
O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente.
A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que, em verdade, pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.
O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida.
A vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo, e é triste que tantos se desgastem sonhando com fantasias espirituais.
E se o mundo não corresponde em todos os aspectos a nossos desejos é culpa da ciência ou dos que querem impor seus desejos ao mundo?
Às vezes acredito que há vida em outros planetas às vezes eu acredito que não. Em qualquer dos casos, a conclusão é assombrosa.
Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.
Existem muitas hipóteses em ciência que estão erradas. Isso é perfeitamente aceitável, eles são a abertura para achar as que estão certas.
Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.
O cérebro é como um músculo. Quando pensamos bem, nos sentimos bem.
A ausência da evidência não significa evidência da ausência.
Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.
O que é mais assustador?
A ideia de extraterrestres em mundos estranhos,
ou a ideia de que, em todo este imenso universo,
nós estamos sozinhos?
Nós podemos explicar o azul-pálido desse pequeno mundo que conhecemos muito bem. Se um cientista alienígena, recém-chegado às imediações de nosso Sistema Solar, poderia fidedignamente inferir oceanos, nuvens e uma atmosfera espessa, já não é tão certo. Netuno, por exemplo, é azul, mas por razões inteiramente diferentes. Desse ponto distante de observação, a Terra talvez não apresentasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é diferente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas. Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, “superastros”, “líderes supremos”, todos os santos e pecadores da história de nossa espécie, ali – num grão de poeira suspenso num raio de sol. A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (…)”
Nós somos uma maneira do Cosmos conhecer a si mesmo
Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.
Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.
Nós somos feitos de poeira de estrelas.
“A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!”
Para mim, é muito melhor compreender o universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer.
Talvez as pessoas que se satisfazem com apenas algumas horas de sono à noite sejam os precursores de uma nova adaptação humana que aproveitará integralmente todas as 24 horas do dia.
Eu, de minha parte, confesso abertamente que invejo tal adaptação.
Uma das grandes revelações da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária acomodando toda a espécie humana através dos oceanos do tempo e do espaço.
A ciência está atrás do que o universo realmente é, não do que nos faz sentir bem.
Saber muito não significa ser inteligente; a inteligência não é só informação, mas também julgamento, a maneira pela qual uma informação é coordenada e utilizada.
A nossa geração tem que escolher o que ela valoriza mais: lucros de curto prazo ou habitabilidade de longo prazo no nosso lar planetário?
Tanto o insignificante quanto o extraordinário são arquitetos do mundo natural.
Como as nossas paixões pelos esportes são tão profundas e tão amplamente distribuídas, é provável que façam parte de nosso hardware – não estão em nossos cérebros, mas em nossos genes.
Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.
Eu não quero acreditar, eu quero conhecer.
Cada um de nós é, na perspectiva cósmica, precioso. Se um ser humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai encontrar outro.
(Cosmos)
Queremos buscar a verdade, não importa aonde ela nos leve. Mas para encontrá-la, precisaremos tanto de imaginação quanto de ceticismo. Não teremos medo de fazer especulações, mas teremos o cuidado de distinguir a especulação do fato.
O método científico é comprovado e verdadeiro. Não é perfeito, é apenas o melhor que temos. Abandoná-lo, junto com seus protocolos céticos, é o caminho para uma idade das trevas.
Afirmativas extraordinárias exigem provas extraordinárias.
Se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é rejeitar qualquer evidência do logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou.
Frequentemente a imaginação nos transporta a mundos que nunca existiram, mas sem ela não vamos a parte alguma.
A verdade pode ser intrigante. Pode dar algum trabalho lidar com ela. Pode ser contra-intuitiva. Ela pode contradizer preconceitos profundamente enraizados. Pode não se coadunar com o que queremos desesperadamente que seja verdade. Mas nossas preferências não determinam o que é verdade.
Tudo é uma questão de escala de tempo. Um evento inimaginável em uma centena de anos talvez seja inevitável em um milhão de anos.
Eu adoraria acreditar que quando eu morrer, eu vou viver outra vez. Que alguma parte pensante, sensível e memorável de mim continuará. Mas por mais que eu queira acreditar nisso, e apesar de antigas tradições culturais mundiais falarem sobre vida após a morte eu não sei de nada que possa sugerir que isso é mais do que simplesmente pensamento positivo. O mundo é tão primoroso, com tanto amor e profundidade moral que não há razão para nos enganarmos com histórias bonitas para as quais existem poucas evidências boas. Parece muito melhor para mim, em nossa vulnerabilidade olhar a morte nos olhos. E ser grato todos os dia pela breve, mas magnífica oportunidade que a vida nos dá.
“Sempre entendi que um agnóstico é um ateu sem a coragem de expressar suas convicções”
‘Da mesma forma o senhor poderia dizer que um agnóstico é uma pessoa profundamente religiosa que possui um conhecimento ao menos rudimentar da falibilidade humana. Quando digo que sou agnóstico, quero apenas dizer que não disponho de provas. Não existem provas contundentes da existência de Deus… pelo menos da sua espécie de deus… como também não existem provas convincentes de sua inexistência. Como mais da metade da população da Terra não é formada de judeus, cristãos ou muçulmanos, eu diria que não há argumentos conclusivos para a existência do deus em que o senhor acredita. Se não fosse assim, todos os habitantes da Terra teriam sido convertidos.’” (Contato)
O físico britânico Michael Faraday alertou contra a tentação poderosa de procurar as evidências e aparências que estão a favor de nossos desejos, e desconsiderar as que lhes fazem oposição […]. Acolhemos com boa vontade o que concorda com nossas ideias, assim como resistimos com desgosto ao que se opõe a nós, enquanto todo preceito de bom senso exige exatamente o oposto.
(do livro “O mundo assombrado pelos demônios”)
Como um terremoto que confunde a nossa confiança no próprio solo que estamos pisando, pode ser profundamente perturbador desafiar as nossas crenças habituais, fazer estremecer as doutrinas em que aprendemos a confiar.
(‘O mundo assombrado pelos demônios’)
Um extraterrestre, recém-chegado à Terra – examinando o que em geral apresentamos às nossas crianças na televisão, no rádio, no cinema, nos jornais, nas revistas, nas histórias em quadrinhos e em muitos livros –, poderia facilmente concluir que fazemos questão de lhes ensinar assassinatos, estupros, crueldades, superstições, credulidade e consumismo. Continuamos a seguir esse padrão e, pelas constantes repetições, muitas das crianças acabam aprendendo essas coisas. Que tipo de sociedade não poderíamos criar se, em vez disso, lhes incutíssemos a ciência e um sentimento de esperança?
A sedução do maravilhoso embota nossas faculdades críticas.
Aqueles que têm alguma coisa para vender, aqueles que desejam influenciar a opinião pública, aqueles que estão no poder, diria um cético, têm um interesse pessoal em desencorajar o ceticismo.
Só confie numa testemunha quando ela fala de questões em que não se acham envolvidos nem o seu interesse próprio, nem as suas paixões, nem os seus preconceitos, nem o amor pelo maravilhoso.
É impressionante como as emoções podem se acirrar sobre uma questão a respeito da qual conhecemos de fato muito pouco.
Em nossa vida diária, incorporamos sem esforço e inconscientemente normas culturais que transformamos em coisas nossas.
Uma das lições mais tristes da história é a seguinte: se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é evitar qualquer evidência do logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou. É simplesmente doloroso demais admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos enganados.
(do livro ‘O mundo assombrado pelos demônios’)
Ninguém pode ser inteiramente aberto a novas ideias ou completamente cético. Todos temos que traçar o limite em algum lugar.
Conheço muitos adultos que ficam desconcertados quando as crianças pequenas fazem perguntas científicas. Por que a Lua é redonda? (…) “Como é que você queria que a Lua fosse, quadrada?” As crianças logo reconhecem que esse tipo de pergunta incomoda os adultos. Novas experiências semelhantes, e mais uma criança perde o interesse pela ciência. Por que os adultos têm de fingir onisciência diante de crianças de seis anos é algo que nunca vou compreender. O que há de errado em admitir que não sabemos alguma coisa? A nossa autoestima é assim tão frágil?
“What an astonishing thing a book is. It’s a flat object made from a tree with flexible parts on which are imprinted lots of funny dark squiggles. But one glance at it and you’re inside the mind of another person, maybe somebody dead for thousands of years. Across the millennia, an author is speaking clearly and silently inside your head, directly to you. Writing is perhaps the greatest of human inventions, binding together people who never knew each other, citizens of distant epochs. Books break the shackles of time. A book is proof that humans are capable of working magic.”
Se você quiser fazer uma torta de maçã a partir do zero, você deve primeiro inventar o Universo.
Nossas preferências não determinam o que é verdade.
A fé é a crença na ausência de evidências.
Somos poeira das estrelas.
Em meio a toda essa vastidão do universo não há indício de que alguém virá de algum outro lugar para nos salvar de nós mesmos.
Que coisa incrível é um livro. É um objeto achatado feito de árvore com partes flexíveis nas quais nós imprimimos uma porção de rabiscos escuros e esquisitos. Mas basta olhar para ele e você está dentro da mente da pessoa, talvez de alguém morto há milhares de anos.
Através dos milênios, um autor está falando claramente e silenciosamente dentro da sua cabeça, diretamente a você. A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, unindo pessoas que nunca conheceram umas às outras, cidadãos de épocas distantes.
Os livros rompem os grilhões do tempo. Um livro é a prova de que os humanos são capazes de realizar magia.
[Carl Sagan in: Cosmos]
Os seres humanos podem ansiar pela certeza absoluta; podem aspirar a alcançá-la; podem fingir, como fazem os partidários de certas religiões, que a atingiram. Mas a história da ciência – de longe o mais bem sucedido conhecimento acessível aos humanos – ensina que o máximo que podemos esperar é um aperfeiçoamento sucessivo de nosso entendimento, um aprendizado por meio de nossos erros, uma abordagem assintótica do Universo, mas com a condição de que a certeza absoluta sempre nos escapará.
Estaremos sempre atolados no erro. O máximo que cada geração pode esperar é reduzir um pouco as margens dele e ampliar o corpo de dados a que elas se aplicam. A margem de erro é uma auto-avaliação visível e disseminada da confiabilidade de nosso conhecimento.
[Carl Sagan em: O mundo assombrado pelos demônios, capítulo 3 – Ciência e Esperança]
A ciência não só é compatível com a espiritualidade, mas também é uma fonte de espiritualidade profunda.
Quem é mais humilde: o cientista que olha para o Universo com uma mente aberta e aceita aquilo que o Universo tem para nos ensinar, ou alguém que diz “tudo o que está neste livro deve ser considerado a verdade literal e esqueçam a falibilidade dos humanos que o escreveram”?
O caráter ou as crenças do cientista são irrelevantes; o que importa é se as provas confirmam suas afirmações. Os argumentos não contam simplesmente por serem de uma autoridade; muitas autoridades se enganaram com muita frequência.
Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer.”
Há menos grãos de areia na Terra, do que estrelas no espaço
O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue, o carbono em nossas tortas de maçã… Foram feitos no interior de estrelas em colapso, agora mortas há muito tempo. Nós somos poeira das estrelas.
Seja qual for o rumo que tomarmos, nosso destino está indissoluvelmente ligado à ciência.
Os segredos da evoulção são a morte e o tempo – a morte de enorme número de formas de vida que se adaptaram de maneira imperfeita ao meio ambiente; e tempo para uma longa sucessão de pequenas mutações que, por acaso, tiveram sucesso na adaptação, tempo para a lenta acumulação de modelos de mutações favoráveis.
As moléculas da vida enchem o cosmos.
Você tem de conhecer o passado para compreender o presente.
A astrologia desenvolveu-se numa estrana combinação de observações, matemática e cuidadosos registros cheios de ideias turvas e pura fralde.
Sou uma coleção de água, cálcio e outras e outras moléculas orgânicas que se chama Carl Sagan. Você é uma coleção de moléculas quase idênticas com rótulo coletivo diferente. Mas isso é tudo? Não existe ai nada além de moléculas? Há quem ache essa ideias um tanto depreciativa para dignidade humana. Quanto a mim, acho enaltecedor o fato de o univero permitir a evolução de máquinas moleculares tão intricadas e sutis como nós.
O universo não parece ser nem benevolente nem hostil, apenas indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós.
Ter grande conhecimento não é a mesma coisa que ser inteligente; inteligência não é apenas informação, mas também critério, o modo como a informação é coordenada e utilizada.
A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, ligando pessoas, cidadãos de épocas distantes, que nunca se conheceram. Livros rompem correntes do tempo, prova de que humanos podem fazer mágica.
Livros nos permitem viajar através do tempo, tocar a sabedoria de nossos ancestrais. A biblioteca nos conecta aos insights e ao conhecimento, laboriosamnte extraído da natureza, das maiores mentes que já existiram, dos melhores professores, oriundos de todo o planeta e de toda a nossa história, para nos instruir sem nos cansar e para inspirar-nos a dar nossa própria contribuição ao conhecimento coletivo da espécie humana.
Aquilo que não levamos em consideração é improvável que possamos corrigir.
Se houvesse ampla compreensão de que os dados do conhecimento requerem evidência adequada antes de poder ser aceitos, não haveria espaço para a pseudociência.
Pode ser perigoso acreditar nas coisas só porque você quer que elas sejam verdadeiras.
Para criaturas pequenas como nós, a vastidão só é suportável através do amor.
Os fatos são mais consoladores que a fantasia.
A credibilidade é consequência do método.
”O cosmos é tudo o que existiu, existe ou existirá.”
Onde temos emoções fortes somos propensos a nos enganar.
As consequências do analfabetismo científico são muito mais perigosas em nossa época do que em qualquer outro período anterior.
Quando você faz uma descoberta – mesmo se você for a última pessoa na Terra a ver a luz – você jamais vai se esquecer.
A ciência é muito mais que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar.
O cérebro é como um músculo. Quando está sendo usado, nos sentimos muito bem. O entendimento é prazeroso.
Tornamos nosso mundo significativo pela coragem de nossas perguntas e pela profundidade de nossas respostas.
Somos os representantes do cosmos. Somos um exemplo do que o hidrogênio pode fazer com 15 bilhões de anos de evolução cósmica.
Se ansiamos que nosso planeta seja importante, há algo que podemos fazer quanto a isso. Podemos fazer com que ele seja significativo com a coragem de nossas perguntas e a profundidade de nossas respostas.
Mesmo as estrelas, que parecem tão numerosas, são como areia, são como poeira – ou menos que poeira – na enormidade do espaço.
Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.
Vivemos em uma sociedade extremamente dependente da ciência e da tecnologia, na qual quase ninguém sabe nada sobre ciência e tecnologia.
O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente.
A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que, em verdade, pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.
O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida.
A vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo, e é triste que tantos se desgastem sonhando com fantasias espirituais.
E se o mundo não corresponde em todos os aspectos a nossos desejos é culpa da ciência ou dos que querem impor seus desejos ao mundo?
Às vezes acredito que há vida em outros planetas às vezes eu acredito que não. Em qualquer dos casos, a conclusão é assombrosa.
Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.
Existem muitas hipóteses em ciência que estão erradas. Isso é perfeitamente aceitável, eles são a abertura para achar as que estão certas.
Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.
O cérebro é como um músculo. Quando pensamos bem, nos sentimos bem.
A ausência da evidência não significa evidência da ausência.
Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.
O que é mais assustador?
A ideia de extraterrestres em mundos estranhos,
ou a ideia de que, em todo este imenso universo,
nós estamos sozinhos?
Nós podemos explicar o azul-pálido desse pequeno mundo que conhecemos muito bem. Se um cientista alienígena, recém-chegado às imediações de nosso Sistema Solar, poderia fidedignamente inferir oceanos, nuvens e uma atmosfera espessa, já não é tão certo. Netuno, por exemplo, é azul, mas por razões inteiramente diferentes. Desse ponto distante de observação, a Terra talvez não apresentasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é diferente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas. Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, “superastros”, “líderes supremos”, todos os santos e pecadores da história de nossa espécie, ali – num grão de poeira suspenso num raio de sol. A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (…)”
Nós somos uma maneira do Cosmos conhecer a si mesmo
Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.
Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.
Nós somos feitos de poeira de estrelas.
“A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!”
Para mim, é muito melhor compreender o universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer.
Talvez as pessoas que se satisfazem com apenas algumas horas de sono à noite sejam os precursores de uma nova adaptação humana que aproveitará integralmente todas as 24 horas do dia.
Eu, de minha parte, confesso abertamente que invejo tal adaptação.
Uma das grandes revelações da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária acomodando toda a espécie humana através dos oceanos do tempo e do espaço.
A ciência está atrás do que o universo realmente é, não do que nos faz sentir bem.
Saber muito não significa ser inteligente; a inteligência não é só informação, mas também julgamento, a maneira pela qual uma informação é coordenada e utilizada.
A nossa geração tem que escolher o que ela valoriza mais: lucros de curto prazo ou habitabilidade de longo prazo no nosso lar planetário?