Tinha a impressão de que toda a sua vida era uma espécie de sonho, e às vezes se perguntava de quem era aquele sonho, e se o dono do sonho estaria se divertindo.
Não basta apreciar a beleza de um jardim, sem ter que imaginar que há fadas nele?
Os dois filósofos olhavam boquiabertos para o terminal.
– Ora, porra – disse Majikthise –, isso é que é pensar de verdade, o resto é conversa fiada. Me diga uma coisa, Vroomfondel, como é que a gente nunca tem uma ideia dessas?
– Sei lá – sussurrou Vroomfondel, reverente. – Acho que é porque nossos cérebros são treinados demais, Majikthise.
E, assim, os dois se viraram e saíram da sala, prontos para viver num padrão de vida muito superior aos seus sonhos mais loucos.
Tudo o que acontece, acontece.
Tudo o que, ao acontecer,
faz com que outra coisa aconteça,
faz com que outra coisa aconteça.
Tudo o que, ao acontecer, faz com que ela mesma
aconteça de novo, acontece de novo.
Isso, contudo, não acontece necessariamente
em ordem cronológica.
É fato conhecido que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há um espaço infinito para que esses mundos existam. Todavia, nem todos são habitados. Assim, deve haver um número finito de mundos habitados. Qualquer número finito dividido por infinito é tão perto de zero que não faz diferença, de forma que a população de todos os planetas do Universo pode ser considerada igual a zero. Disso
podemos deduzir que a população de todo o Universo também é zero, e que quaisquer pessoas que você possa encontrar de vez em quando são meramente produtos de uma imaginação perturbada.
Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável. Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.
Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?
Você não pode ver o que eu vejo porque vê o que você vê. Não pode saber o que sei porque sabe o que você sabe. O que vejo e o que sei não podem ser acrescentados ao que você vê e ao que você sabe
porque são coisas diferentes. Também não podem substituir o que você vê e o que sabe porque isso seria substituir você mesmo.
Eu posso não ter ido para onde eu pretendia ir, mas eu acho que acabei terminando onde eu pretendia estar.
Há um momento em cada alvorecer quando a luz flutua; lá está a possibilidade de mágica. A criação prende sua respiração.
Raramente estou mais feliz do que quando passo um dia inteiro a programar o meu computador para fazer automaticamente uma tarefa que de outra forma demoraria uns bons dez segundos a fazer à mão.
O principal problema – um dos principais problemas, pois são muitos –, um dos principais problemas em governar pessoas, está em quem você escolhe para fazê-lo. Ou melhor, em quem consegue fazer com que as pessoas deixem que ele faça isso com elas.
Resumindo: é um fato bem conhecido que todos os que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso. Resumindo o resumo: qualquer pessoa capaz de se tornar
presidente não deveria, em hipótese alguma, ter permissão para exercer o cargo. Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema.
No mundo dele, as pessoas são pessoas. Os líderes é que são lagartos. As pessoas odeiam os lagartos e os lagartos governam as pessoas.
– Ué – comentou Arthur –, achei que você tinha tido que era uma democracia.
– Eu disse – afirmou Ford. – E é.
– Então – quis saber Arthur, torcendo para não soar ridiculamente estúpido –, por que as pessoas não se livram dos lagartos?
– Isso sinceramente nunca passou pela cabeça delas – disse Ford. – Como elas têm direito de voto, acabam supondo que o governo que elegeram é mais ou menos parecido com o governo que querem.
Um número cada vez maior de pessoas acreditava que havia sido um erro terrível da espécie descer das árvores. Algumas diziam que até mesmo subir nas árvores tinha sido uma péssima ideia, e que ninguém jamais deveria ter saído do mar.
O melhor é deixar o passado para trás e permitir que o presente avance para o futuro.
Nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, com exceção talvez das más notícias, que obedecem leis próprias e especiais.
Se os seres humanos não moverem seus lábios, seus cérebros começarão a funcionar.
Quando se culpa os outros, renuncia-se a capacidade de mudar.
O espaço é grande. Grande, mesmo. Não dá pra acreditar o quanto ele é desmesuradamente inconcebivelmente estonteantemente grande. Você pode achar que da sua casa até a farmácia é longe, mas isso não é nada em comparação com o espaço.
O sentido disso tudo é que não há sentido em tentar enlouquecer para impedir-se de ficar louco.
É um erro acreditar que é possível resolver qualquer problema importante usando batatas.
Quem olha para o céu à noite está olhando para o infinito; a distância é incompreensível, e portanto sem significado.
A derradeira mensagem dos golfinhos foi entendida como uma tentativa extraordinariamente sofisticada de dar uma cambalhota dupla para trás assobiando o hino nacional dos Estados Unidos, mas na verdade o significado da mensagem era: Até mais, e obrigado pelos peixes.
Adoro prazos. Adoro o barulho de vento que eles fazem quando os dias vão passando.
Eu me recuso a responder essa pergunta baseado na premissa de não saber a resposta.
Os homens sempre se consideraram mais inteligentes que os golfinhos porque conquistaram tanta coisa – a roda, Nova York, as guerras, etc. –, enquanto os golfinhos só sabiam nadar e se divertir. Porém, os golfinhos, por sua vez, sempre se acharam muito mais inteligentes que os homens – exatamente pelos mesmos motivos.
No início, o Universo foi criado. Isso irritou profundamente muitas pessoas e, no geral, foi encarado como uma péssima ideia.
O Guia diz que há toda uma arte para voar – respondeu Ford. – Ou melhor, um jeitinho. O jeitinho consiste em aprender como se jogar no chão e errar.
O fato de vivermos no fundo de um poço de gravidade profundo, na superfície de um planeta coberto de gás, girando em torno de uma bola de fogo nuclear a 90 milhões de milhas de distância e acharmos isso normal é, obviamente, alguma indicação de quão distorcida nossa perspectiva tende a ser.
Iria te poupar muito tempo se eu desistisse e enlouquecesse agora?
Um erro comum que as pessoas cometem quando tentam projetar coisas completamente à prova de imbecis é subestimar a ingenuidade dos imbecis completos.
O tempo é uma ilusão. A hora do almoço é uma ilusão maior ainda.
Você vive e aprende. De qualquer forma, você vive.
Prefiro sempre o temor do entendimento ao temor da ignorância.
A realidade é frequentemente imprecisa.
Há algumas pessoas que você gosta de imediato, algumas que você acha que pode aprender a gostar na plenitude do tempo, e algumas que você simplesmente quer empurrar para longe com uma vara afiada.
As pessoas imaginam que você se senta em um quarto, faz cara de pensador e escreve grande reflexões. Mas durante a maior parte do tempo você se senta em um quarto com cara de pânico, torcendo para ainda não terem colocado um guarda em frente à sua porta.
A vida é cheia de coisas que comovem ou afetam você de uma forma ou de outra.
Agora, no entanto, recomendaria a qualquer um “nas profundezas da meia-idade a fazer as malas e se mudar para um lugar diferente. Você reinventa sua vida e recomeça do zero. É revigorante”.
Maggie e Trudie
Devo dizer, antes de tudo, que não tenho uma relação estável com cachorro algum. Não posso me responsabilizar por dar comida a um cão, oferecer-lhe um lugar para dormir, cuidar dele, encontrar um canil para deixá-lo quando for viajar, catar suas pulgas ou providenciar que algum de seus órgãos internos seja extirpado quando a presença dele começar a me incomodar. Não sou, em suma, dono de um cachorro.
Por outro lado, tenho uma espécie de relação furtiva e ilícita com uma cadela, ou melhor, com duas cadelas. E, consequentemente, acho que sei um pouco como é ser amante de alguém.
Elas não são minhas vizinhas de porta. Não vivem sequer na mesma… bem, eu ia dizer rua para provocar um pouco você, mas vamos deixar de enrolação. Elas vivem em Santa Fé, no Novo México, que é um excelente lugar para um cachorro, ou para qualquer pessoa, viver. Se você nunca visitou ou passou algum tempo lá, deixe-me dizer o seguinte: você é um completo idiota. Eu próprio era um completo idiota até cerca de um ano atrás, quando uma combinação de circunstâncias que não quero explicar agora me levou a ficar hospedado na casa de um amigo nos confins do deserto ao norte de Santa Fé para escrever um roteiro. Para você ter uma ideia do tipo de lugar sobre o qual estou falando, eu poderia citar à exaustão o deserto, a altitude, a luminosidade e as joias de prata e turquesa, mas o melhor que posso fazer é simplesmente mencionar uma placa de trânsito na autoestrada de Albuquerque. Ela diz, em letras garrafais, VENTOS FORTES e, em letras menores, PODEM OCORRER.
Nunca conheci meus vizinhos. Eles viviam a cerca de um quilômetro, no topo da duna seguinte, mas assim que comecei a sair para minha corrida/jogging/leve caminhada matinal conheci suas cadelas, que ficaram tão instantânea e delirantemente felizes em me ver que me perguntei se já não teríamos nos conhecido em vidas passadas. (Shirley MacLaine também morava lá perto e elas talvez tivessem assimilado essas ideias esquisitas só por conta da proximidade.)
Elas se chamavam Maggie e Trudie. Trudie tinha uma aparência estúpida, era um poodle francês grande e preto que se movia como se tivesse sido desenhado por Walt Disney: saltitando de uma maneira que era enfatizada por suas orelhas enormes e caídas e seu rabo curto que parecia uma planta ornamental. Sua pelagem consistia em uma manta de cachos pretos compactos, que aumentavam ainda mais o efeito Disney por darem a impressão de que ela era totalmente desprovida de qualquer tipo de perversidade. Sua maneira de mostrar, todas as manhãs, que estava delirantemente feliz em me ver era fazer algo que sempre achei que se chamasse “firula”, quando na verdade se chama “festinha”. (Somente há pouco descobri o meu engano, e terei que repassar em minha mente cenas inteiras da minha vida para ver que confusões posso ter causado ou que gafes posso ter cometido.) “Fazer festinha” significa pular para cima com as quatro patas ao mesmo tempo. Um conselho: não morra antes de ver um grande poodle preto fazendo isso na neve.
Maggie, por sua vez, tinha outra maneira de transmitir, todas as manhãs, que estava delirantemente feliz em me ver: ela mordia o pescoço de Trudie. Essa também era sua maneira de transmitir que estava delirantemente feliz com a perspectiva de sair para passear e de mostrar que estava adorando o passeio. Era sua maneira de transmitir que queria entrar em casa e que queria sair de casa. Morder o pescoço de forma contínua e brincalhona era, em suma, o que Trudie fazia da vida.
Maggie era uma cadela bonita. Não era um poodle, mas sim de uma raça que estava sempre na ponta da minha língua. Não sou muito bom com raças de cães, mas Maggie era uma daquelas mais clássicas e óbvias: de pelo liso, preto e castanho, mais para cão de caça, tipo um beagle grande. Como se chama mesmo? Labrador? Spaniel? Elkhound? Samoieda? Decidi perguntar ao meu amigo Michael, produtor de cinema, assim que achei que já o conhecia bem o suficiente para admitir que não conseguia descobrir qual era a raça de Maggie, por mais óbvia que fosse.
– Maggie – disse ele, com seu sotaque texano arrastado e sério – é uma vira-lata.
Então, todas as manhãs nós três saíamos juntos: eu, o escritor inglês grandalhão; Trudie, a poodle; e Maggie, a vira-lata. Eu saía para minha corrida/jogging/leve caminhada pela ampla trilha de terra batida que atravessava as dunas vermelhas e secas; Trudy saltitava alegremente pelo caminho, pra lá e pra cá, batendo as orelhas; e Maggie a seguia de perto, mordendo o pescoço dela. Era incrível como Trudie levava isso na esportiva e com toda a resignação, mas de vez em quando, sem o menor aviso, ficava monumentalmente farta. Nessas horas, executava uma repentina pirueta no ar e aterrissava com as quatro patas no chão, encarando Maggie com um olhar fulminante. Maggie então se sentava na mesma hora e começava a mordiscar a própria pata traseira direita, como se já estivesse de saco cheio de Trudie.
Então começavam tudo de novo e saíam correndo, rolando e dando cambalhotas, perseguindo e mordendo uma à outra pelas dunas afora, pela grama e pelos arbustos rasteiros. De vez em quando paravam de forma inexplicável, como se as duas tivessem ficado ao mesmo tempo sem saber o que fazer. Em seguida, olhavam para algum ponto indefinido por alguns instantes, constrangidas, antes de recomeçar a brincadeira.
A realidade está frequentemente incorreta.
Tudo o que já está no mundo quando você nasce é normal, corriqueiro e nada mais do que parte natural da maneira como o mundo funciona.
Tudo o que você precisa saber por enquanto é que o universo é muito mais complicado do que você pode imaginar.
Eu não confiaria nos pensamentos de um homem que acha que o Universo, se é que existe um, é algo com o qual se pode contar.
Eu apenas decido sobre o meu universo. Meu universo são meus olhos e meus ouvidos. Qualquer coisa fora disso é boato.
Ele era um sonhador, um pensador, um filósofo ou, como sua mulher o definiria, um idiota.
Não entre em pânico.
Para mim, a compreensão sempre vai ser muito mais digna de respeito do que a ignorância.
Sabe o que é um aprendizado? Um aprendizado é uma daquelas coisas que dizem para você: “Sabe isso que você acabou de fazer? Não faça de novo.”
Nós ficamos presos à tecnologia quando tudo o que queremos são coisas que funcionem.
As opiniões não são todas iguais. Algumas são muito mais concretas, sofisticadas e bem-fundamentadas em termos lógicos e argumentativos do que outras.
Viagem no tempo? Acredito que existam pessoas vindas do futuro e interferindo em nossas vidas diariamente. É só prestar atenção à nossa volta. Estou falando sobre como, todas as vezes que vamos acionar um seguro, acabamos descobrindo que, misteriosamente, justo aquilo de que precisamos desapareceu da apólice.
Sempre chega um momento em que você começa a perder a paixão, seja por uma pessoa, uma ideia ou uma causa, mesmo que leve anos para reconhecer o que o levou a isso: uma bobagem qualquer, uma palavra errada, algo que lhe soou falso – e isso significa que, de certa forma, as coisas nunca mais serão as mesmas.
As coisas que não funcionam chamam nossa atenção. As que funcionam, nem tanto. Computadores chamam nossa atenção, mas não ligamos para moedas. E-books chamam nossa atenção; já livros, nem damos bola para eles.
Não deve ser por acaso que nenhuma língua do planeta tenha criado a expressão “tão belo quanto um aeroporto”.
O impossível tem um tipo de integridade que falta ao apenas improvável.
Uma vida que carrega o fardo da expectativa é uma vida pesada.
Palavras usadas de forma impensada, como se não tivessem verdadeira importância, muitas vezes permitiam que verdades normalmente bem guardadas viessem à tona.
Criar caso diante das mais triviais inevitabilidades da vida podia até ser chamado de nobreza, mas havia outras palavras para isso.
Tinha a impressão de que toda a sua vida era uma espécie de sonho, e às vezes se perguntava de quem era aquele sonho, e se o dono do sonho estaria se divertindo.
Não basta apreciar a beleza de um jardim, sem ter que imaginar que há fadas nele?
Os dois filósofos olhavam boquiabertos para o terminal.
– Ora, porra – disse Majikthise –, isso é que é pensar de verdade, o resto é conversa fiada. Me diga uma coisa, Vroomfondel, como é que a gente nunca tem uma ideia dessas?
– Sei lá – sussurrou Vroomfondel, reverente. – Acho que é porque nossos cérebros são treinados demais, Majikthise.
E, assim, os dois se viraram e saíram da sala, prontos para viver num padrão de vida muito superior aos seus sonhos mais loucos.
Tudo o que acontece, acontece.
Tudo o que, ao acontecer,
faz com que outra coisa aconteça,
faz com que outra coisa aconteça.
Tudo o que, ao acontecer, faz com que ela mesma
aconteça de novo, acontece de novo.
Isso, contudo, não acontece necessariamente
em ordem cronológica.
É fato conhecido que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há um espaço infinito para que esses mundos existam. Todavia, nem todos são habitados. Assim, deve haver um número finito de mundos habitados. Qualquer número finito dividido por infinito é tão perto de zero que não faz diferença, de forma que a população de todos os planetas do Universo pode ser considerada igual a zero. Disso
podemos deduzir que a população de todo o Universo também é zero, e que quaisquer pessoas que você possa encontrar de vez em quando são meramente produtos de uma imaginação perturbada.
Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável. Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.
Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?
Você não pode ver o que eu vejo porque vê o que você vê. Não pode saber o que sei porque sabe o que você sabe. O que vejo e o que sei não podem ser acrescentados ao que você vê e ao que você sabe
porque são coisas diferentes. Também não podem substituir o que você vê e o que sabe porque isso seria substituir você mesmo.
Eu posso não ter ido para onde eu pretendia ir, mas eu acho que acabei terminando onde eu pretendia estar.
Há um momento em cada alvorecer quando a luz flutua; lá está a possibilidade de mágica. A criação prende sua respiração.
Raramente estou mais feliz do que quando passo um dia inteiro a programar o meu computador para fazer automaticamente uma tarefa que de outra forma demoraria uns bons dez segundos a fazer à mão.
O principal problema – um dos principais problemas, pois são muitos –, um dos principais problemas em governar pessoas, está em quem você escolhe para fazê-lo. Ou melhor, em quem consegue fazer com que as pessoas deixem que ele faça isso com elas.
Resumindo: é um fato bem conhecido que todos os que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso. Resumindo o resumo: qualquer pessoa capaz de se tornar
presidente não deveria, em hipótese alguma, ter permissão para exercer o cargo. Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema.
No mundo dele, as pessoas são pessoas. Os líderes é que são lagartos. As pessoas odeiam os lagartos e os lagartos governam as pessoas.
– Ué – comentou Arthur –, achei que você tinha tido que era uma democracia.
– Eu disse – afirmou Ford. – E é.
– Então – quis saber Arthur, torcendo para não soar ridiculamente estúpido –, por que as pessoas não se livram dos lagartos?
– Isso sinceramente nunca passou pela cabeça delas – disse Ford. – Como elas têm direito de voto, acabam supondo que o governo que elegeram é mais ou menos parecido com o governo que querem.
Um número cada vez maior de pessoas acreditava que havia sido um erro terrível da espécie descer das árvores. Algumas diziam que até mesmo subir nas árvores tinha sido uma péssima ideia, e que ninguém jamais deveria ter saído do mar.
O melhor é deixar o passado para trás e permitir que o presente avance para o futuro.
Nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, com exceção talvez das más notícias, que obedecem leis próprias e especiais.
Se os seres humanos não moverem seus lábios, seus cérebros começarão a funcionar.
Quando se culpa os outros, renuncia-se a capacidade de mudar.
O espaço é grande. Grande, mesmo. Não dá pra acreditar o quanto ele é desmesuradamente inconcebivelmente estonteantemente grande. Você pode achar que da sua casa até a farmácia é longe, mas isso não é nada em comparação com o espaço.
O sentido disso tudo é que não há sentido em tentar enlouquecer para impedir-se de ficar louco.
É um erro acreditar que é possível resolver qualquer problema importante usando batatas.
Quem olha para o céu à noite está olhando para o infinito; a distância é incompreensível, e portanto sem significado.
A derradeira mensagem dos golfinhos foi entendida como uma tentativa extraordinariamente sofisticada de dar uma cambalhota dupla para trás assobiando o hino nacional dos Estados Unidos, mas na verdade o significado da mensagem era: Até mais, e obrigado pelos peixes.
Adoro prazos. Adoro o barulho de vento que eles fazem quando os dias vão passando.
Eu me recuso a responder essa pergunta baseado na premissa de não saber a resposta.