Nossos pensamentos mais importantes são os que contradizem nossos sentimentos.
Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador.
Um homem sério tem poucas idéias. Um homem de idéias nunca é sério.
Um homem só está em má companhia.
Um chefe é um homem que precisa dos outros.
O homem é absurdo por aquilo que busca, grande por aquilo que encontra.
O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser.
O orgulho mais inacessível nasce principalmente de uma impotência.
O homem enfeita-se com a sua sorte.
É por vezes um espinho oculto e insuportável, que temos cravado na carne, que nos torna difíceis e duros com os outros.
Convicção – Palavra que permite pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza.
O eu é odioso… mas trata-se do eu dos demais.
Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.
O estado de espírito de negação precede frequentemente a ocasião de negar. Antes que tenhas falado, se me és antipático, a minha negação está pronta, digas o que disseres – pois é a ti que eu nego.
Toda a discussão reduz-se a dar ao adversário a cor de um tolo ou a figura de um canalha.
A vaidade, grande inimiga do egoísmo, pode dar origem a todos os efeitos do amor ao próximo.
Se a regra é a desordem, pagarás por instituir a ordem.
A história justifica tudo quando se quer. Ela não ensina rigorosamente nada, pois contém tudo e dá exemplos de tudo.
As coisas a propósito das quais encontramos mais depressa as mais justas e vigorosas palavras, são certamente aquelas que estamos vocacionados para fazer ou para aprofundar.
O número dos nossos inimigos varia na proporção do crescimento da nossa importância. Acontece o mesmo com o número dos amigos.
Nem sempre sou da minha opinião.
Deus criou o homem e, não o achando bastante solitário, deu-lhe uma companheira para o fazer sentir melhor a sua solidão.
A morte rouba toda a seriedade à vida.
O assunto de uma obra é ao que se reduz uma obra ruim.
Quando atingimos o objetivo, convencemo-nos de que seguimos o bom caminho.
Só se pode chamar ciência ao conjunto de receitas que funcionam sempre. Tudo o resto é literatura.
Um fato mal observado é mais pernicioso que um raciocínio errado.
Todos os nossos inimigos são mortais.
O que há de melhor numa coisa nova é aquilo que satisfaz um desejo antigo.
Quem se apressa é porque compreendeu: não devemos demorar as coisas; surpreender-nos-ia que os mais claros discursos fossem feitos de termos obscuros.
Sendo a moda a imitação de quem pretende dar nas vistas àqueles que não o desejam, resulta daqui que ela muda automaticamente. Mas os comerciantes acertam esse relógio.
Os maus pensamentos vêm do coração.
Uma obra dura enquanto é capaz de parecer bem diferente daquilo que o seu autor a fez.
O amor é como a lua: quando cresce diminui.
Em poesia, trata-se, antes de mais nada, de fazer música com a própria dor, a qual diretamente não importa.
O que tem sido acreditado por todos, e sempre, e em toda a parte, tem toda a probabilidade de ser falso.
A mais bela moça do mundo só pode dar o que tem – muitas vezes seria melhor que o guardasse.
Meditar, em filosofia, é encaminharmo-nos do conhecido para o desconhecido, e aqui defrontar o real.
Dizem-nos por vezes – é um fato – inclinai-vos perante os fatos. Ou seja, «acreditai». Acreditai porque aqui o homem não interveio.
Nada na história serve para ensinar aos homens a possibilidade de viverem em paz. É o ensino oposto que dela se destaca – e se faz acreditar.
Todos os sistemas são empreendimentos do sistema contra si mesmo.
O poder sem abuso perde o encanto.
A ignorância oscila entre a extrema ousadia e a extrema timidez.
Pois se o eu é odioso, amar ao próximo como a si mesmo torna-se uma atroz ironia.
Os corações dos nossos amigos são frequentemente mais impenetráveis que os dos nossos inimigos.
O homem sabe frequentemente o que faz, não sabe nunca o que fez.
Um pintor não devia pintar o que vê, mas o que será visto.
Os homens distinguem-se por aquilo que mostram e assemelham-se por aquilo que escondem.
Somos todos campos de batalha, nos quais se digladiam deuses.
Ora penso, ora existo.
Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir.
Um Estado é tanto mais forte quanto pode conservar em si mesmo o que vive e age contra ele.
Os espíritos valem conforme aquilo que exigem. Eu valho aquilo que quero.
A fortuna aumenta a vida, na medida em que aumenta a possibilidade, que é a própria vida sentida. A vida é a conservação do possível.
Há uma espécie de reciprocidade entre a necessidade e o objecto que a satisfará. Não penso em beber; mas este copo ao meu alcance dá-me sede. Tenho sede e imagino o copo de água delicioso.
O ideal é uma maneira de mostrarmos o mau humor.
A revolução faz em dois dias a obra de cem anos e perde em dois anos a obra de cinco séculos.
Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo.
Um homem sozinho está sempre em má companhia.
A tática arruina a estratégia; a batalha que se ganhara harmoniosamente no papel perde-se em pequenas coisas no terreno.
Sei que há um prazer violento que se chama gozar. Adivinhei-o noutros tempos, num momento de embriaguez…é quando a alma se conhece a si própria.
O leão é feito de carneiro assimilado.
O espírito condena tudo o que não inveja.
A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera.
O natural é aborrecido.
Quantas coisas é preciso ignorar para agir!
A glória consiste em tornarmo-nos um assunto, ou um substantivo comum, ou um epíteto….
Todos os classicismos implicam um romantismo anterior… A ordem implica uma certa desordem que ela vem reduzir.
A ação é uma loucura passageira.
É próprio das censuras violentas tornar credíveis as opiniões que elas atacam.
Se o Estado é forte, esmaga-nos. Se é fraco, perecemos.
O nosso espírito é feito de desordem, acrescido de um desejo de ordenar as coisas.
O mundo só vale pelos radicais e só dura graças aos moderados.
Os optimistas escrevem mal.
Os pequenos fatos inexplicados contêm sempre algo com que deitar abaixo todas as explicações dos grandes fatos.
Entre duas palavras, devemos escolher a mais pequena.
O objetivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem.
Apenas se ofende a Deus, que é o único que perdoa.
O que me interessa nem sempre é o que tem importância para mim.
Um homem de génio é aquele que mo transmite.
A morte fala-nos com uma voz profunda para não dizer nada.
Todos os homens fecundos da natureza se desenvolvem de uma maneira egoísta; o altruísmo humano, que não é egoísta, é estéril.
Não hesito em declarar: o diploma é o inimigo mortal da cultura.
Um homem competente é um homem que se engana segundo as regras.
Muitas vezes as objeções nascem do simples fato de que aqueles que as fazem não são os mesmos que tiveram a ideia que estão a atacar.
Um homem de negócios é um cruzamento entre um dançarino e uma máquina de calcular.
Sou como uma pessoa honesta, visto nunca ter sido assassinado, roubado, violado, a não ser em imaginação. Não seria honesto sem estes crimes.
Nenhuma nação gosta de considerar os seus infortúnios como seus filhos legítimos.
Verdadeiramente bom só é o homem que nunca censura os outros pelos males que lhe acontecem.
É um grande erro especularmos acerca da tolice dos tolos e um erro ainda maior fiarmo-nos na inteligência dos inteligentes. Eles afastam-se uma vez por dia da sua natureza.
Nós outras, civilizações, sabemos agora que somos mortais.
Todos os homens sabem uma quantidade prodigiosa de coisas que ignoram saber. Sabermos tudo quanto sabemos? Essa simples investigação esgota a filosofia.
Se tudo fosse claro, tudo nos pareceria inútil.
Estamos ameaçados por duas calamidades: a ordem e a desordem.
A meditação é um vício solitário que cava no aborrecimento um buraco negro que a tolice vem preencher.
Amar é ser estúpidos juntos.
O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser.
Os corações dos nossos amigos são com frequência mais impenetráveis que os dos inimigos.
A fraqueza da força é só crer na força.
O passado, mais ou menos fantástico, ou mais ou menos organizado posteriormente, age sobre o futuro com um poder comparável ao do próprio presente.
Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais, vaidade.
A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem.
Um homem sério tem poucas ideias. Um homem de ideias nunca está sério.
Deus fez tudo de nada. Mas o nada aparece.
Como fazer para não fazer nada? Não conheço no mundo nada mais difícil. É um trabalho de Hércules, um aborrecimento de todos os instantes.
O espírito vive da diferença, o afastamento existe, a plenitude deixa-o inerte.
Um grande homem é aquele que morre duas vezes. Primeiro, como homem; e depois, como grande homem.
O que nos força a mentir é o sentimento da impossibilidade de os outros compreenderem inteiramente a nossa ação. Mesmo a mentira mais complicada é mais simples que a verdade.
Os otimistas escrevem mal.
O talento sem genialidade é pouca coisa. A genialidade sem talento não é nada.
Convém sempre desculpar-se de agir bem – nada fere mais.
Enquanto para o verdadeiro filósofo aquilo que é constitui o limite a atingir e o objectivo a alcançar na meta das excursões e das operações do espírito, para o artista o âmbito é o do possível e ele transforma-se no agente do que vier a ser.
É preciso ser leve como o pássaro e não como a pluma.
A pesquisa em arte trabalha com valores, conceitos e principalmente, “poiética”!
A guerra é um massacre entre gente que não se conhece para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram.
O que separa a alma do corpo não é a morte, é a vida.
Tenho contra mim as pessoas dotadas de opiniões – quer dizer, as pessoas que se confundem com as opiniões que lhes ocorrem; as pessoas dotadas de convicções e fés.
Mas eu me distingo das minhas, e isso é quase o que me define. Sou aquele que não é / não sou / o que lhe ocorre.
O mais profundo é a pele.
Cada gota de silêncio é a possibilidade de um fruto maduro.
Os homens se diferenciam pelo que mostram e se parecem pelo que escondem.
A melhor maneira de realizar seus sonhos é acordar.
A morte pode dar ensejo a dois sentimentos opostos: ou fazer pensar que morrer é tornar-se o mais vulnerável dos seres, sem defesa contra o desconhecido; ou que é tornar-se invulnerável e afastado de todos os males possíveis. Em quase todos, esses dois sentimentos existem e alternam-se. Passa-se a vida temendo ou desejando a morte.
A sociedade só vive de ilusões. Toda a sociedade é uma espécie de sonho colectivo. Essas ilusões tornam-se ilusões perigosas quando começam a parar de iludir. O despertar desse tipo de sonho é um pesadelo.
O mar, o mar, sempre recomeçado!
É preciso sempre desculpar-se por ter agido bem – nada fere mais do que isso.
Um ciclone pode arrasar uma cidade, mas não consegue abrir uma carta.
O homem é um animal encerrado no exterior da sua jaula. Agita-se fora de si.
O futuro não é mais como era antigamente.
Tudo o que você diz fala de você. Principalmente quando fala do outro.
O poema – essa hesitação prolongada entre o som e o sentido.
Há momentos em que a solitude e o silêncio se tornam meios de liberdade.
Dois perigos ameaçam constantemente o mundo: a ordem e a desordem.
O saber consiste, em grande parte, em “acreditar saber” e em acreditar que os outros sabem.
O espaço é um corpo imaginário, como o tempo é um movimento fictício.
A maioria ignora o que não tem nome; e a maioria acredita na existência de tudo o que tem um nome.
A morte é uma surpresa que o inconcebível faz ao concebível.
A Filosofia não consistiria afinal em fingir ignorar o que se sabe e saber o que se ignora? Ela duvida da existência, mas fala seriamente do ‘Universo’. (‘O Homem e a Concha’)
A política é um mecanismo destinado a impedir que as pessoas tomem parte naquilo que diretamente lhes concerne.
A política existe para impedir as pessoas de decidir aquilo que é da conta delas.
Não é viver, viver sem objeções, sem esta resistência viva, essa presa, essa outra pessoa, adversário, resto individuado do mundo, obstáculo e sombra do eu – outro eu – inteligência rival, irreprimível – , inimigo o melhor amigo, hostilidade divina, fatal, íntima.
Uma obra nunca é concluída, mas abandonada.
Nossos pensamentos mais importantes são os que contradizem nossos sentimentos.
Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador.
Um homem sério tem poucas idéias. Um homem de idéias nunca é sério.
Um homem só está em má companhia.
Um chefe é um homem que precisa dos outros.
O homem é absurdo por aquilo que busca, grande por aquilo que encontra.
O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser.
O orgulho mais inacessível nasce principalmente de uma impotência.
O homem enfeita-se com a sua sorte.
É por vezes um espinho oculto e insuportável, que temos cravado na carne, que nos torna difíceis e duros com os outros.
Convicção – Palavra que permite pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza.
O eu é odioso… mas trata-se do eu dos demais.
Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.
O estado de espírito de negação precede frequentemente a ocasião de negar. Antes que tenhas falado, se me és antipático, a minha negação está pronta, digas o que disseres – pois é a ti que eu nego.
Toda a discussão reduz-se a dar ao adversário a cor de um tolo ou a figura de um canalha.
A vaidade, grande inimiga do egoísmo, pode dar origem a todos os efeitos do amor ao próximo.
Se a regra é a desordem, pagarás por instituir a ordem.
A história justifica tudo quando se quer. Ela não ensina rigorosamente nada, pois contém tudo e dá exemplos de tudo.
As coisas a propósito das quais encontramos mais depressa as mais justas e vigorosas palavras, são certamente aquelas que estamos vocacionados para fazer ou para aprofundar.
O número dos nossos inimigos varia na proporção do crescimento da nossa importância. Acontece o mesmo com o número dos amigos.
Nem sempre sou da minha opinião.
Deus criou o homem e, não o achando bastante solitário, deu-lhe uma companheira para o fazer sentir melhor a sua solidão.
A morte rouba toda a seriedade à vida.
O assunto de uma obra é ao que se reduz uma obra ruim.
Quando atingimos o objetivo, convencemo-nos de que seguimos o bom caminho.