AutorMonteiro Lobato

Monteiro Lobato

Erro pensar que é a ciência que mata uma religião. Só pode com ela outra religião.

Monteiro Lobato

– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais […]
A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Monteiro Lobato

Um país se faz com homens e livros.

Monteiro Lobato

A natureza só permite aos gênios uma filha: sua obra.

Monteiro Lobato

Quem tem força, abusa.

Monteiro Lobato

E quem acredita em alguma coisa sempre acaba levando na cabeça.

Monteiro Lobato

A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.

Monteiro Lobato

Loucura? Sonho?
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira – mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.

Monteiro Lobato

Erro Tipográfico
A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico. Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se positivamente invisíveis. Mas, assim que o livro sai, tornam-se visibilíssimos, verdadeiros sacis a nos botar a língua em todas as páginas. Trata-se de um mistério que a ciência ainda não conseguiu decifrar.

Monteiro Lobato

Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.

Monteiro Lobato

Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.

Monteiro Lobato

A consciência do homem comum mora no bolso, eis tudo…

Monteiro Lobato

Foi pelas ruas da vida que andei descalço e esfolei meus pés de amores vãos.

Monteiro Lobato

Nada de imitar seja lá quem for (…) Temos de ser nós mesmos (…) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.

Monteiro Lobato

Animais e a Peste
Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo, consultou um macaco de barbas brancas.
– Esta peste é um castigo do céu – respondeu o macaco – e o remédio é aplacarmos a cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.
– Qual? – perguntou o leão.
– O mais carregado de crimes.
O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos reunidos em redor:
– Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me, pois, para o acrifício necessário ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
– Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que Vossa Majestade alegou constitui crime. São coisas que até que honram o nosso virtuosíssimo rei Leão.
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora e o leão foi posto de lado como impróprio para o sacrifício.
Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se de mil crimes, mas a raposa mostra que também ele era um anjo de inocência.
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:
– A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve da horta do senhor vigário.
Os animais entreolharam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:
– Eis amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra porque não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.
Toda a bicharada concordou e o triste burro foi unanimamente eleito para o sacrifício.
Moral da Estória:
Aos poderosos, tudo se desculpa…
Aos miseráveis, nada se perdoa.

Monteiro Lobato

Para querer ter bons amigos, é preciso saber se você tem um.

Monteiro Lobato

Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele.

Monteiro Lobato

Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos depois fazemos.

Monteiro Lobato

Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo.

Monteiro Lobato

A Rã e o Boi
Tomavam sol à beira de um brejo uma rã e uma saracura. Nisto chegou um boi, que vinha para o bebedouro:
– Quer ver-disse a rã-como fico do tamanho deste animal?
– Impossível rãzinha. Cada qual como Deus o fez.
– Pois olhe lá!-retorquiu a rã estufando-se toda-Não estou “quase” igual a ele?
– Capaz! Falta muito amiga.
A rã estufou-se mais um bocado.
– E agora?
– Longe ainda…
A rã fez um novo esforço.
– E agora?
– Que esperança…
A rã, concentrando todas as forças, engoliu mais ar e foi-se estufando, estufando, até que, PLAF!, rebentou como um balãozinho de plástico.
O boi, que tinha acabado de beber, lançou um olhar de filósofo sobre a rã moribunda e disse:
(Moral) – Quem nasce para 10 réis não chega a vintém.

Monteiro Lobato

Coleiras… meus netos… o mal do mundo é simplesmente este: coleiras!

Monteiro Lobato

Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.

Monteiro Lobato

A mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me.

Monteiro Lobato

No fundo não sou literato, sou pintor. Nasci pintor, mas como nunca peguei nos pincéis a sério (pois sinto uma nostalgia profunda ao vê-los — sinto uma saudade do que eu poderia ser se me casasse com a pintura) arranjei, sem nenhuma premeditação, este derivativo da literatura, e nada mais tenho feito senão pintar com palavras.

Monteiro Lobato

Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.

Monteiro Lobato

Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém (…) Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver – cadeia, forca, exílio.

Monteiro Lobato

A coisa que menos me mete medo é o futuro.

Monteiro Lobato

A assembleia dos ratos
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
– Acho — disse um deles — que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra, um rato casmurro, que pediu a palavra e disse — Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Moral da estória: falar é fácil; fazer é que são elas.

Monteiro Lobato

Um governo deve sair do povo como a fumaça de uma fogueira.

Monteiro Lobato

Um só campo existe aberto, hoje, para as obras esculturais de algum vulto: o cemitério.

Monteiro Lobato

Nunca no mundo uma bala matou uma ideia.

Monteiro Lobato

Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta.

Monteiro Lobato

O livro é uma mercadoria como outra qualquer; não há diferença entre o livro e um artigo de alimentação. Se o livro não vende é porque ele não presta.

Monteiro Lobato

De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo.

Monteiro Lobato

No Brasil subtrai-se; somar, ninguém soma.

Monteiro Lobato

Contra a força não há argumento.

Monteiro Lobato

A mulher não é inferior nem superior ao homem. É diferente. No dia em que compreendemos isso a fundo, muitos mal-entendidos desaparecerão da face da Terra.

Monteiro Lobato

O major trazia sobre si o peso de 60 janeiros.

Monteiro Lobato

A Natureza sabe o que faz. Põe as frutas grandes no chão e as pequenas em árvores.

Monteiro Lobato

O homem é uma doença da Natureza – e a pior de todas porque é uma doença inteligente. Teima em superpor à natureza a sua vontade e é, cada vez mais, um conflito lamentável de duas evoluções contrárias, a natural e a humana.

Monteiro Lobato

A necessidade põe o cérebro a caminho.

Monteiro Lobato

A distância entre a inteligência dum Newton e a dum homem comum é talvez maior que a distância entre a inteligência desse homem e a de um boi. Daí o sofrimento dos homens de alta inteligência. Em regra não são compreendidos.

Monteiro Lobato

É que ainda não acertamos um meio de vida que faça as invenções beneficiarem a todas as criaturas igualmente. E a maior das invenções humanas vai ser essa: um sistema social em que todos tenham de tudo.

Monteiro Lobato

Os criadores são criaturas excepcionais, diferentes de todas as outras. Parece que a natureza os cria especialmente para aquele fim, como cria o pintor para pintar, o músico para compor músicas e o homem rotineiro para embaraçar o progesso do mundo.

Monteiro Lobato

A porcentagem dos inventores, pintores, músicos e artistas de outros tipos é mínima. Em cada cem homens haverá um desse gênero, de modo que ele tem sempre contra si os noventa e nove restantes.

Monteiro Lobato

⁠Progresso amigo, tu és cómodo, és delicioso, mas feio…

Monteiro Lobato

⁠A cumbuca de ouro
Eram dois vizinhos, um rico e outro pobre, que viviam discutindo. O rico gostava de pregar peças no pobre. Um dia, o pobre foi à casa do rico propor um negócio. Queria que ele lhe arrendasse um pedaço de terra que servisse para a plantação de uma roça de milho. O rico imediatamente pensou num pedaço de terra que não valia coisa nenhuma, por onde nem formigas passavam. O negócio foi fechado.
O pobre voltou para sua casinha e foi com sua mulher ver a tal terra. Lá chegados, descobriram uma cumbuca (espécie de vaso).
— Chi, mulher, está cumbuca está cheia de moedas, venha ver!
— E de ouro! — disse a mulher. — Estamos feitos!
— Não — disse o marido, que era homem de muita honestidade. — A cumbuca não está na minha terra e,portanto, não me pertence. Meu dever é contar ao dono da propriedade.
— Bem — disse o dono da propriedade — nesse caso desmancho o negócio feito. Não posso arrendar terras que dão cumbucas de ouro.
O pobre voltou para sua casinha, e o rico foi correndo tomar posse da grande riqueza. Mas, quando chegou lá, só viu uma coisa: uma cumbuca cheia de vespas terríveis.
— Ahn! — exclamou.
— Aquele malandro quis trapacear comigo, mas vou pregar-lhe uma boa peça.
Botou a cumbuca de vespas num saco e encaminhou-se para a casinha do pobre.
— Ó compadre, feche a porta e deixe só meia janela aberta. Tenho um lindo presente para você.
O pobre fechou a porta, deixando só meia janela aberta. O rico, então, jogou lá dentro a cumbuca de vespas.
— Aí tem compadre, a cumbuca de moedas que você achou em minhas terras. Aproveite esse grande tesouro — e ficou rindo.
Mas assim que a cumbuca caiu no chão, as vespas se transformaram em moedas de ouro, que rolaram. Lá de fora o rico ouviu o barulhinho e desconfiou. E disse:
— Compadre, abra a porta, quero ver uma coisa.
Mas o pobre respondeu:
— Não caia nessa. Estou aqui que nem sei o que fazer com tantas vespas em cima. Não quero que elas ferrem o meu bom vizinho. Fuja, compadre!
E foi assim que o pobre ficou rico e o rico ficou ridículo.

Monteiro Lobato

⁠”O princípio da autoridade existe para que não pereça o mundo.”

Monteiro Lobato

⁠O diabo é o símbolo da maldade, mas até a maldade amansa quando em companhia da bondade.

Monteiro Lobato

⁠Esse negócio de pensar é muito sério. Temos que pensar, sim, mas pensar certo. Quem pensa errado, quebra a perna.

Monteiro Lobato

⁠”O Brasil existe e insiste.”

Monteiro Lobato

⁠”Os processos violentos nunca dão bons resultados.”

Monteiro Lobato

⁠”A história da humanidade é uma pirataria sem fim…”

Monteiro Lobato

Sei que tudo na vida não passa de mentiras, e sei também que é nas memórias que os homens mentem mais. Quem escreve memórias arruma as coisas de jeito que o leitor fique fazendo uma alta ideia do escrevedor.

Monteiro Lobato

Verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia. Só isso.

Monteiro Lobato

Nos grandes mestres o adjetivo é escasso e sóbrio – vai abundando progressivamente à proporção que descemos a escala dos valores.

Monteiro Lobato

Erro pensar que é a ciência que mata uma religião. Só pode com ela outra religião.

Monteiro Lobato

– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais […]
A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Monteiro Lobato

Um país se faz com homens e livros.

Monteiro Lobato

A natureza só permite aos gênios uma filha: sua obra.

Monteiro Lobato

Quem tem força, abusa.

Monteiro Lobato

E quem acredita em alguma coisa sempre acaba levando na cabeça.

Monteiro Lobato

A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.

Monteiro Lobato

Loucura? Sonho?
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira – mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.

Monteiro Lobato

Erro Tipográfico
A luta contra o erro tipográfico tem algo de homérico. Durante a revisão os erros se escondem, fazem-se positivamente invisíveis. Mas, assim que o livro sai, tornam-se visibilíssimos, verdadeiros sacis a nos botar a língua em todas as páginas. Trata-se de um mistério que a ciência ainda não conseguiu decifrar.

Monteiro Lobato

Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.

Monteiro Lobato

Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.

Monteiro Lobato

A consciência do homem comum mora no bolso, eis tudo…

Monteiro Lobato

Foi pelas ruas da vida que andei descalço e esfolei meus pés de amores vãos.

Monteiro Lobato

Nada de imitar seja lá quem for (…) Temos de ser nós mesmos (…) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.

Monteiro Lobato

Animais e a Peste
Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo, consultou um macaco de barbas brancas.
– Esta peste é um castigo do céu – respondeu o macaco – e o remédio é aplacarmos a cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.
– Qual? – perguntou o leão.
– O mais carregado de crimes.
O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos reunidos em redor:
– Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me, pois, para o acrifício necessário ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
– Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que Vossa Majestade alegou constitui crime. São coisas que até que honram o nosso virtuosíssimo rei Leão.
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora e o leão foi posto de lado como impróprio para o sacrifício.
Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se de mil crimes, mas a raposa mostra que também ele era um anjo de inocência.
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:
– A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve da horta do senhor vigário.
Os animais entreolharam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:
– Eis amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra porque não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.
Toda a bicharada concordou e o triste burro foi unanimamente eleito para o sacrifício.
Moral da Estória:
Aos poderosos, tudo se desculpa…
Aos miseráveis, nada se perdoa.

Monteiro Lobato

Para querer ter bons amigos, é preciso saber se você tem um.

Monteiro Lobato

Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele.

Monteiro Lobato

Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos depois fazemos.

Monteiro Lobato

Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo.

Monteiro Lobato

A Rã e o Boi
Tomavam sol à beira de um brejo uma rã e uma saracura. Nisto chegou um boi, que vinha para o bebedouro:
– Quer ver-disse a rã-como fico do tamanho deste animal?
– Impossível rãzinha. Cada qual como Deus o fez.
– Pois olhe lá!-retorquiu a rã estufando-se toda-Não estou “quase” igual a ele?
– Capaz! Falta muito amiga.
A rã estufou-se mais um bocado.
– E agora?
– Longe ainda…
A rã fez um novo esforço.
– E agora?
– Que esperança…
A rã, concentrando todas as forças, engoliu mais ar e foi-se estufando, estufando, até que, PLAF!, rebentou como um balãozinho de plástico.
O boi, que tinha acabado de beber, lançou um olhar de filósofo sobre a rã moribunda e disse:
(Moral) – Quem nasce para 10 réis não chega a vintém.

Monteiro Lobato

Coleiras… meus netos… o mal do mundo é simplesmente este: coleiras!

Monteiro Lobato

Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.

Monteiro Lobato

A mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me.

Monteiro Lobato

No fundo não sou literato, sou pintor. Nasci pintor, mas como nunca peguei nos pincéis a sério (pois sinto uma nostalgia profunda ao vê-los — sinto uma saudade do que eu poderia ser se me casasse com a pintura) arranjei, sem nenhuma premeditação, este derivativo da literatura, e nada mais tenho feito senão pintar com palavras.

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Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.

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