AutorEolo Yberê Libera

Eolo Yberê Libera

Você se parece
com este galho de acácias
repleto de sóis.

Eolo Yberê Libera

A mão que me espera
traça o caminho da volta
abrindo janelas.

Eolo Yberê Libera

Neste bosque urbano
árvore feita em concreto
– meu corpo estremece.

Eolo Yberê Libera

Guardei para você,
num verso de porcelana,
as flores da manhã.

Eolo Yberê Libera

As cores da noite
recamadas de silêncio
preparam o dia.

Eolo Yberê Libera

É muito silêncio
enquanto as flores não crescem
e os poetas dormem.

Eolo Yberê Libera

Havia o escuro
mas eu não sabia onde;
teu rosto era sol.

Eolo Yberê Libera

Não sei teus gestos
nem a cor do teu sorriso
mas pressinto os passos.

Eolo Yberê Libera

Borboleta azul
raspa este céu de mansinho
insegura e frágil.

Eolo Yberê Libera

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