu desejo como o preso no cárcere.
Quando se muda de país, nem sempre o pudor vai atrás.
O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele.
Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido.
A recordação é a esperança do avesso. Olha-se para o fundo do poço como se olhou para o alto da torre.
Não desculpo de modo algum aos homens de ação que não vençam, uma vez que o êxito é a única medida do seu mérito.
Aos incapazes de gratidão nunca faltam pretextos para não a ter.
A medida de uma alma é a dimensão do seu desejo.
À medida que nos elevamos na escala dos seres, a capacidade nervosa aumenta, ou seja, a capacidade de sofrer. Sofrer e pensar seriam então a mesma coisa?
Nada é mais humilhante do que ver os tolos vencer naquilo em que fracassámos.
Eu não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse, o que talvez venha dar ao mesmo.
Não se faz nada de grande sem fanatismo.
Um povo de ateus não poderia subsistir.
O sucesso é uma consequência e não um objetivo.
Pode fazer-se tudo, salvo fazer sofrer os outros: eis a minha moral.
O cúmulo do orgulho é desprezar-se a si próprio.
O autor na sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda a parte, mas não visível em nenhuma.
Cuidado com a tristeza. Ela é um vício.
O coração é uma riqueza que não se vende nem se compra. Presenteia-se.
Talento é paciência sem fim.
Todas as bandeiras se encheram tanto de sangue que é tempo de as banirmos por completo.