Governo é aquela ficção, em que todos acreditam que podem viver às custas dos outros.
Quando o saque torna-se um modo de vida para um grupo de homens, eles criam para si próprios, no decorrer do tempo, um sistema jurídico que o autoriza e um código moral que o glorifica.
O Estado é aquela grande ficção onde todos acham que podem viver às custas dos demais.
A LEI PERVERTIDA! E com ela os poderes de polícia do estado também pervertidos! A lei, digo, não somente distanciada de sua própria finalidade, mas voltada para a consecução de um objetivo inteiramente oposto! A lei transformada em instrumento de qualquer tipo de ambição, ao invés de ser usada como freio para reprimi-la! A lei servindo à iniquidade, em vez de, como deveria ser sua função, puni-la! Se isto é verdade, trata-se de um caso muito sério, e é meu dever moral chamar a atenção de meus concidadãos para ele.
É-me impossível separar a palavra fraternidade da palavra voluntária. Eu não consigo sinceramente entender como a fraternidade pode ser legalmente forçada, sem que a liberdade seja legalmente destruída e, em consequência, a justiça seja legalmente deturpada. A espoliação legal tem duas raízes: uma delas, como já lhe disse anteriormente, está no egoísmo humano; a outra, na falsa filantropia.
Todos querem viver às custas do Estado e se esquecem que o Estado vive às custas de todos.
Não é porque os homens promulgaram Leis que a Personalidade, a Liberdade, e a Propriedade existem. Pelo contrário, é porque a Personalidade, a Liberdade, e a Propriedade preexistem que os homens fazem Leis.
Não esperar senão duas coisas do Estado: Liberdade e Segurança, e ter bem claro que não se poderia pedir mais uma terceira coisa, sob o risco de perder as outras duas.
O custo real do estado é a prosperidade que não temos, os empregos que não existem, as tecnologias a que não temos acesso, os negócios que não são feitos e o futuro brilhante que nos é roubado.
Não poderiam, pois, ser introduzidas na sociedade mudanças e infelicidades maiores que esta: a lei convertida em instrumento de espoliação.
A vida, a liberdade e a propriedade não existem pelo simples fato de os homens terem feito leis. Ao contrário, foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes que os homens foram levados a fazer leis.
Entre um bom e um mau economista existe uma diferença: um se detém no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto aqueles que se devem prever.
A pior coisa que pode acontecer a uma boa causa não é ser habilmente atacada, mas ser defendida de forma inepta.
A necessidade mais urgente não é que o Estado ensine, mas que permita a educação. Todos os monopólios são detestáveis, mas o pior de todos é o monopólio da educação.
De fato, o Estado não é maneta e nem poderia sê lo. Ele tem duas mãos: uma para receber e outra para dar, ou, melhor dizendo, a mão rude e a mão delicada. A ação da segunda subordina-se necessariamente à da primeira.
A lei perverteu-se por influência de duas causas bem diferentes: a ambição estúpida e a falsa filantropia.
Um cidadão não pode, ao mesmo tempo, ser e não ser livre.
Às vezes a lei defende a pilhagem e participa nela. Às vezes a lei coloca todo o aparato de juízes, policiais, prisões e gendarmes a serviço dos saqueadores, e trata a vítima – quando ele se defende – como um criminoso.
Há dois princípios irreconciliáveis: liberdade e coerção.