Nosso papel de militante é disputar a consciência social e não meramente hostilizar e ridicularizar quem não está conosco. Pois assim como é preciso se colocar no lugar da outra pessoa pra entender que fome não é aquela sensação de vazio antes da hora do almoço, é urgente ter empatia e acolher pessoas em suas ignorâncias, no literal sentido de ignorar.
As opiniões podem e devem ser diferentes, o que interessa é descobrir qual o caminho que nos faz respeitar as nossas diferenças, para que jamais voltemos a silenciá-las e guardando a convicção que quanto mais próximas andarmos, mais alto ecoará o barulho dos nossos passos.
O machismo, afinal, é como uma piscina. Todas as pessoas estão se molhando. Algumas, apenas a sola dos pés, outras quase morrendo afogadas.
Como a gente sai dela?
Com liberdade, voz e coragem.
De mãos dadas e ao mesmo tempo.
Vem.
Quero que olhes para os lados e percebas teus privilégios para que tenhamos mais força para as lutas que temos pela frente. Quero que tu possas escutar uma mulher dizendo: ‘Eu não preciso do feminismo, eu odeio as feministas, eu não sou feminista’ e – afetuosa e generosamente – perguntar e ouvir os motivos, apresentar informações e convidar a refletir.
Por que somos marcadas pela certeza (sobretudo dos outros) de que é impossível ter felicidade profissional, de que a mulher sempre precisa abrir mão de algo precioso para realizar sonhos? Quem nos contou essa mentira? Por que a gente acreditou?