É falso o amor que leva o homem à indignidade.
Os raciocínios do amor-próprio não gozam do crédito das melhores consequências.
Todas as paixões são vencíveis.
As maiores desgraças são aquelas que a si próprias não podem perdoar.
Reparar, quando o coração repara mais que o juízo, é amar.
A maldade é congénere do homem.
A civilização é a razão da igualdade.
Não há amor que resista a vinte e quatro horas de filosofia.
As ações de cada pessoa são boas ou más consoante a maneira como as outras as comentam.
A amizade é o mais levantado dos humanos sentimentos.
A amante que chora o amante que teve, na presença do amante que se lhe oferece, quer persuadir o segundo que é arrastada ao crime pela ingratidão do primeiro.
A saudade pelos vivos é dor suave.
O basilisco do ciúme é, às vezes, o galvanismo dos corações regelados e mortos pelo tédio.
A escala dos sofrimentos humanos é infinita.
O amor é a primeira condição da felicidade do homem.
Quando a eloquência, inspirada do íntimo da alma, regurgita em jorros dos lábios de uma amante, é certo o triunfo.
O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim.
O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.
O silêncio é uma confissão.
O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.
As quedas de algumas mulheres justificam-nas alguns maridos.
As injustiças, se alanceiam as vítimas, também ferem quem as faz.
Quem não conhece a mulher amiga, põe a mão sobre o coração e não encontra aí a flor, que se rega nas lágrimas, quer de alegria quer de recíproca tristeza.
O homem que ama é um tolo sublime.
O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida.
A mulher devia ser velha quando não sente o coração… quando já não ama.
Atrás da poesia do amor vem a prosa do casamento.
O extremo de um grande prazer é um desgosto.
A morte é amparo.
As mulheres amadas, conhece-as pela cor quem quiser estudá-las entre os dezoito e os trinta anos.
A rosa da profunda amizade não se colhe sem ferir a mão em muitos espinhos da contradição. No abnegar é que está o vencer de muitas resistências invencíveis ao império da vontade.
A castidade, além de ser em si e virtualmente uma coisa boa, tem ignorâncias anatómicas e inconscientes condescendências com as impurezas alheias.
Os dias prósperos não vêm por acaso. São granjeados, como as searas, com muita fadiga e com muitos intervalos de desalento.
Viver é ansiar a felicidade possível e a impossível.
Em coisas insignificantes é que um verdadeiro amigo se avalia.
A felicidade é parecida com a liberdade, porque toda a gente fala nela e ninguém a goza.
O ciúme vê com lentes, que fazem grandes as coisas pequenas, gigantes os anões, verdades as suspeitas.
Depois do céu, quem mais pasmosos milagres faz é o amor.
Amigos verdadeiros são os que nos acodem inopinados com valedora mão nas tormentas desfeitas.
Ao pé de um bom estômago coincidiu sempre uma boa alma.
Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.
A beleza é o poder moderador dos delitos do coração.
Amigo é uma palavra profanada pelo uso e barateada a cada hora, como a palavra de honra, que por aí anda desvirtualizando a honra.
O amor, que não perde nem desvaira, esse é que é o amor.
A morte emenda todos os atos da vida.
O amor nascente é tão melindroso, pueril e tímido, que receia desagradar até com o pensamento ao ídolo da sua concentrada adoração.
A paciência é a riqueza dos infelizes.
O amor, que vem procurado como sensação necessária à felicidade da vida, perde dois terços da sua embriagante doçura; porém, o amor inesperado, impetuoso e fulminante, esse é um abrir-se o céu a verter no peito do homem todas as delícias puras que não correm perigos de empestarem-se em contato com as da terra.
O melhor amigo é o dinheiro. Conselhos, os melhores é o dinheiro que os dá.
O amor que enlouquece e permite que se abram intercadências de luz no espírito, para que a saudade rebrilhe na escuridão da demência, é incomparavelmente mais funesto que o amor fulminante.
Entre namorar e amar, está o reflectir.
A maior alma é sempre insignificante ao pé da pequeníssima alma em cuja dependência está.
Ninguém sente em si o amor que inspira e não comparte.
Ninguém sente em si o peso do amor que se inspira e não comparte. Nas máximas aflições, nas derradeiras do coração e da vida, é grato sentir-se amado quem já não pode achar no amor diversão das penas, nem soldar o último fio que se está partindo. Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência..
A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem.
O arrependimento inventa carinhos novos, e a inocência parece vingar-se, perdoando, e sorrindo ao algoz, que exora o perdão com lágrimas.
A verdadeira lei do progresso moral é a caridade.
Um verdadeiro amor é segunda inocência.
Não há metade do coração. Ou todo o amor ou toda a indiferença; quando não, é uma insustentável impostura, chamada estima.
Ninguém é pobre quando ama.
É na solidão que as almas doentes convalescem e se fortificam.
O futuro é um descuido do maior número e uma aflição de poucos espíritos que vieram sãos a um mundo cheio de aleijados.
Há horas na vida em que a mais leve contrariedade toma as proporções de uma catástrofe.
O homem é um composto de grandeza e pequenez, uma dualidade de gigante e de pigmeu.
A torpeza, a ignomínia, a podridão das entranhas vivas, o nascer ou morrer infamado ou infame é só do homem.
Há um ideal comum a todos, ideal que dispensa consumo de ideias: coisa em si materialíssima, que se chama ideal em virtude de tácita convenção, feita há cinco mil anos, de nos enganarmos uns aos outros, e cada qual a si.
Todo o homem tem uma porção de inépcia que há-de sair em prosa ou verso, em palavras ou obras, como o carnejão de um furúnculo. Quer queira quer não, um dia a válvula salta e o pus repuxa.
Há desgraças inconsoláveis (…) apenas uma lhe vê sorrir: a morte.
Que mal fariam a Deus os nossos inocentes desejos?…Por que não merecemos nós o que tanta gente tem?
Nos livros aprendi a fugir ao mal sem o experimentar.
A candura nem sempre é bela.
O amor quer o monopólio das faculdades da alma.
No homem gasto vão-se as ilusões e fica a experiência.
Os amigos
Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
– Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos!
O que é o remorso? É a reação da virtude contra o crime.
A virtude é a censura prática do crime.
É forçoso recorrer ao inconcebível, ao sobrenatural, ao misticismo da providência oculta para compreender o que vulgarmente se diz ‘fatalidade’.
Uma mulher, por mais feliz que seja, tem necessidade das lágrimas como do ar… chora-se insensivelmente, quando se é feliz, como se respira quando se dorme.
O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida: é refletida do astro eterno; irradia-se de Deus. –
O melhor amigo é o dinheiro. Conselhos, os melhores é o dinheiro que os dá.
O muito dinheiro pode dar a um galego alma de príncipe, e a miséria pode dar a um príncipe alma de galego.
A comédia, para sair boa e prestante como corretivo, deve ser um espelho em que o espectador veja os seus ridículos.
Dor que se expande em soluços, que rejeita consolações impotentes e não espera nada dos recursos ordinários, mata depressa, ou depressa se desvanece.
Há dores silenciosas, que nos incutem respeito, quando o que as sofre não pede compaixão para elas.
Orou por vezes, com seriedade tal de princípios, que não servem para romance os seus discursos.
A formosura, que não é senão a harmonia rigorosa das formas, é muito rara. O que não é raro é a graça, a simpatia, o indizível que vos encanta, sem vos dar tempo a estudar a irregularidade de um nariz, ou o defeito de uma testa.
”os sentidos do coração só os posso agradecer com amizade”
Não há crime absolutamente imperdoável; também não há virtude imaculada.
É falso o amor que leva o homem à indignidade.
Os raciocínios do amor-próprio não gozam do crédito das melhores consequências.
Todas as paixões são vencíveis.
As maiores desgraças são aquelas que a si próprias não podem perdoar.
Reparar, quando o coração repara mais que o juízo, é amar.
A maldade é congénere do homem.
A civilização é a razão da igualdade.
Não há amor que resista a vinte e quatro horas de filosofia.
As ações de cada pessoa são boas ou más consoante a maneira como as outras as comentam.
A amizade é o mais levantado dos humanos sentimentos.
A amante que chora o amante que teve, na presença do amante que se lhe oferece, quer persuadir o segundo que é arrastada ao crime pela ingratidão do primeiro.
A saudade pelos vivos é dor suave.
O basilisco do ciúme é, às vezes, o galvanismo dos corações regelados e mortos pelo tédio.
A escala dos sofrimentos humanos é infinita.
O amor é a primeira condição da felicidade do homem.
Quando a eloquência, inspirada do íntimo da alma, regurgita em jorros dos lábios de uma amante, é certo o triunfo.
O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim.
O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.
O silêncio é uma confissão.
O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.
As quedas de algumas mulheres justificam-nas alguns maridos.
As injustiças, se alanceiam as vítimas, também ferem quem as faz.
Quem não conhece a mulher amiga, põe a mão sobre o coração e não encontra aí a flor, que se rega nas lágrimas, quer de alegria quer de recíproca tristeza.
O homem que ama é um tolo sublime.
O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida.