Toda a boa literatura nos transforma em homens e mulheres de outras culturas, de outros países, de diferentes religiões, diferentes tempos e nos faz sentir em casa em lugares muito distantes. É esse o milagre e a magia da literatura.
A única maneira de manter uma fantasia intacta é não vivê-la.
Precisamos de um senso de justiça, mas precisamos também de senso comum, de imaginação, de uma capacidade profunda de imaginar o outro, às vezes de nos colocarmos na pele do outro. Precisamos da capacidade racional de nos comprometer e, às vezes, de fazer sacrifícios e concessões.
Se há uma mensagem metapolítica em meus romances, é sempre uma mensagem, de uma maneira ou de outra, de um compromisso, compromisso doloroso, e da necessidade de escolher a vida em lugar da morte, a imperfeição da vida em lugar das perfeições da morte gloriosa.
Meu leitor ideal é um leitor vagaroso, que lê em pequenos e lentos goles. O mundo não pode ser descoberto numa leitura rápida.
O silêncio do deserto não é comparável a nenhum outro silêncio porque é absoluto.
Nunca lutaria por supostos interesses nacionalistas. Mas lutaria e luto como um diabo pela vida e pela liberdade. Por nada mais.
Os fatos têm a tendência de obscurecer a verdade.
Agora acredito que todas as jornadas são ridículas: a única da qual você não volta sempre de mãos vazias é a jornada interior.