Porque a vida que nós leva é a vida que nós tem
Sociedade, o problema é essencial
E se ninguém vai ser do bem
Bom, tentemos ser menos mal
É igual miséria do inquérito, bem-vindo a América
Aqui embaixo, quase não há luz em como somos
De fato, o mundo é um lugar que nunca fomos
Mudando o futuro contra a tempestade.
Com a mão no remo eu sigo meu rumo
Preciso de Deus e a família do lado,
Os que me abandona eu me acostumo
Eu sei onde eu piso, pego obstáculo
Eu levo pro palco e faço espetáculo
E aviso pra todos os meus favelados,
A guerra e a paz não é pra homem fraco
Sem medo da polícia chegar, pra mim tá tudo bem
Nós não devemos nada a ninguém
Nem eu pra você e nem você pra mim
E a gente se gosta assim
Se for preto atiram e depois perguntam o nome
Morre sem registro, sem nenhum valor
Rende a homenagem do soldado
Tudo que custou, a operação, toda munição
E a dor da mãe, capital de giro do Estado
Eles diz que são favela
Mas não pisa aqui
Sinceridade é igual bala
Eu tenho que cuspir
Enganar os outros é um esporte que eu não tenho praticado
Que até hoje eu ainda não aprendi a mentir
Favela chorou, jogador sangrou
Lágrimas molham o solo sagrado
Saudade ficou de quem Deus levou
Hoje eu lembro dos momentos bons
Abrace agora quem tá do lado