A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado.
Duvidemos até mesmo da própria dúvida.
Com que direito os deuses imortais rebaixariam um homem virtuoso ao ponto de o recompensar?
Mais vale compreender pouco do que compreender mal.
O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.
Em matéria de propriedade, o direito do primeiro ocupante é incerto e pouco seguro. O direito de conquista, pelo contrário, assenta em fundamentos sólidos. Ele é respeitável porque é o único que se faz respeitar.
A justiça é a sanção das injustiças estabelecidas.
Considero a piedade do rico para com o pobre injuriosa e contrária à fraternidade humana.
É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar.
Definem-nos o milagre: uma derrogação das leis da natureza. Não as conhecemos; como saberíamos que um fato as derroga?
As mulheres e os médicos sabem bem como a mentira é necessária aos homens.
As coisas, em si mesmas, não são grandes nem pequenas, e quando nós consideramos que o universo é vasto, trata-se de uma ideia meramente humana.
O trabalho convém ao homem, (…) evita que ele olhe para esse outro que é ele e que lhe torna a solidão horrível.
O homem não crê no que é, crê no que ele deseja que seja.
O futuro permanece escondido até dos homens que o fazem.
De todas as escolas que frequentei, a da rua, foi a que me pareceu melhor.
Raramente tenho aberto uma porta por descuido sem ter deparado com um espectáculo que me fizesse sentir, pela humanidade, compaixão, nojo ou horror.
Uma besteira repetida por trinta e seis milhões de bocas não deixa de ser uma besteira. As maiorias têm mostrado as mais das vezes uma aptidão superior à servidão.
Os homens animados por uma fé comum nada têm feito mais depressa senão exterminar aqueles que pensam de modo diferente, sobretudo quando a diferença é muito pequena.
O que os homens chamam de civilização é o estado atual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados.
Chamamos perigosos àqueles cujo espírito é diferente do nosso e imorais aos que não têm a nossa moral.
O artista deve gostar da vida e mostrar-nos que ela é bonita. Se não fosse ele, duvidaríamos disso.
Considero o conhecimento de si mesmo como uma fonte de preocupações, de inquietações e de tormentos. Tenho-me frequentado o menos possível.
O jogo é um corpo-a-corpo com o destino.
É uma grande tolice o «conhece-te a ti mesmo» da filosofia grega. Não conheceremos nunca nem a nós nem aos outros. Mas não se trata disso. Criar o mundo é menos impossível do que explicá-lo.
Nada estraga tanto uma confissão como o arrependimento.
Na noite onde todos estamos, o sábio esbarra com a parede, enquanto o ignorante fica tranquilamente no meio do quarto.
Os acontecimentos tinham ampliado a sua inteligência naturalmente estreita. A imensa ironia das coisas tinha passado na sua alma e a tornara fácil, sorridente e leve.
Por mais que busquemos, apenas nos encontramos a nós próprios.
Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.
A mulher alimenta-se de carícias, como a abelha das flores.
Só amamos verdadeiramente se amarmos sem causa.
A vida de uma nação, como a de um indivíduo, é uma ruína perpétua, uma sequência de desabamentos, uma interminável expansão de misérias e crimes.
O real serve-nos para fabricar melhor ou pior um pouco de ideal.
A virtude, tal como os corvos, aninha-se nas ruínas.
O passado é a única realidade humana. Tudo o que é já foi.
Agradeço ao destino por ter-me feito nascer pobre. A pobreza foi-me uma amiga benfazeja; ensinou-me o preço verdadeiro dos bens úteis à vida, que sem ela não teria conhecido. Evitando-me o peso do luxo, devotou-me à arte e à beleza.
As opiniões comuns passam sem exame. Na maioria das vezes não as admitiríamos se lhes prestássemos atenção.
A virtude está toda no esforço.
O pensamento é uma doença peculiar a alguns indivíduos e que não se propagaria sem ocasionar prontamente o fim da espécie.
O dinheiro é um dos fins para se viver feliz: os homens transformaram-no no único fim.
O senso comum diz-nos que a terra é imóvel, que o sol gira à sua volta e que os homens que vivem nos antípodas andam de cabeça para baixo.
Um bom retrato é uma biografia pintada.
Só os homens que não se interessam por mulheres interessam-se pelas suas roupas. Os homens que realmente gostam de mulheres nem percebem o que elas estão a usar.
O Estado é como o corpo humano. Nem todas as funções que desempenha são nobres.
A compaixão é que nos torna verdadeiramente humanos e impede que nos transformemos em pedra, como os monstros de impiedade das lendas.
É-se rebelde quando se é vencido. Os vitoriosos nunca são rebeldes.
Sabendo sofrer, sofre-se menos.
As verdades descobertas pela inteligência são estéreis. Apenas o coração é capaz de fecundar os seus sonhos.
Muito aprendeu quem bem conheceu o sofrimento.
A ignorância é a condição necessária da felicidade dos homens, e é preciso reconhecer que as mais das vezes a satisfazem bem.
A fome e o amor são os dois sexos do mundo. A humanidade gira toda sobre o amor e a fome.
Todos os homens que não sabem o que fazer desta vida desejam outra, que nunca acabe.
O que a juventude tem de melhor é ser capaz de admirar sem compreender.
Os poetas ajudam-nos a amar: só servem para isso.
O que seriam os desertos da vida sem as brilhantes miragens dos nossos pensamentos!
Pois todas as nossas misérias verdadeiras são íntimas e causadas por nós mesmos. Acreditamos erradamente que elas vêm de fora, mas formamo-las dentro de nós, da nossa própria substância.
O povo faz bem as línguas. Fá-las imaginosas e claras, vivas e expressivas. Se fossem os sábios a fazê-las, elas seriam baças e pesadas.
A majestosa igualdade das leis, que proíbe tanto o rico como o pobre de dormir sob as pontes, de mendigar nas ruas e de roubar pão.
O cristianismo fez muito pelo amor ao torná-lo um pecado.
Não tenho ilusões sobre os homens, e, para não os odiar, desprezo-os.
As ideias de ontem fazem os costumes de amanhã.
A pobreza é indispensável à riqueza, a riqueza é necessária à pobreza. Esses dois males engendram-se um ao outro e sustentam-se um ao outro. O que é preciso não é melhorar a condição dos pobres, mas acabar com ela.
Sem se iludir, a humanidade pereceria de desespero e de tédio.
Não há governos populares. Governar é descontentar.
Os homens brigam com mais frequência por via das palavras. É por palavras que eles matam e se fazem matar com maior empenho.
As grandes obras deste mundo foram sempre realizadas por doidos.
Pois a mulher é a grande educadora do homem: ensina-lhe as virtudes encantadoras, a polidez, a discrição e essa altivez que teme ser importuna. Ela mostra a alguns a arte de agradar, a todos a arte útil de não desagradar.
Antes de ter amado um animal, parte da nossa alma parmanece desacordada.
Nada é mais poderoso do que a palavra: o encadeamento de razões fortes e de elevados pensamentos.
Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar.
É o amor que faz a beleza das coisas.
As razões de nossos atos são obscuras e os impulsos que nos impelem para a ação ficam profundamente ocultos.
Só se ama verdadeiramente quando se ama sem razão.
Prefiro os erros do entusiasmo à indiferença da sabedoria.
O que mais assusta em um insano, é a sua conversa sã.
Os felizes pouco conhecem da vida:
a dor é grande mestra dos homens.
Eu não recearia muito as más leis se elas fossem aplicadas por bons juízes. Não há texto de lei que não deixe campo à interpretação. A lei é morta. O magistrado vivo. É uma grande vantagem que ele tem sobre ela.
Viva como aconselhas, diga o que fazes, faça o que dizes.
As crianças imaginam com facilidade as coisas que desejam e não têm.
Quando, na idade adulta, conservam essa maravilhosa faculdade, dizemos que são poetas ou loucos.
Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida.
O coração põe vida em tudo aquilo que ama.
Para realizar grandes coisas, precisamos sonhar do mesmo modo que agir.
Eu prefiro o erro do entusiasmo à indiferença do bom senso.
Educação não é o quanto você tem guardado na memória, nem mesmo o quanto você sabe. É ser capaz de diferenciar entre o que você sabe e o que você não sabe.
O trabalho tem mais isto de excelente: distrai a nossa vaidade, engana a nossa falta de poder e faz-nos sentir a esperança de um bom evento.
Não é de idéias mas de ações que um povo vive.
O coração dá vida a tudo que ama.
Para conseguir grandes coisas, é necessário não apenas planejar, mas também acreditar; não apenas agir, mas também sonhar.
Todas as mudanças, mesmo as mais almejadas, têm sua melancolia. Porque aquilo que deixamos para trás é uma parte de nós mesmos, e devemos morrer para uma vida antes que possamos entrar em outra.
A vida real seria insuportável, se não fossem os sonhos.
Todas as mudanças, mesmo aquelas pelas quais ansiamos, têm sua melancolia.
Não é bom agarrar-se obstinadamente aos bens mortais; devemos deixar aquilo que nos deixa.
Na minha idade sabe-se demais como a vida é pouco inocente; sabe-se demais o que se perde, demorando neste mundo; e só se tem confiança na mocidade.
Nunca empreste livros, pois nunca vão devolvê-los. Todos os livros que tenho em minha biblioteca são livros que outras pessoas me emprestaram.
Saber não é absolutamente nada, imaginar é tudo.
Na arte como no amor, o instinto é suficiente.
Não sabemos o que fazer com esta curta vida e desejamos outra que seja eterna.
Só os pobres pagam à vista, mas não por virtude – é porque não têm crédito.
Quando uma coisa foi dita, e bem dita, não tenha escrúpulos, tome-a e copie-a”.
“… Todas as mudanças mais desejadas têm a sua melancolia.
Pois o que deixamos para trás é uma parte de nós mesmos.
Devemos morrer para uma vida antes de podermos entrar em outra….!”
“Todas as mudanças, mesmo aquelas pelas quais ansiamos, tem sua melancolia. O que deixamos pra trás é uma parte de nós mesmos. Precisamos morrer em uma vida antes de entrarmos em outra.”
A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado.
Duvidemos até mesmo da própria dúvida.
Com que direito os deuses imortais rebaixariam um homem virtuoso ao ponto de o recompensar?
Mais vale compreender pouco do que compreender mal.
O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.
Em matéria de propriedade, o direito do primeiro ocupante é incerto e pouco seguro. O direito de conquista, pelo contrário, assenta em fundamentos sólidos. Ele é respeitável porque é o único que se faz respeitar.
A justiça é a sanção das injustiças estabelecidas.
Considero a piedade do rico para com o pobre injuriosa e contrária à fraternidade humana.
É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar.
Definem-nos o milagre: uma derrogação das leis da natureza. Não as conhecemos; como saberíamos que um fato as derroga?
As mulheres e os médicos sabem bem como a mentira é necessária aos homens.
As coisas, em si mesmas, não são grandes nem pequenas, e quando nós consideramos que o universo é vasto, trata-se de uma ideia meramente humana.
O trabalho convém ao homem, (…) evita que ele olhe para esse outro que é ele e que lhe torna a solidão horrível.
O homem não crê no que é, crê no que ele deseja que seja.
O futuro permanece escondido até dos homens que o fazem.
De todas as escolas que frequentei, a da rua, foi a que me pareceu melhor.
Raramente tenho aberto uma porta por descuido sem ter deparado com um espectáculo que me fizesse sentir, pela humanidade, compaixão, nojo ou horror.
Uma besteira repetida por trinta e seis milhões de bocas não deixa de ser uma besteira. As maiorias têm mostrado as mais das vezes uma aptidão superior à servidão.
Os homens animados por uma fé comum nada têm feito mais depressa senão exterminar aqueles que pensam de modo diferente, sobretudo quando a diferença é muito pequena.
O que os homens chamam de civilização é o estado atual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados.
Chamamos perigosos àqueles cujo espírito é diferente do nosso e imorais aos que não têm a nossa moral.
O artista deve gostar da vida e mostrar-nos que ela é bonita. Se não fosse ele, duvidaríamos disso.
Considero o conhecimento de si mesmo como uma fonte de preocupações, de inquietações e de tormentos. Tenho-me frequentado o menos possível.
O jogo é um corpo-a-corpo com o destino.
É uma grande tolice o «conhece-te a ti mesmo» da filosofia grega. Não conheceremos nunca nem a nós nem aos outros. Mas não se trata disso. Criar o mundo é menos impossível do que explicá-lo.