A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.
Nenhum prazer é em si um mal, porém certas coisas capazes de engendrar prazeres trazem consigo maior número de males que de prazeres.
Os prazeres do amor jamais nos serviram. Devemos nos considerar felizes se não nos aborrecerem.
Tu, que não és senhor do teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível! Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer.
Aquele que melhor goza a riqueza é aquele que menos necessidade dela tem.
O prazer de fazer o bem, é maior do que recebê-lo.
A necessidade é um mal, mas não há necessidade de viver nela.
Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia.
Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco.
O desejo é a causa de todos os males.
O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.
Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda.
Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.
O homem sereno procura serenidade para si e para os outros.
Entre os homens, na maioria dos casos, a inatividade significa torpor, e a atividade, loucura.
A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.
Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.
Cada um deixa a vida como se tivesse acabado de começá-la.
As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.
O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito.
A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada.
É estupidez pedir aos deuses aquilo que se pode conseguir sozinho.
É tolo pedir aos deuses o que se pode conseguir sozinho.
A liberdade é o maior fruto da autossuficiência.
Não se pode não ter medo quando se inspira o medo.
Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.
Todo o desejo incômodo e inquieto se dissolve no amor da verdadeira filosofia.
Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma.
E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou, assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz.
Assim como realmente a medicina em nada beneficia se não liberta dos males do corpo, assim também sucede com a filosofia se não liberta das paixões da alma.
Não pode afastar o temor que importa para aquilo a que damos importância quem não saiba qual é a natureza do universo e tenha a preocupação das fábulas míticas. Por isso não se podem gozar prazeres puros sem a ciência da natureza.
Os átomos encontram-se eternamente em movimento contínuo, e uns se afastam entre si uma grande distância, outros detêm o seu impulso, quando ao se desviarem se entrelaçam com outros ou se encontram envolvidos por átomos enlaçados ao seu redor. Isto o produz a natureza do vazio, que separa cada um deles dos outros, por não ter capacidade de oferecer resistência. Então a solidez própria dos átomos, por causa do choque, lança-os para trás, até que o entrelaçamento não anule os efeitos do choque. E este processo não tem princípio, pois que são eternos os átomos e o vazio.
A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.
Toda a amizade é desejável por si própria, mas inicia-se pela necessidade do que é útil.
Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males?
Por que razão é que não os impede?
Se queres enriquecer Pítocles, não lhe acrescentes riquezas: diminui-lhe os desejos.
Por que ter medo da morte?
Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir,
nós deixamos de ser.
Nossa alma é composta de átomos, por isso é mortal como nosso corpo, nos é dado viver uma só vez. As multidões se consolam com a esperança de outra vida melhor.
A morte é meramente a separação dos átomos que nos compõe. Não anuncia portanto nem castigos nem recompensas para os homens. Não devemos temer nem a morte e menos ainda, as punições infernais inventadas pela ignorância e pela superstição.
Aquele que inspira medo aos outros não está, ele próprio, livre desse medo.
“Qualquer argumentação filosófica que não tenha como preocupação principal abordar terapeuticamente o sofrimento humano é inútil”
Somente o justo desfruta de paz de espírito.
Faz tudo como se alguém te contemplasse.
“O essêncial para a nossa felicidade é a nossa condição íntima, e desta somos nós os senhores.”
O sentido de um ser e sentir prazer seja ele qual for ao lazer no paladar e no amor desde que se esse realize com prazer
Caráter é aquilo que você é quando ninguém está te olhando.
“O prazer de fazer o bem é maior do que o de recebê-lo.” –
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros são naturais e não necessários; outros nem naturais nem necessários, mas nascidos apenas de uma vã opinião.
Nada é bastante para quem considera pouco o suficiente.
Na discussão, o vencido obtém maior proveito, pois aprende aquilo que ainda não sabia
Se Deus é omnipotente, omnisciente e benevolente. Então o mal não poderia continuar existindo.
Se for omnipotente e omnisciente, então tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele, ainda assim não o faz. Então Ele não é bom.
Se for omnipotente e benevolente, então tem poder para extingir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe quanto mal existe, e onde o mal está. Então Ele não é omnisciente.
Se for omnisciente e bom, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas isso elimina a possibilidade de ser omnipotente, pois se o fosse erradicava o mal.
E se Ele não for omnipotente, omnisciente e bom, então porquê chama-lo de Deus?
“Lembre-se de que aquilo que você tem hoje, um dia esteve entre as coisas que desejava.” (Epicuro)
Dizia Epicuro a Meneceu:
Os alimentos mais simples proporcionam o mesmo prazer que as iguarias mais requintadas, desde que se remova a dor provocada pela falta.
Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?
Não sabemos escolher o que nos trará felicidade. E o que queremos nem sempre é o que precisamos
“Das coisas que a sabedoria proporciona para tornar a vida inteiramente feliz, a maior de todas é uma amizade”.
O mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos.
A verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades.
Os Deuses não devem ser temidos,
a morte não deve amendrontar,
o bem é facil de ser obtido e
o mal é facil suportar!
ataraxia:
estado em que a alma, pelo equilíbrio e moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais, atinge o ideal supremo da felicidade! A imperturbabilidade!
Nada é suficiente para quem o suficiente é pouco.
Não é amigo quem sempre busca a utilidade, nem quem jamais a relaciona com a amizade, porque um trafica para conseguir a recompensa pelo benefício e o outro destrói a confiada esperança para o futuro.
Não precisamos temer os deuses. não precisamos nos preocupar com a morte. É fácil alcançar o bem. É fácil suportar o que nos amedronta.
Lembre-se de que o que tem agora, estava outrora entre as coisas por que esperava.
O mais belo fruto da justiça; é a paz da alma.
Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.
Carta sobre a Felicidade (a Meneceu)
A morte não significa nada para nós: quando somos, a morte ainda não chegou e quando ela chega, não somos mais.
“É melhor ser infeliz munido de razão que feliz desprovido de razão. “
Deus não tem apreço pelo nosso sofrimento, assim penso eu!Sou disciplinado, sem ter que acreditar em um alem e sem precisar de um mercado de punições e premios eternos.
“O impossível reside nas mãos inerte daqueles que não tentam.”
Não estrague o que você tem desejando o que não tem; lembre-se que o que você tem agora uma vez foi uma das coisas que você só esperava.
Epicuro
“Não podemos viver felizes se não formos justos, sensatos e bons; e não podemos ser justos, sensatos e bons sem sermos felizes.”
―Epicuro
“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.”
Epicuro
Ou os deuses podem eliminar o mal do mundo e não o querem ou querem fazê-lo e não o podem; ou podem e querem; ou nem podem nem querem. Se querem, mas não o podem, então não são onipotentes. Se podem, mas não querem, então não são benévolos. Se nem podem nem querem então não são nem onipotentes nem benévolos. Finalmente, se podem e querem, como explicar que o mal continue a existir? (Epicuro, Aforismos)
Deves servir à filosofia para que possas alcançar a verdadeira liberdade.
A medicina em nada beneficia, se não liberta o corpo dos males; da mesma forma a filosofia não cumpre seu papel se não liberta a alma das paixões.
Habitua-te a pensar que a morte nada é para nós, visto que todo o mal e todo o bem se encontram na sensibilidade e a morte é a privação da sensibilidade.
A falsidade ou o erro está sempre no juntar-se de uma opinião.
É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que aprendemos mediante a intuição mental.
É necessário crer que os mundos e toda combinação finita nascem do infinito.
Chamamos ao prazer princípio e fim da vida feliz. Com efeito, sabemos que é o primeiro bem, o bem inato, e que dele derivamos toda a escolha ou recusa e chegamos a ele valorizando todo bem com critério do efeito que nos produz.
Quando dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como crêem certos ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem, mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma.
A imediata desaparição de uma grande dor é o que produz insuperável alegria: esta é a essência do bem, se o entendemos direito, e depois nos mantemos firmes e não giramos em vão falando do bem.
E como o prazer é o primeiro e inato bem, é igualmente por este motivo que não escolhemos qualquer prazer; antes, pomos de lado muitos prazeres quando, como resultado deles, sofremos maiores pesares; e igualmente preferimos muitas dores aos prazeres quando, depois de longamente havermos suportado as dores, gozamos de prazeres maiores. Por conseguinte, cada um dos prazeres possui por natureza um bem próprio, mas não deve escolher-se cada um deles; do mesmo modo, cada dor é um mal, mas nem sempre se deve evitá-las. Convém, então, valorizar todas as coisas de acordo com a medida e o critério dos benefícios e dos prejuízos, pois que, segundo as ocasiões, o bem nos produz o mal e, em troca, o mal, o bem.
Alguns desejos que não trazem dor se não são satisfeitos não são necessários; o seu impulso pode ser facilmente posto de parte, quando é difícil obter a sua satisfação ou parecem trazer consigo algum prejuízo.
Não deve supor-se antinatural que a alma ressoe com os gritos da carne. A voz da carne diz: não se deve sofrer fome, a sede e o frio. E é difícil para a alma opor-se; antes, é perigoso para ela não escutar a prescrição da natureza, em virtude da sua exigência inata de bastar-se a si própria.
A quem não basta pouco, nada basta.
Não deves corromper o bem presente com o desejo daquilo que não tens: antes, deves considerar também que aquilo que agora possuis se encontrava no número dos teus desejos.
Recordemos que o futuro não é nosso nem de todo não nosso, para não termos de esperá-lo como se estivesse para chegar, nem nos desesperarmos como se em absoluto não estivesse para vir.
A vida do insensato é ingrata, encontra-se em constante agitação e está sempre dirigida para o futuro.
Não é ao jovem que se deve considerar feliz e invejável, mas ao ancião que viveu uma bela vida. O jovem na flor da juventude é instável e é arrastado em todas as direções pela fortuna; pelo contrário, o velho ancorou na velhice como em um porto seguro e os bens que antes esperou cheio de ansiedade e de dúvida os possui agora cingidos com firme e agradecida lembrança.
As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam, mas para impedir que recebam injustiça.
O homem que alcançou o objetivo da espécie humana será honesto, mesmo que esteja longe da observação de qualquer pessoa.
A justiça não tem existência por si própria, mas sempre se encontra nas relações recíprocas, em qualquer tempo e lugar em que exista um pacto de não produzir nem sofrer dano.
As almas pequenas na sorte se desenvolvem, nas adversidades regridem.
A morte não é nada para nós. Quando nos dissolvemos não temos mais sensibilidade e sem sensibilidade não nos resta nada.
A vida do justo não é perturbada pelas inquietações, mas a vida do injusto é cheia delas.
Toda amizade tem por base o proveito próprio.
As pessoas terminam sua vida como se tivessem acabado de nascer.
Não faça nada que teu vizinho não possa saber.
Não devemos pedir aos deuses o que podemos realizar.
O melhor da autossuficiência é a liberdade.
A morte não significa nada para nós pois quando nós somos ela não é e quando ela é, nós não somos.
Nada é suficiente para quem considera pouco o suficiente.
O prazer é o principal bem, ele é a ausência de dor no corpo e de inquietações na alma.
Sentenças filosóficas de Epicuro
– As almas pequenas na sorte se desenvolvem, nas adversidades regridem.
– O homem sereno busca serenidade para si e para os outros.
– A morte não é nada para nós. Quando nos dissolvemos não temos mais sensibilidade e sem sensibilidade não nos resta nada.
– A vida do justo não é perturbada pelas inquietações, mas a vida do injusto é cheia delas.
– Toda amizade tem por base o proveito próprio.
– As pessoas terminam sua vida como se tivessem acabado de nascer.
– Não faça nada que teu vizinho não possa saber.
– Não devemos pedir aos deuses o que podemos realizar.
– O melhor da auto-suficiência é a liberdade.
– A morte não significa nada para nós pois quando nós somos ela não é e quando ela é, nós não somos.
– Nada é suficiente para quem considera o suficiente pouco.
– O prazer é o principal bem, ele é a ausência de dor no corpo e de inquietações na alma.
É difícil deixar oculta a injustiça que cometemos; mas ter segurança de que ela permanecerá oculta é impossível.
Somente a razão torna a vida alegre e agradável, excluindo todas as Concepções ou Opiniões falsas que podem perturbar a mente.
Aquele que aprecia e vive a serenidade, a deseja também nos outros!
Devemos ter sempre diante de nós um homem bom, e fazer tudo como se ele estivesse sempre nos observando.
Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que estão por vir; é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando esta presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcançá-la.
“O mais belo fruto da justiça é a paz de espírito.”
Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito.
Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz.
A filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que estão por vir.
Certos homens conseguiram atingir a verdade sem qualquer auxílio, desbravando eles mesmos o seu caminho.
”Os fenômenos adotados como provas são apenas signos de uma realidade invisível.”
Eu nunca quis agradar às multidões: pois aquilo que eu sei, elas não aprovam; e aquilo que elas aprovam, eu não sei.
Enquanto somos a morte não existe, quando ela passa a existir, deixamos de ser.
Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo.
A autossuficiência é a maior de todas as riquezas.
Nunca devemos nos esquecer de que o futuro não é nem totalmente nosso, nem totalmente não-nosso, para não sermos obrigados a esperá-lo como se estivesse por vir com toda a certeza, nem nos desesperarmos como se não estivesse por vir jamais.
O momento em que você deve, acima de tudo, se isolar é quando você é forçado a estar no meio da multidão.
A arte de viver bem e a arte de morrer bem são uma só.
Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver.
Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver.
Somos fracos somente perante o mal, não perante o bem, pois os prazeres nos fortalecem; os padecimentos, pelo contrário, nos enfraquecem.
Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?
Deus é onisciente, onipotente e todo-bondoso. Se Deus não sabia que Adão e Eva iam desobedecê-lo, trazendo assim todo o mal e todo sofrimento para o mundo, então não era onisciente; se sabia, mas não pode evitar, não era onipotente; se sabia, podia e evitar, e mesmo assim não o fez, então ele permitiu que o mal e o sofrimento viessem a existir, ele assim o quis, o que contradiz sua toda-bondade. O que diz o Paradoxo de Epicuro é que a existência de um Deus onisciente, onipotente e todo-bondoso é incompatível com a existência do mal. Se Deus existe, então não deveria existir o mal e o sofrimento. Mas o mal e o sofrimento existem, portanto, Deus não existe ?
A necessidade é um mal. Não existe, porém, a necessidade de viver com essa necessidade.
Não se preocupar com a morte. O bem é de curto alcance. O pavor suporta-se facilmente.
A Morte Não É Nada Para Nós Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma idéia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no facto de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la.
Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais.
Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior dos males, ou a deseja como termo para os males da vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é nenhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais existir. Assim como não é a abundância dos manjares, mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a viverem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns ingénuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo para os velhos, como porque o cuidado de viver bem e o de bem morrer constituem um único e mesmo cuidado.
A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.
Nenhum prazer é em si um mal, porém certas coisas capazes de engendrar prazeres trazem consigo maior número de males que de prazeres.
Os prazeres do amor jamais nos serviram. Devemos nos considerar felizes se não nos aborrecerem.
Tu, que não és senhor do teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível! Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer.
Aquele que melhor goza a riqueza é aquele que menos necessidade dela tem.
O prazer de fazer o bem, é maior do que recebê-lo.
A necessidade é um mal, mas não há necessidade de viver nela.
Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia.
Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco.
O desejo é a causa de todos os males.
O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.
Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos quanto da certeza da sua ajuda.
Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.
O homem sereno procura serenidade para si e para os outros.
Entre os homens, na maioria dos casos, a inatividade significa torpor, e a atividade, loucura.
A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.
Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.
Cada um deixa a vida como se tivesse acabado de começá-la.
As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.
O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito.
A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada.
É estupidez pedir aos deuses aquilo que se pode conseguir sozinho.
É tolo pedir aos deuses o que se pode conseguir sozinho.
A liberdade é o maior fruto da autossuficiência.
Não se pode não ter medo quando se inspira o medo.