AutorCartas de amor aos mortos

Cartas de amor aos mortos

Sabe por que se apaixonar é o que pode acontecer de mais profundo com uma pessoa? Porque quando estamos apaixonados, estamos totalmente em perigo e completamente salvos, os dois ao mesmo tempo.

Cartas de amor aos mortos

Sabe, acho que, quando você perde alguma coisa próxima, é como perder a si mesmo, É por isso que, no final, até escrever é difícil para ela. Ela quase não sabe como fazer. Porque quase não sabe mais quem ela é.

Cartas de amor aos mortos

O que falei sobre salvar as pessoas não é verdade. Você pode achar que quer salva por outra pessoa, ou que quer muito salvar alguém. Mas ninguém pode salvar ninguém, não de verdade. Não de si. Você pega no sono no pé da montanha, e o lobo desce. E você espera ser acordada por alguém. Ou espera que alguém o espante. Ou atire nele. Mas, quando você se dá conta de que o lobo está dentro de você, é quando entende. Não pode fugir dele. E ninguém que ama você consegue matar o lobo, porque ele faz parte de você. As pessoas veem seu rosto nele. E não vão atirar.

Cartas de amor aos mortos

Era o mais próximo que eu tinha estado dele desde que terminamos, e doía o tanto que eu queria que ele me tocasse.

Cartas de amor aos mortos

[…] fiquei parada diante do espelho, olhando meu rosto sem entender. Era só eu, pura e simples, e eu não sabia o que via. Continuei olhando, procurando alguma outra coisa que não consegui encontrar. Fiquei olhando, até que só restassem contornos que não formavam uma pessoa. Mas nenhuma outra forma surgiu.

Cartas de amor aos mortos

Às vezes parece estranho que o sol nasça, como se nada tivesse acontecido.

Cartas de amor aos mortos

Mas não somos transparentes. Se quisermos que alguém nos conheça, precisamos nos revelar a essa pessoa.

Cartas de amor aos mortos

Às vezes agimos porque estamos sentindo tantas coisas dentro de nós e não percebemos como isso afeta os outros.

Cartas de amor aos mortos

De repente entendi que estar vivo é isto. Nossas próprias placas invisíveis se movendo em nosso corpo, e se alinhando à pessoa que vamos nos tornar.

Cartas de amor aos mortos

Descobri que, às vezes, momentos marcam nosso corpo. Eles estão ali, alojados sobre a pele como sementes pintadas de surpresa, tristeza ou medo. E se você virar para um lado ou cair, uma delas pode se soltar, pode se dissolver no sangue ou fizer surgir uma árvore inteira. Às vezes, quando uma se solta, todas começam a se soltar.

Cartas de amor aos mortos

Nosso corpo devia mostrar mais as coisas que nos machucam, as histórias que mantemos escondidas dentro de nós.

Cartas de amor aos mortos

Sabe quando você acha que conhece alguém? Mais do que qualquer um no mundo? Você sabe que entende a pessoa, porque a enxerga de verdade. E então você tenta se aproximar, e ela… desaparece. Você achava que pertenciam uma à outra. Achava que ela era sua, mas não é. Você quer protegê-la, mas não pode.

Cartas de amor aos mortos

E talvez amadurecer signifique que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você é a autora.

Cartas de amor aos mortos

Um amigo é alguém que dá liberdade total para você ser você mesmo – e especialmente para sentir ou não sentir. Qualquer coisa que você sinta naquele momento está bom para ele. É o que o amor verdadeiro significa – deixar alguém ser ele mesmo.

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