AutorValter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe

O amor precisa ser uma solução, não um problema. Toda a gente me diz: o amor é um problema. Tudo bem. Posso dizer de outro modo: o amor é um problema mas a pessoa amada precisa ser uma solução.

Valter Hugo Mãe

Os adultos apaixonam-se ao acaso, ainda que façam um esforço para escolher muito ou com muita inteligência. Já aprendi. O amor é um sentimento que não obedece nem garante. Precisa de sorte e, depois, empenho. Precisa de respeito. Respeito é saber deixar que todos tenham vez. Ninguém pode ser esquecido.

Valter Hugo Mãe

O amor constrói. Gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares.

Valter Hugo Mãe

Descubro cada vez mais que o paraíso são os outros. Vi num livro para adultos. Li só isso: o paraíso são os outros. A nossa felicidade depende de alguém. Eu compreendo bem.

Valter Hugo Mãe

O amor era uma atitude. Uma predisposição natural para se ser a favor de outrem. É isso o amor. Uma predisposição natural para se favorecer alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa.

Valter Hugo Mãe

Pensava que quando se sonha tão grande a realidade aprende.

Valter Hugo Mãe

A companhia de verdade, achava ele, era aquela que não tinha por que ir embora e, se fosse, ir embora significaria ficar ali, junto.

Valter Hugo Mãe

Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.

Valter Hugo Mãe

Pensou que o rapaz tinha ido embora diferente dela. Não podia ser que o amor tornasse as pessoas diferentes assim, a menos que não fosse amor nenhum.

Valter Hugo Mãe

Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.

Valter Hugo Mãe

Amar era feito para ser uma demasia e uma maravilha.

Valter Hugo Mãe

Eram, tanto quanto possível, os felizes. Porque a felicidade não se substituía ao resto, a felicidade acumulava-se. Era do acumulado do que se fez que se podia alcançá-la.

Valter Hugo Mãe

O toque de alguém, dizia ele, é o verdadeiro lado de cá da pele. Quem não é tocado não se cobre nunca, anda como nu. De ossos à mostra.

Valter Hugo Mãe

(…) o que me faz correr é sempre o mesmo, uma vontade de saber mais e o de deixar contado às pessoas, nos livros, sabe. Deixar nos livros aquilo que se descobre, porque um livro, com o que contém, pode ser uma fortuna eterna (…)

Valter Hugo Mãe

(…) deixar um livro cheio de poemas que fiquem para sempre a comunicar com quem lhes pegue é como deixar uma voz amiga de toda a gente, pense no que é hoje ler o Camões e como aquilo ainda nos diz respeito, pense como será deixar por sua mão algo que também chegue ao povo, para que o povo conheça e se enterneça consigo e com o nosso tempo (…)

Valter Hugo Mãe

O sofrimento nunca impediria alguém de ser feliz.

Valter Hugo Mãe

Queria que ela fosse tão propensa ao sorriso quanto o pudesse ser.

Valter Hugo Mãe

Amar é uma proibição de estar só.

Valter Hugo Mãe

O meu pai desentristeceu-me. Prometeu que leríamos um livro. Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia. (…) Punha a cabeça de encontro ao livro como se para ler fosse necessário mergulhar. Servia de ilusão. O melhor era poder fazê-lo com meu pai. Andar iludida com ele.

Valter Hugo Mãe

Devia ser a poesia do meu pai que me mimava. Os livros. Eram os livros. Diziam-me coisas bonitas e eu sentia que a beleza passava a ser um direito.

Valter Hugo Mãe

(…) Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não tinham sentidos. Andavam como sem ver, sem ouvir, sem falar. Não sabiam sequer o sabor das batatas. Só os livros explicavam tudo. As pessoas que não leem apagam-se do mapa de Deus.

Valter Hugo Mãe

Quem não sabe perdoar, só sabe coisas pequenas.

Valter Hugo Mãe

A arte é uma inconformidade, um incômodo com o que existe, porque o que existe não chega.

Valter Hugo Mãe

Escrevemos, sobretudo, com a vocação para uma revelação, para uma angariação daquilo que nos está vedado.

Valter Hugo Mãe

Pela oportunidade da cultura, pela arte, pela educação, pelo ensino, nós podemos beirar a felicidade.

Valter Hugo Mãe

Provavelmente, se o livro for bom,
ele manterá mistérios para todo o sempre.

Valter Hugo Mãe

⁠Aprendi que o dinheiro tem valor em troca de muita coisa, mas uma coisa só tem valor se for de graça.

Valter Hugo Mãe

⁠Creio que vivo pra dentro de mim, uns andares abaixo do que se vê à superfície.

Valter Hugo Mãe

⁠Morrer cedo é um azar ou uma sorte?
– Convenci-me de que a morte é sempre cedo. Apenas podemos estar preparados ou não. Não tem como ser na idade certa porque nenhuma idade é mais do que tempo.

Valter Hugo Mãe

As bibliotecas deviam ser declaradas da família dos aeroportos, porque são lugares de partir e de chegar.

Valter Hugo Mãe

Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e o baixo, a esquerda e a direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Podemos pensar que abrir e fechar um livro é obrigá-lo a pestanejar, mas dentro de um livro nunca se faz escuro. Os livros querem sempre ver e estão sempre a contar.

Valter Hugo Mãe

Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra. Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame o direito de seguir maior viagem.

Valter Hugo Mãe

Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se com isso.

Valter Hugo Mãe

Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.

Valter Hugo Mãe

Todos os livros são infinitos. Começam no texto e estendem-se pela imaginação.

Valter Hugo Mãe

Devemos sempre lembrar que ler é esperar por melhor.

Valter Hugo Mãe

Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia.

Valter Hugo Mãe

O amor precisa ser uma solução, não um problema. Toda a gente me diz: o amor é um problema. Tudo bem. Posso dizer de outro modo: o amor é um problema mas a pessoa amada precisa ser uma solução.

Valter Hugo Mãe

Os adultos apaixonam-se ao acaso, ainda que façam um esforço para escolher muito ou com muita inteligência. Já aprendi. O amor é um sentimento que não obedece nem garante. Precisa de sorte e, depois, empenho. Precisa de respeito. Respeito é saber deixar que todos tenham vez. Ninguém pode ser esquecido.

Valter Hugo Mãe

O amor constrói. Gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares.

Valter Hugo Mãe

Descubro cada vez mais que o paraíso são os outros. Vi num livro para adultos. Li só isso: o paraíso são os outros. A nossa felicidade depende de alguém. Eu compreendo bem.

Valter Hugo Mãe

O amor era uma atitude. Uma predisposição natural para se ser a favor de outrem. É isso o amor. Uma predisposição natural para se favorecer alguém. Ser, sem sequer se pensar, por outra pessoa.

Valter Hugo Mãe

Pensava que quando se sonha tão grande a realidade aprende.

Valter Hugo Mãe

A companhia de verdade, achava ele, era aquela que não tinha por que ir embora e, se fosse, ir embora significaria ficar ali, junto.

Valter Hugo Mãe

Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.

Valter Hugo Mãe

Pensou que o rapaz tinha ido embora diferente dela. Não podia ser que o amor tornasse as pessoas diferentes assim, a menos que não fosse amor nenhum.

Valter Hugo Mãe

Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.

Valter Hugo Mãe

Amar era feito para ser uma demasia e uma maravilha.

Valter Hugo Mãe

Eram, tanto quanto possível, os felizes. Porque a felicidade não se substituía ao resto, a felicidade acumulava-se. Era do acumulado do que se fez que se podia alcançá-la.

Valter Hugo Mãe

O toque de alguém, dizia ele, é o verdadeiro lado de cá da pele. Quem não é tocado não se cobre nunca, anda como nu. De ossos à mostra.

Valter Hugo Mãe

(…) o que me faz correr é sempre o mesmo, uma vontade de saber mais e o de deixar contado às pessoas, nos livros, sabe. Deixar nos livros aquilo que se descobre, porque um livro, com o que contém, pode ser uma fortuna eterna (…)

Valter Hugo Mãe

(…) deixar um livro cheio de poemas que fiquem para sempre a comunicar com quem lhes pegue é como deixar uma voz amiga de toda a gente, pense no que é hoje ler o Camões e como aquilo ainda nos diz respeito, pense como será deixar por sua mão algo que também chegue ao povo, para que o povo conheça e se enterneça consigo e com o nosso tempo (…)

Valter Hugo Mãe

O sofrimento nunca impediria alguém de ser feliz.

Valter Hugo Mãe

Queria que ela fosse tão propensa ao sorriso quanto o pudesse ser.

Valter Hugo Mãe

Amar é uma proibição de estar só.

Valter Hugo Mãe

O meu pai desentristeceu-me. Prometeu que leríamos um livro. Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia. (…) Punha a cabeça de encontro ao livro como se para ler fosse necessário mergulhar. Servia de ilusão. O melhor era poder fazê-lo com meu pai. Andar iludida com ele.

Valter Hugo Mãe

Devia ser a poesia do meu pai que me mimava. Os livros. Eram os livros. Diziam-me coisas bonitas e eu sentia que a beleza passava a ser um direito.

Valter Hugo Mãe

(…) Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não tinham sentidos. Andavam como sem ver, sem ouvir, sem falar. Não sabiam sequer o sabor das batatas. Só os livros explicavam tudo. As pessoas que não leem apagam-se do mapa de Deus.

Valter Hugo Mãe

Quem não sabe perdoar, só sabe coisas pequenas.

Valter Hugo Mãe

A arte é uma inconformidade, um incômodo com o que existe, porque o que existe não chega.

Valter Hugo Mãe

Escrevemos, sobretudo, com a vocação para uma revelação, para uma angariação daquilo que nos está vedado.

Valter Hugo Mãe

Pela oportunidade da cultura, pela arte, pela educação, pelo ensino, nós podemos beirar a felicidade.

Valter Hugo Mãe

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