AutorByung-Chul Han

Byung-Chul Han

Hoje o indivíduo se explora e acredita que isso é realização.

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Sem a presença do outro, a comunicação degenera em um intercâmbio de informação: as relações são substituídas pelas conexões, e assim só se conecta com o igual; a comunicação digital é somente visual, perdemos todos os sentidos; vivemos uma fase em que a comunicação está debilitada como nunca: a comunicação global e dos likes só tolera os mais iguais; o igual não dói!

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A queixa do indivíduo depressivo, “nada é possível”, só pode ocorrer em uma sociedade que pensa que “nada é impossível”.

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Homens e mulheres comuns, tendo a oportunidade de uma vida feliz, se tornarão mais gentis e menos persecutórios e inclinados a encarar os outros com suspeita.

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Nesta sociedade de compulsão, todo mundo carrega em si um campo de trabalho. Este campo de trabalho é definido pelo fato de que somos simultaneamente prisioneiros e guardas, vítimas e agressores. Exploramos a nós mesmos. Isso significa que a exploração é possível mesmo sem dominação.

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Nunca ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo.

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⁠A depressão é o adoecimento de uma sociedade que sofre sob o excesso de positividade.

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⁠A perda moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas à própria realidade, torna a vida humana radicalmente transitória.

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⁠Nós nos transformamos em zumbis saudáveis e fitness, zumbis do desempenho e do botox.

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⁠O homem não nasceu para o trabalho. Quem trabalha não é livre.

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⁠O hipercapitalismo atual dissolve totalmente a existência humana numa rede de relações comerciais.

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A sociedade disciplinar está dominada pelo ‘não’. Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, ao contrário, produz depressivos e fracassados.

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⁠O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário.

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⁠Esquece-se que a dor purifica. Falta, à cultura da curtição, a possibilidade da catarse. Assim, sufocamo-la com os resíduos [Schlacken] da positividade, que se acumulam sob a superfície da cultura de curtição.

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⁠A forte e intensa exigência por transparência aponta justamente para o fato de que o fundamento moral da sociedade se tornou frágil, que valores morais como sinceridade ou honestidade estão perdendo cada vez mais significado.

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