Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes.
Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe.
Pela sede, aprende-se a água.
O êxito parece doce a quem não o alcança.
A natureza é o que sabemos / sem ter a arte de exprimi-lo.
A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos – permanece.
Todo meu patrimônio são meus amigos.
I’m nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there’s a pair of us — don’t tell!
They’d banish us, you know.
How dreary to be somebody!
How public, like a frog
To tell your name the livelong day
To an admiring bog!
A palavra morre
Quando é dita,
Alguém diz.
Eu digo que ela começa
A viver
Naquele dia.
Para sempre é composto de agoras.
A água se ensina pela sede;
A terra, por oceanos navegados;
O êxtase, pela aflição;
A paz, pelos combates narrados;
O amor, pela cinza da memória
E, pela neve, os pássaros.
Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria
Diante de um coração partido
Nenhum outro pode falar
sem ter tido o grande privilégio
De igualmente ter sofrido.
O coração tem bordas estreitas…
O céu não nos usurpa nada – mesmo aparentes furtos são compensados sutilmente por designos ocultos
A esperança é uma ave que pousa na alma, canta melodias sem palavras e nunca cessa.
Viver é algo tão espantoso que sobra pouco tempo para qualquer outra coisa.
A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca.
A palavra morre no momento em que é proferida – dizem alguns. Eu digo que ela começa a viver naquele momento.
Se eu puder aliviar o sofrimento de uma vida, ou se conseguir ajudar um passarinho que está fraco a encontrar o ninho… A vida terá valido a pena.
A lembrança, ninguém a faz crescer
Quando perdeu a raiz.
Apertar-se em volta a terra,
Mantê-la ereta, talvez
Possa enganar o universo,
Mas não recupera a planta.
A memória verdadeira
É como o cedro — tem pés
Calçados em diamante.
Nem se pense que adiante
Cortá-la, se já arraigou:
Seus brotos de ferro irrompem
Novamente, se alguém a derrubou.
Cães são melhores do que os seres humanos porque eles sabem mas não contam.
Saying nothing… sometimes says the most.
A minha vida fechou-se duas vezes antes de se fechar –
Mas fica por saber
Se a imortalidade me revela
Um evento maior
Tão largo, tão incrível de pensar
Como estes que sobre ela duas vezes tombaram.
Partir é tudo o que sabemos do céu,
Tudo o que do inferno se pode precisar.
Crescendo de trovão até findar,
Depois o esboroar-se, grandioso,
Quando o Tudo criado era escondido
Isto – a Poesia –
Ou o Amor – os dois vêm coevos –
Ambos, nenhum provamos –
Um qualquer experimentamos e morremos –
Ninguém vê Deus e vive –
Algo existe
Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me impele a ser solene.
Algo, num meio-dia de verão,
Uma fundura – um azul – uma fragrância,
Que o êxtase transcende.
Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo –
E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trêmulo
E sutil, de mim se escape.
Beleza e Verdade
Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.
Cemitério
Este pó foram damas, cavalheiros,
Rapazes e meninas;
Foi riso, foi espírito e suspiro,
Vestidos, tranças finas.
Este lugar foram jardins que abelhas
E flores alegraram.
Findo o verão, findava o seu destino…
E como estes, passaram.
Uma palavra morre
Quando é dita —
Dir-se-ia —
Pois eu digo
Que ela nasce
Nesse dia.
# 288
Não sou Ninguém! Quem és?
És tu – Ninguém – também?
Há, pois, um par de nós?
Não fales! Não vão eles – contar!
Que horror – o ser – Alguém!
Que vulgar – como Rã –
Passar o Junho todo – a anunciar o nome
A charco de pasmar!
Coração, nós o esqueceremos!
Coração, nós o esqueceremos!
Eu e ti, hoje à noite.
Deves te esquecer do acalento que ele nos deu,
Que eu me esquecerei do lume.
Quando o houveres feito, diga-me te suplico,
Que aos meus pensamentos toldarei;
Apressa-te! Que enquanto te tardas,
Dele ainda me lembrarei!
Se eu puder evitar que um coração se parta,
Eu não terei vivido em vão;
Se eu puder evitar a agonia duma vida,
Ou acalentar uma dor,
Ou assistir um desfalecido melro
A voltar a seu ninho,
Eu não terei vivido em vão.
Menos usa a Natureza o Amarelo
Do que qualquer outra Cor
Guarda-o todo para o Sol se pôr
Pródiga de Azul
Qual Mulher, esbanja Carmesim
O Amarelo, porém, é bem guardado
Tão escasso e tão seleto
Como as Palavras do Amado
8
Há uma palavra
Que empunha uma espada
Pode trespassar um homem armado –
Lança as suas sílabas de farpa
E fica-se, calada.
Mas onde tombar
Os salvos dirão
Em dia da nação,
Deixou de respirar
Um irmão, um soldado.
Por onde corra o sol arfante –
Ou o dia vagueie –
Aí, o seu ataque sossegado –
E a sua vitória!
Notai o atirador mais hábil!
O tiro mais certeiro!
O mais sublime alvo do Tempo,
A alma “sem memória”!
Para preencher um Vazio
Inserir a Coisa que o causou –
Tenta bloqueá-lo
com outra – e mais vai se escancarar –
Não se pode soldar um Abismo
Com Ar
Morrer é nada, passado,
Mas a vida inclui viver
A morte multiplicada – sem
O Alívio de morrer.
Eis minha carta ao Mundo
Que a Mim nunca escreveu
Singelas Notícias que a Natureza deu –
Com Majestade e Doçura
Sua mensagem se destina
A Mãos que nunca verei –
Por amor a Ela – doces conterrâneos –
Julgai-me com ternura
Não é necessário ser uma câmara para ser assombrado, não precisa ser uma casa. O cérebro tem corredores superando lugar material.
Continua a bater à porta e a alegria que há dentro de ti, acabará por abrir uma janela e espreitar para ver quem é.
Demasiada Loucura é o mais divino Juízo –
Para um Olhar criterioso –
Demasiado Juízo – a mais severa Loucura –
É a Maioria que
Nisto, como em Tudo, prevalece –
Consente – e és são –
Objecta – és perigoso de imediato –
E acorrentado –
A “esperança” é aquela ave que se aferra à alma, canta uma música sem letra e não para nunca.
You cannot make remembrance grow
When it has lost its Root ―
The tightening of the soil around
And setting it upright
Deceives perhaps the Universe
But not retrieves the Plant ―
Real Memory, like Cedar Feet
Is shod in Adamant ―
Nor can you cut Remembrance down
When it shall once have grown ―
Its Iron Buds will sprout anew
However everthrown ―
A lembrança, ninguém a faz crescer
Quando perdeu a raiz.
Apertar-se em volta a terra,
Mantê-la ereta, talvez
Possa enganar o universo,
Mas não recupera a planta.
A memória verdadeira
É como o cedro ― tem pés
Calçados em diamante.
Nem se pense que adiante
Cortá-la, se já arraigou:
Seus brotos de ferro irrompem
Novamente, se alguém a derrubou.
O pensamento é maior que o céu.
Coloque lado a lado os dois:
O céu cabe no pensamento,
E ainda cabe você depois.
se eu puder evitar que um coração se parta,
eu não terei vivido em vão
Mãe é aquela pessoa para quem você corre quando está em apuros.
Não sei quando virá o amanhecer, por isso abro todas as portas.
A despedida é tudo o que conhecemos do céu e tudo o que precisamos do inferno.
Dentre todas as Almas já criadas –
Uma – foi minha escolha –
Quando Alma e Essência – se esvaírem –
E a Mentira – se for –
Quando o que é – e o que já foi – ao lado –
Intrínsecos – ficarem –
E o Drama efêmero do corpo –
Como Areia – escoar –
Quando as Fidalgas Faces se mostrarem –
E a Neblina – fundir-se –
Eis – entre as lápides de Barro –
O Átomo que eu quis!
1157
Alguns Dias dos outros se separaram
Para com distinção adormecer –
O Dia em que um Companheiro chegou
Ou foi forçado a morrer.
Finito para falhar, mas infinito para se aventurar.
“Esperança” é a coisa com penas
Que se empoleira na alma
E canta um som sem palavras
E nunca, mas nunca, para
Se eu puder impedir que um coração se parta, eu não terei vivido em vão.
Manhã sem você é um amanhecer minguado.
Se eu leio um livro e ele torna o meu corpo tão frio que fogo nenhum poderia esquentá-lo, sei que isso é poesia.
A “esperança” é aquela pluma que pousa
na alma e canta a canção sem
palavras e nunca para!
A natureza é uma casa assombrada mas a arte é uma casa que tenta ser assombrada.
Incapaz de morrer é aquele que é amado, pois o amor é imortalidade.
Ignoramos nossa verdadeira estatura até que nós coloquemos de pé.
Não é preciso ser um quarto
para ser mal-assombrado.
Nem é preciso ser uma casa;
A mente tem corredores que superam
qualquer lugar concreto.
Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes.
Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo que existe.
Pela sede, aprende-se a água.
O êxito parece doce a quem não o alcança.
A natureza é o que sabemos / sem ter a arte de exprimi-lo.
A beleza não tem causa. É. Quando a perseguimos apaga-se. Quando paramos – permanece.
Todo meu patrimônio são meus amigos.
I’m nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there’s a pair of us — don’t tell!
They’d banish us, you know.
How dreary to be somebody!
How public, like a frog
To tell your name the livelong day
To an admiring bog!
A palavra morre
Quando é dita,
Alguém diz.
Eu digo que ela começa
A viver
Naquele dia.
Para sempre é composto de agoras.
A água se ensina pela sede;
A terra, por oceanos navegados;
O êxtase, pela aflição;
A paz, pelos combates narrados;
O amor, pela cinza da memória
E, pela neve, os pássaros.
Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade
É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria
Diante de um coração partido
Nenhum outro pode falar
sem ter tido o grande privilégio
De igualmente ter sofrido.
O coração tem bordas estreitas…
O céu não nos usurpa nada – mesmo aparentes furtos são compensados sutilmente por designos ocultos
A esperança é uma ave que pousa na alma, canta melodias sem palavras e nunca cessa.
Viver é algo tão espantoso que sobra pouco tempo para qualquer outra coisa.
A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca.
A palavra morre no momento em que é proferida – dizem alguns. Eu digo que ela começa a viver naquele momento.
Se eu puder aliviar o sofrimento de uma vida, ou se conseguir ajudar um passarinho que está fraco a encontrar o ninho… A vida terá valido a pena.
A lembrança, ninguém a faz crescer
Quando perdeu a raiz.
Apertar-se em volta a terra,
Mantê-la ereta, talvez
Possa enganar o universo,
Mas não recupera a planta.
A memória verdadeira
É como o cedro — tem pés
Calçados em diamante.
Nem se pense que adiante
Cortá-la, se já arraigou:
Seus brotos de ferro irrompem
Novamente, se alguém a derrubou.
Cães são melhores do que os seres humanos porque eles sabem mas não contam.
Saying nothing… sometimes says the most.
A minha vida fechou-se duas vezes antes de se fechar –
Mas fica por saber
Se a imortalidade me revela
Um evento maior
Tão largo, tão incrível de pensar
Como estes que sobre ela duas vezes tombaram.
Partir é tudo o que sabemos do céu,
Tudo o que do inferno se pode precisar.
Crescendo de trovão até findar,
Depois o esboroar-se, grandioso,
Quando o Tudo criado era escondido
Isto – a Poesia –
Ou o Amor – os dois vêm coevos –
Ambos, nenhum provamos –
Um qualquer experimentamos e morremos –
Ninguém vê Deus e vive –