Não te preocupa, não
Não adianta o medo
Tem vezes que a vida é um carro e você é só o passageiro
Pelo menos sente o vento do mistério te beijar
Sem desespero, que as coisas não vão sair do lugar
De pouco em pouco eu vou
Curando o meu passeio
Permitindo que haja vida longe do teu travesseiro
Sentiremos no espírito o seguinte devaneio
Que os dois inteiros com uma metade igual são um e meio
O teu lugar
Vai te esperar
Entre o meu braço
E o meu olhar
O teu espaço
De repousar
Meus olhos desatam os cadarços
Que apertam teus pés tão cansados
E folgam tua roupa já gasta
Pra que eu te vista de céu
E de ciúme
Deve ser saudade
Deve ser bobagem
Mas, pela caridade, meu bem
Eu te quero nesse trem
Em direção a mim