Você se parece
com este galho de acácias
repleto de sóis.
A mão que me espera
traça o caminho da volta
abrindo janelas.
Neste bosque urbano
árvore feita em concreto
– meu corpo estremece.
Guardei para você,
num verso de porcelana,
as flores da manhã.
As cores da noite
recamadas de silêncio
preparam o dia.
É muito silêncio
enquanto as flores não crescem
e os poetas dormem.
Havia o escuro
mas eu não sabia onde;
teu rosto era sol.
Não sei teus gestos
nem a cor do teu sorriso
mas pressinto os passos.
Borboleta azul
raspa este céu de mansinho
insegura e frágil.