Filmes têm diferentes receitas para grandes sopas, servidas para 300, 400 pessoas por vez. Um livro é um jantar solitário.
Julho, 1936.
Há traições na guerra que são pirraças de criança quando comparadas com as nossas traições em tempo de paz. A nova amante se integra aos hábitos do outro. As coisas são despedaçadas, expostas a uma nova luz. Isto é feito com frases nervosas ou ternas, embora o coração seja um órgão de fogo.
Uma história de amor não trata daqueles que perderam o coração, mas sim dos que encontram aquela criatura taciturna que, quando cruza o nosso caminho, não deixa mais que o corpo engane a ninguém e a nada – de nada valem a sabedoria do sono ou o costume das mesuras sociais. A pessoa consome a si mesma e ao seu passado
Ela sempre quis palavras, ela as amava; cresceu com elas. Palavras lhe davam clareza, traziam razão, forma.
Nunca consigo entender uma pessoa pelo que ela tem de forte. Ali nada se revela. Só entendo as pessoas pelo que elas têm de fraco.
São poucas as grandes representações do amor dignas de confiança. E nessas obras há algo que permanece desordenado e privado, por mais famosas que elas venham a se tornar. Elas não exprimem sanidade, apenas emitem uma luz azulada, sofrida.
Nada perdura. (…) É um velho sonho. A arte se incendeia, se dissolve. E ser amado com a ironia da história – isso não é muita coisa.
Preciso saber o que você pensa. Tenho necessidade de desmontar as coisas para entender as origens de uma pessoa.
Todos nós temos um antigo nó no coração que queremos desatar.