O mar. Amar. Dizem que ambos são infinitos. Dizem.
Além de ser impossível agradar a todos, também é absolutamente desnecessário.
Escrever é começar a partir de algo que se supõe saber e descobrir coisas novas no meio do caminho.
Não existe receita pronta para ser a gente mesmo. Só a gente é o que é. Somos sozinhos nesse sentido.
Amor é um misto de bancar a solidão com ter sorte, atravessado por um encanto com um outro que insiste.
Não há amor que nos livre da solidão.
Sempre amamos sozinhos, pois cada um ama a seu próprio modo, cada um ama com sua história, com seu sintoma, com suas perebas psíquicas, com seus perrengues transgeracionais.
Se as nossas relações fossem fáceis, a primeira pessoa do plural se chamaria “laços”, ao invés de “nós”. Bem mais bonito e fácil de desatar.
O amor não nos livra de sermos sós, mas certamente torna a experiência de estar só algo muito interessante.
Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali.
A gente não ama o outro porque ele é nosso espelho, a gente ama o outro na notícia que ele dá de que há um mundo para além do nosso umbigo. Ter o nosso narcisismo furado é um baita alívio, e, no amor, é disso que se trata.