A VIDA (LIFE)
A vida, acredita, não é um sonho
Tão negro quanto os sábios dizem ser.
Freqüentemente uma manhã cinzenta
Prenuncia uma tarde agradável e soalhenta.
Às vezes há nuvens sombrias
Mas é apenas em certos dias;
Se a chuvada faz as rosas florir
Ó porquê lamentar e não sorrir?
Rapidamente, alegremente
As soalhentas horas da vida vão passando
Agradecidamente, animadamente
Goza-as enquanto vão voando.
E quando por vezes a morte aparece
E consigo o que de melhor temos desaparece?
E quando a dor se aprofunda
E a esperança vencida se afunda?
Oh, mesmo então a esperança há-de renascer,
Inconquistável, sem nunca morrer.
Alegre com a sua asa dourada
Suficientemente forte para nos fazer sentir bem
Corajosamente, sem medo de nada
Enfrenta o dia do julgamento que vem.
Porque gloriosamente, vitoriosamente
Pode a coragem o desespero vencer.
Minhas grandes tristezas neste mundo, têm sido as tristezas de Heathcliff: ele é a minha finalidade de viver. Se tudo mais perecesse e ele ficasse, isto bastaria para que eu continuasse a viver.
E eu rezo uma oração… hei de repeti-la até que minha língua se entorpeça… Catarina Earnshaw, possas tu não encontrar sossego enquanto eu tiver vida! Dizes que te matei, persegue-me então! A vítima persegue seus matadores, creio eu. Sei que fantasmas têm vagado pela terra. Fica sempre comigo… encarna-te em qualquer forma… torna-me louco! Só não quero que me deixes neste abismo, onde não posso te encontrar! Oh, Deus! é inexprimível! Não posso viver sem minha vida! Não posso viver sem minha alma! (Heathcliff – O Morro dos Ventos Uivantes)
Eu não parti teu coração…foste tu que o quebraste, e, quebrando-o, quebraste o meu. E tanto pior para mim, que sou forte. tenho eu necessidade de viver? Que vida será a minha quando…Oh! Deus! Terias tu vontade de viver com tua alma metida num túmulo?”
Se o amor dela morresse, eu arrancaria seu coração do peito e beberia seu sangue.
(O Morro dos Ventos Uivantes)
(…) O que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo. (…) pg. 99
O morro dos ventos uivantes
– Deixe-me em paz, deixe-me em paz- soluçava Catherine. – Se o fiz, estou pagando com a morte. Basta! Você também me abandou, mas eu não vou lançar-lhe isso na cara! Eu o perdôo. Perdoe-me também!
O morro dos ventos uivantes
– É difícil perdoar e olhar para esses olhos e sentir entre as mãos essas mãos definhadas – respondeu ele. – Beije-me uma vez mais, e não me deixe ver os seus olhos! Perdôo-lhe o que você fez. Amo a minha assassina… mas não a sua! Como poderia?
– Heathcliff
O morro dos ventos uivantes
…Meu maior cuidado na vida é ele. Se tudo desaparecesse e ele ficasse, eu continuaria a existir. E se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, eu ficaria só num mundo estranho, incapaz de ter parte dele. Meu amor por Linton. é como a folhagem da mata: o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, isso eu sei muito bem. E o meu amor por Heathcliff é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão; uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária. Nelly Eu sou Heathcliff. Sempre, sempre o tenho em meu pensamento. Não é como um prazer – por que eu também não sou um prazer para mim própria – , mas como meu próprio ser…
Tenho que me lembrar de respirar, tenho quase que lembrar meu coração de bater! Vivo como se me impulsionasse uma mola endurecida: é constrangido que realizo o ato mais insignificante, desde de que esse ato não dependa daquele pensamento único; é constrangido que reparo em qualquer coisa viva ou morta, se ela não esta associada à ideia que é para mim universal. Um único desejo alimento, e todo o meu corpo, todas as minhas faculdades anseiam por atingi-lo, vêm ansiando por isso há tanto tempo, e tão inflexivelmente, que estou convencido de que esse desejo será satisfeito, e em breve, porque já dominou minha existência.
Que ela desperte no meio das tormentas! Será que ela mentiu até o fim? Onde está ela? La? nao… No ceu? nao… Consumida? NÃO… Onde? Oh! Tu dizias que não davas importância ao meu sofrimento! E eu, eu rezo uma oração, hey de repetí-a até que minha lingua entorpeça… Catherine Earnshaw, possas tu nao encontrar sossego enquanto eu tiver vida!! Dizes que te matei, persegue-me entao! A vitima persegue seus matadores creio eu. Sei que fantasmas tem vagado a terra. Fica sempre comigo, encarna-te em qualquer forma… Torna-me louco!!!
Mas nao me abandone neste abismo onde nao posso encontrá-la!
Não posso viver sem minha vida, nao posso seguir sem minha alma
A pólvora permaneceu tão inofensiva quanto areia, porque nenhum fogo chegou perto para a fazer explodir.
O Morro dos Ventos Uivantes – pág.86
-Ela nunca recobrou a consciência: não reconheceu ninguém desde o momento em que a deixou, – disse eu – Ela jaz com um doce sorriso nos lábios, e seus últimos pensamentos a levaram de volta aos dias felizes. Sua vida encerrou-se como um sonho suave – que ela possa despertar tão suavemente no outro mundo!
Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.
A felicidade que me salva a alma mata-me o corpo, mas não satifaz a si própria
O senhor é muito infeliz, não é? Solitário como o demônio e, como ele, invejoso. Ninguém gosta do senhor, ninguém o chorará quando morrer!
Entreguei-lhe o meu coração ele se apoderou dele, destroçou-o e, depois, o devolveu
Beija-me e não me deixes ver teus olhos! Perdoo-te o mal que me fizeste. eu amo quem me mata. Mas como poderei perdoar quem te mata?
Ele está sempre, sempre, no meu pensamento. Não por prazer, tal como eu não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria.
Não sei como explicar mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nó próprios. Para que serviria eu ter sido criada se apenas me resumisse a isto?
A alegria da minha alma mata o me corpo, mas não se satisfaz.
“Sei que a sua reserva se origina de uma aversão pelas exibições de sentimentos… pelas manifestações de gentileza recíproca”
Amará e odiará sem dar disso demonstração e olhará como uma impertinência o amor ou o ódio que receberá em troca.
Que vaidosos cata-ventos somos nós! Eu, que resolvera libertar-me de todo o trato social e que abençoava minha boa estrela, que, afinal, me fizera descobrir um lugar onde ele era quase impossível, eu, fraca criatura, depois de ter mantido até a noitinha uma luta contra o abatimento e a solidão, vi-me finalmente compelido a arriar bandeira.
As pessoas orgulhosas forjam, elas mesmas, para si os mais tormentosos pesares.
Não torne o aspecto de um vira-lata vicioso que parece saber que os pontapés que lhe dão são merecidos e que, por isso, odeia todo o mundo, tanto quanto aquele que o maltrata.
Nunca lhe confessei abertamente o meu amor mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado.
(Livro O Morro dos Ventos Uivantes, Ellis Bell)
Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer.
(O Morro Dos Ventos Uivantes)
Oh! Meu Deus! É indescritível a dor que sinto! Como posso eu viver sem a minha vida? Como posso eu viver sem a minha alma?!
(O Morro Dos Ventos Uivantes)
(Catherine): Se tudo o mais perecesse e ele continuasse, eu ainda deveria continuar a existir; e, se tudo o mais continuasse e ele fosse aniquilado, o universo tornar-se-ia para mim completamente estranho; eu não pareceria fazer parte dele. Meu amor por Linton é semelhante à folhagem dos bosques: o tempo o mudará, sei bem disso, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathcliff assemelha-se às rochas eternas de baixo: uma fonte de pouco regozijo visível, mas necessária. (…) Ele está sempre em meu espírito, não como um prazer, do mesmo modo que constituo sempre um prazer para mim, mas como meu próprio ser. Não fale, portanto, outra vez, em separação; ela é impensável e… (O Morro dos Ventos Uivantes – 1847)
Alguns irão acusá-lo de orgulho desmedido, mas tenho um sexto sentido que me diz que não se trata disso – instintivamente, sei que a sua reserva provém de uma aversão inata à exteriorização de sentimentos e a troca de demonstrações de afeto. É capaz de amar e odiar com igual dissimulação e de considerar impertinência a retribuição desse ódio ou desse amor.
Demorei-me ao pé dos túmulos, sob o céu suave, fiquei a contemplar as mariposas que voejavam sobre a urze e as campainhas, a escutar o vento macio que soprava por entre a relva e a cismar se era possível a alguém imaginar um sono agitado sob aquela terra tranquila.
Mas tenho quase todos aqueles volumes escritos na minha cabeça,impressos no coração;esses vocês não me podem roubar!
Tenho tido sonhos que ficam comigo o resto da vida e alteram minhas idéias. Vão mergulhando dentro de mim, como o vinho mergulha na água e mudam a cor do que penso
E não é porque ele seja bonito, Nelly, mas porque ele é mais eu do que eu própria. Não sei do que são feitas as nossas almas, mas sei que a minha alma e a dele são iguais. Linton é tão diferente quanto um raio de lua é diferente de um relâmpago, ou a geada do fogo.
Sirva duas mesas aqui na sala, Ellen: uma para seu patrão e a srta. Isabella, que sao os fidalgos; e outra para Heathcliff e para mim, que somos a ralé.
Isso, aliás, que você talvez suponha ser o que tem mais poder sobre a minha imaginação é realmente o que tem menos, pois que é que existe, ante mim, que não esteja ligado a ela?
Prendia-se a ele por laços mais fortes do que aqueles que o frio raciocínio pensador pode destruir, laços tecidos pelo hábito, os quais seria crueldade tentar romper.
Eu nunca o teria expulso do convívio dela, enquanto ela o desejasse. Tão logo visse que ela não mais se interessava por ele, eu lhe arrancaria o coração e lhe beberia o sangue!
Qual seria o sentido de eu ter sido criada, se estivesse contida apenas em mim mesma? Os grandes desgostos que tive foram os desgostos de Heathcliff, e eu senti cada um deles desde o início: o que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo. Meu amor por Linton é como a folhagem de um bosque: o tempo o trans-formará, tenho a certeza, da mesma forma que o inverno transforma o arvoredo. O meu amor por Heathcliff lembra as rochas eternas: proporciona uma alegria pouco visível, mas é necessário. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, mas sempre, no meu pensamento; não como uma fonte de satisfação, que eu também não sou para mim mesma, mas como eu própria. Por isso, não torne a falar da nossa separação: ela é impossível e. . .
“Por favor, não imagine que ele esconde um fundo de benevolência e afeto sob uma aparência severa! Ele não é um diamante bruto, uma ostra contendo, no seu interior, uma pérola. . . é um homem feroz e impiedoso.”
“Nunca lhe confessei o meu amor” de viva voz. Mas se os olhos falam, o mais simplorio dos imbecis poderia verificar que eu estava completamente louco de amor
O Morro dos Ventos Uivantes
De que serviria ter eu vindo a este mundo se me confinasse no aqui está? Minhas grandes infelicidades neste mundo tem sido as infelicidades de Heathcliff. Aguardei-as e senti-as todas desde suas origem. E ele é a minha grande razão de viver. Se tudo morresse,mas ele ficasse, eu continuaria a existir. E, se tudo permanecesse e ele fosse aniquilado,o mundo inteiro se tornaria para mim uma coisa totalmente estranha. Eu não seria mais parte desse mundo. Meu amor por Linton é como as folhagem dos bosques:o tempo o transformará, estou bem certa, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathciff assemelha-se aos rochedos imóveis que jazem por baixo do solo: fonte de alegria pouco aparente mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre no meu pensamento. Não como um prazer,visto como nem sempre sou um prazer para mim mesma,mas como meu próprio ser, por isso não fales novamente de nossa separação.
“Nós aqui,em geral,não nos aproximamos muito dos estranhos,senão quando eles primeiro se aproximam de nós.”
“Eu cuidava que os outros,embora se odiassem e desprezassem entre si,não poderiam deixar de me querer bem.”
“Não consigo descobrir em mim nenhum sentimento do qual partilhem as pessoas que aqui me rodeiam.”
“Às vezes,temos dó de criaturas que não sabem ter dó nem de si nem dos outros.”
“Ele desejava ficar deitado,num êxtase de paz;eu queria que tudo faiscasse,dançasse,num esplendor.”
o que é que, para mim,
não se relaciona com ela? O que não me faz recordá-la? Não posso olhar para este chão sem que veja as suas feições recortadas nas lajes! Em todas as nuvens, em todas as árvores. . . enchendo o ar, à noite, e refletida em todos os
objetos, durante o dia, eu vejo a sua imagem! Os rostos mais comuns de homens e mulheres, os meus próprios traços traem-me com uma semelhança.
O mundo inteiro é um terrível álbum de recordações a provar que ela existiu e que eu a perdi!
Dormindo
Nunca encontrei a felicidade dormindo;
A memória se recusa sempre a morrer,
E votei minha alma ao secreto mistério,
Para viver e suspirar de esperança e nostalgia.
Nunca encontrei o repouso dormindo;
Pois as sombras dos mortos,
Que meus olhos acordados nunca saberia distinguir,
Assaltam minha cabeceira.
Nunca encontrei a esperança dormindo:
No mais intenso da minha noite, eu os vejo chegar,
E estender sobre as paredes de profundas trevas
O mais epesso véu do seu triste cortejo.
Nunca encontrei a coragem dormindo.
Onde eu teria podido arrancar um força nova;
Mas o mar em que vago é batido pelas tempestades,
E a onda é mais negra.
Nunca encontrei a amizade dormindo,
Para acalmar a dor e me ajudar a sofrer;
Os olhares da noite são pejados de desprezo
E me deixam abandonada ao meu desespero.
Nunca encontrei o desejo dormindo
Para atiçar o fogo morto do meu coração.
Meu único desejo é atingir o esquecimento
E o sono eterno em que mergulha a morte.
Recordação
Frio na terra – e sob tanta neve
Tão longe estás na tumba desolada!
De amar-te me esqueci, sequer de leve.
Pelas águas do Tempo separada?
Quando estou só, minh’alma não responde
Voando aos montes dessa costa ao norte.
Nem fecha as asas onde o verde esconde
Teu nobre coração dentro da morte?
Frio na terra – e quinze Invernos foram
Aí, nos pardos montes. Primavera:
Fiel é uma alma que as lembranças douram
Após tanta mudança que sofrera!
Ó doce Amor, perdoa, se eu te esqueço.
Ida que vou nesta maré do mundo.
Desejos me distraem, que aborreço,
Mas nenhum deles é que tu mais fundo.
Que luz brilhou no meu azul celeste,
Ou nova aurora para mim raiou?
O bem da vida é o bem que tu me deste,
E o bem da vida em ti se consumou.
Mas quando de áureos sonhos soou o regresso
E nem já Desespero me vencia,
Eu aprendi como o existir tem preço,
E quanto val’ viver sem alegria.
E as lágrimas sequei do amor inútil –
Calei minh’alma de por ti ansiar,
E dura lhe neguei esse ardor fútil
De em tumba mais que minha me deitar.
E enlanguescer não ouso mais agora,
Nem dar-me à dor extasiada de lembrar-te:
Bebi da mais divina angústia outrora –
Em que vazio mundo hei-de encontrar-te?.
O Lago Morto
O lago morto, o céu cinzento ao luar;
Pálida, lutando, coberta pelas nuvens,
A lua;
O murmúrio obstinado que cochicha e passa
(Dir-se-ia que tem medo de falar em alta voz).
Tão tristes agora,
Recaem sobre meu coração,
Onde a alegria morre como um rio deserto.
Minhas pobres alegrias…
Não as toqueis,
Floridas e sorridentes.
Lentamente, a raiz acaba de morrer.
O Vento da Noite
À meia-noite de verão, mole como um fruto maduro,
A lua sem véus lançou a sua luz
Pela janela aberta do parlatório,
Através dos rosais onde o orvalho chovia.
Sentada e perseguindo o meu sonho de silencio,
A doce mão do vento brincava em meus cabelos
E sua voz me contava as maravilhas do céu.
E a terra era loura e bela de sono.
Eu não tinha necessidade do seu hálito
Para me elevar a tais pensamentos,
Mas um outro suspiro em voz baixa me disse
Que os negros bosques são povoados pelas trevas.
A folha pesada, nas aguas da minha canção,
Escorre e rumoreja como um sonho de seda;
E ligeira, sua voz miriápode caminha,
Dir-se-ia levada por uma alma fagueira.
E eu lhe dizia: “Vai-te, doce encantador.
Tua amavel canção me enaltece e me acaricia,
Mas não creio que a melodia desta voz
Possa jamais atingir o meu espírito.
Vai encontrar as flores, as tuas companheiras,
Os perfumes, a árvore tenra e os galhos debeis;
Deixa meu coração mortal com suas penas humanas,
Permite-lhe escorrer seguindo o próprio curso”.
Mas ele, o Vagabundo, não me queria ouvir,
E fazia seus beijos ainda mais ternos,
Mais ternos ainda os seus suspiros: “Oh, vem,
Saberei conquistar-te apesar de ti mesma!
Dize-me, não sou o teu amigo de infância?
Não te concedi sempre o meu amor?
E tu o inutilizavas com a noite solene,
Cujo morno silencio desperta minha canção.
E quando o teu coração achar enfim repouso,
Enterrado na igreja sob a lousa profunda,
Então terei tempo para gemer à vontade,
E te deixarei todas as horas para ficar sozinha”…
Já não é mais tempo
Já não é mais tempo para te chamar ainda,
Não quero mais embalar este sonho.
Assim o raio de alegria não durou senão um momento
E a dor infalível logo voltou impetuosa.
E depois a bruma já se levantou a meio;
A rocha estéril exibe o seu flanco nu,
Onde o sol e os primeiros olhares da aurora
Acabaram por adorar suas imagens nascentes.
Mas na memoria fiel da minha alma,
Tua sombra amada será eternamente emocionante,
E Deus será o único a reconhecer sempre
O asilo abençoado que abrigou minha infância.
Estâncias
Já me reprovaram e volto sempre
Aos primeiros sentimentos que nasceram comigo;
Deixo de correr atrás do ouro e do conhecimento,
Para sonhar apenas com maravilhas impossíveis.
Mas hoje,
Não descerei mais ao império das sombras;
Tenho medo da sua frágil e decepcionante imensidão,
E meu sonho, povoado com legiões inumeráveis,
Torna este mundo sem forma estranhamente próximo.
Caminharei,
E ficarão para trás as antigas veredas do heroísmo,
E os caminhos já exaustos da moralidade,
E o imprevisto aglomerado de faces obscuras,
Ídolos em bruma de um passado já longínquo.
Caminharei,
Onde só agradar à minha alma caminhar,
(Não posso suportar a escolha de outro guia)
Onde os rebanhos se acinzentam no verde das campinas,
Onde o vento alucinado vergasta o flanco das montanhas.
Que pode revelar a montanha solitária?
Nada exprime sua glória e sua dor.
Minha alma dormia, quando a terra despertou,
E o círculo do Céu ao círculo do Inferno
Confundindo-se, à terra deram nascimento.
A Morte
Ó Morte! Feriste,
E eu estava confiante,
Tinha posto minha esperança nas alegrias a vir…
Tu, ó ceifadora, fere ainda,
Tu que cortas do tempo os ramos ressecados
Enquanto reverdece a fresca Eternidade!
Sobre o galho do Tempo cresciam as folhas claras,
E sua seiva se alimentava de um branco orvalho.
Aí os pássaros procuravam um asilo noturno
E a abelha selvagem, apaixonada pelo dia,
Voava circulando acima de suas flores.
Porém, de passagem, a desgraça feneceu o ouro florescido
Depois a maldade pilhou o esplendor da folhagem.
Mas nos flancos generosos que lhe tinham dado nascimento,
Sem fim a Vida lançava uma vaga reparadora.
Derramei algumas lágrimas pela alegria desaparecida,
Sobre o ninho morto entoei a canção do silêncio.
Todavia a esperança que velava
Acabou por expulsar a tristeza com o seu riso.
Baixinho ela murmurava:
“Dentro em pouco o inverno itinerante deverá retirar-se!”
E eis aí!
A primavera multiplicou os seus favores,
Enquanto o ramo vergava de enorme beleza;
Os ventos, a chuva, o fervor do sol,
Para saudar este ouro Maio,
Prodigavam sem descanso suas carícias gloriosas.
Ele se elevou muito alto.
Mesmo assim, a desgraça alada ainda não o podia tocar.
O Mal não podia vencer o brilho de seus raios.
O amor, a vida secreta de seu ser,
Teriam sabido preservá-lo deste golpe ultrajante,
Do estigma,
Se tu não tivesses vindo.
Ó Morte cruel!
A folha ainda inclina sua mocidade languescente.
Talvez ainda… espere um pouco na doçura da noite…
Não!
O sol da manhã zomba das minhas angústias.
Ai de nós, para mim o Tempo acabou de florescer!
Apressa-te a ferir:
Outros ramos poderão desabrochar,
E compensar a morte deste pobre embrião.
Ao menos este corpo alimentará com sua poeira
O princípio eterno que lhe deu a luz!
Resposta a um aviso
Na terra – na terra – colocar-te-ão,
Com um céu de pedra cinza,
Sobre um leito de terra negra,
Com a negra terra para te cobrir.
“Ao menos aí poderei repousar;
Possa tal profecia surpreender-me dentro em pouco,
O tempo em que meus cabelos de fino sol
Misturar-se-ão sob a terra às raízes da erva”.
Mas este lugar é mais frio do que o inverno.
E fechado para sempre à alegria de ser livre.
E aqueles a quem seduzia o calor da tua face,
Estremecerão de horror ao deparar-te.
“Não.
O mundo em que vivemos é uma seara de frêmitos.
Eu sou a árvore do inferno,
A amizade foi para mim a folha decepcionante.
Mas talvez AO LONGE gostarão de me conhecer
E dar à minha imagem uma justa memória”.
Deverias renunciar a este grande amor,
Aos ternos jogos da humana piedade:
Oh! não te despertes,
O grande riso do Céu rompe acima das nossas cabeças,
Jamais lamenta a Terra a uma Ausência.
E a erva, a poeira e a lousa solitária
Terão dispersado dentro em pouco a humana companhia;
Só o eco do suspiro se desola neste mundo.
O único ser… e esta alma era digna de ti!
“Não disse que não é amor, definitivamente é, mas eu sei que é efêmero e que o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, e mesmo que eu te amasse com todas as forças do meu corpo nem em cem anos poderia te amar tanto quanto te amei em um único dia. Talvez daqui 100 anos eu ame ainda mais, tanto, que tu já tenha se espalhado de tal forma, sendo impossível de tirar daqui do meu eu mais secreto e íntimo não como um prazer, porque eu não sou um para mim mesma, mas como o meu próprio ser existindo na sombra da tua existência, sendo apenas a metade e não meu todo. Onde não há você, não existe eu, só vazio.”
Tu me revelaste agora quanto tens sido cruel… cruel e falsa. Por que me desprezaste? Por que traíste teu coração, Catarina? Não posso dirigir-te uma só palavra de consolo. Mereceste tua sorte. Tu mesma te mataste. Sim, podes beijar-me e chorar, arrancar-me beijos e prantos: eles te queimarão… eles te danarão. Tu me amavas… que direito tinhas então de me deixar? Que direito… responde-me… por causa do miserável capricho que sentiste por Linton? E quando nem a miséria, nem a degradação, nem a morte, nem nada que Deus ou satanás pudesse infligir-nos poderia separar-nos, tu, por tua própria vontade, o fizeste. Eu não parti o teu coração… foste tu que o quebraste e, quebrando-o, quebraste também o meu. E tanto pior pra mim, que sou forte. Tenho eu necessidade de viver? Que vida será a minha quando… Oh! Deus! Terias tu vontade de viver com tua alma metida em um túmulo?
– Deixa-me sozinha. Deixa-me sozinha – soluçava Catarina. – Se tenho a culpa, morrerei por causa dela. Basta! Tu também me abandonaste, mas não me queixarei! Eu te perdôo. Perdoa-me também!
– É díficil perdoar olhando esses olhos, tocando essas mãos descarnadas – respondeu ele. – Beija-me de novo, mas não me deixes ver teus olhos! Eu perdôo o que me fizeste. Eu amo o meu assassino… Mas o teu! Como o poderia eu perdoar?
(O Morro dos Ventos Uivantes)
“E eu rezo uma oração.. hei de repeti-la até que minha língua se entorpeça… Catarina Earnshaw, possas tu não encontrar sossêgo enquanto eu tiver vida! Dizes que te matei, persegue-me então! A vítima persegue seus matadores, creio eu. Sei que fantasmas têm vagado pela terra. Fica sempre comigo.. encarna-te em qualquer forma… torna-me louco! Só não quero que me deixes neste abismo, onde não posso te encontrar! Oh, Deus! é inexprimível! Não posso viver sem minha vida! Não posso viver sem minha alma!”
(Heathcliff – O Morro dos Ventos Uivantes)
Nunca lhe confessei o meu amor com palavras,mas se os olhos falam,o último dos tolos poderia verificar que eu estava totalmente apaixonado.
O velho estoico
Eu desprezo o Amor e a quem me ama,
Dos ricos, sei zombar;
É sonho a luxúria da Fama,
Que acaba ao despertar –
E se oro, a única Oração
Que a boca me devora
É – “Larga este meu coração
Deixa-me livre agora.”
Quais dias de missão cumprida,
Estou eu a implorar –
Alma livre na morte ou vida,
Coragem pra aguentar.
Eu amo o chão sob os pés dele, e o ar acima de sua cabeça, e tudo que ele toca, e cada palavra que ele diz… Eu amo todos os olhares dele, e todos os seus gestos, eu o amo por inteiro, completamente.
Você sabe que seria tão fácil eu esquecer você quanto minha própria existência!
Não é nada demais. Eu só ia dizer que o céu não parecia ser meu lar; e eu fiquei com o coração partido de tanto chorar para voltar para casa; e os anjos estavam tão revoltados que eles me jogaram bem no meio das urzes no alto do Morro dos Ventos Uivantes, onde eu acordei soluçando de alegria.
Estou muito feliz e, contudo, não estou feliz o suficiente. O êxtase de minha alma está matando meu corpo, mas ela não se satisfaz.
E acredite que sua gentileza me fez amar você com mais força do que se eu fosse digno de seu amor.
O mundo todo é uma pavorosa coleção de lembranças de que ela existiu, e de que eu a perdi!
“Remembrance
Cold in the earth—and the deep snow piled above thee,
Far, far removed, cold in the dreary grave!
Have I forgot, my only Love, to love thee,
Severed at last by Time’s all-severing wave?
Now, when alone, do my thoughts no longer hover
Over the mountains, on that northern shore,
Resting their wings where heath and fern-leaves cover
Thy noble heart forever, ever more?
Cold in the earth—and fifteen wild Decembers,
From those brown hills, have melted into spring:
Faithful, indeed, is the spirit that remembers
After such years of change and suffering!
Sweet Love of youth, forgive, if I forget thee,
While the world’s tide is bearing me along;
Other desires and other hopes beset me,
Hopes which obscure, but cannot do thee wrong!
No later light has lightened up my heaven,
No second morn has ever shone for me;
All my life’s bliss from thy dear life was given,
All my life’s bliss is in the grave with thee.
But, when the days of golden dreams had perished,
And even Despair was powerless to destroy,
Then did I learn how existence could be cherished,
Strengthened, and fed without the aid of joy.
Then did I check the tears of useless passion—
Weaned my young soul from yearning after thine;
Sternly denied its burning wish to hasten
Down to that tomb already more than mine.
And, even yet, I dare not let it languish,
Dare not indulge in memory’s rapturous pain;
Once drinking deep of that divinest anguish,
How could I seek the empty world again?”
E quem poderia imaginar que seria tão inquieto o sono dos que dormem em terras tão tranquilas?
Há, ou deveria haver, uma existência sua além de você mesmo.
Bem poderia ser o Atlântico a nos separar, em vez daqueles seis quilômetros: eu não tinha como transpor aquela distância!
Ele é mais eu mesmo do que eu. Não importa do que nossas almas sejam feitas, a dele e a minha são iguais.
Últimas palavras
Eu não podia saber como é duro e cruel
Pronunciar a palavra Adeus;
Hoje no entanto volto como suplicante,
Para juntar às orações do coração a voz dos lábios.
A colina deserta e o inverno matinal,
Bem como a árvore de séculos nodosos,
Podem despertar o desprezo da tua alma:
Acharei para eles um desdém semelhante.
Tenho o direito de esquecer teus olhos negros,
Suas sombras,
E o encanto fascinante de teus lábios pérfidos.
Não renegaste as promessas sagradas
Que outrora formularam os teus lábios sem fé?
Se basta ordenar para forçar o teu amor,
Se ele se deixar deter pela razão das paredes,
Não saberei obrigar uma alma a se afligir
Com semelhantes traições e friezas desta espécie.
Pois sei que existe mais de um coração
Que, ligando-se ao meu,
Por uma longa prova assegurou este laço.
E sei de um olhar cujo brilho passageiro
Durante muito tempo dividiu comigo o seu calor bendito.
Estes olhos serão para mim o Tempo e a Luz.
Minha alma com seu auxílio enfim se evadirá.
Eles expulsarão de mim os sonhos insensatos,
E as sombrias litanias onde a memória se aconchega.
A VIDA (LIFE)
A vida, acredita, não é um sonho
Tão negro quanto os sábios dizem ser.
Freqüentemente uma manhã cinzenta
Prenuncia uma tarde agradável e soalhenta.
Às vezes há nuvens sombrias
Mas é apenas em certos dias;
Se a chuvada faz as rosas florir
Ó porquê lamentar e não sorrir?
Rapidamente, alegremente
As soalhentas horas da vida vão passando
Agradecidamente, animadamente
Goza-as enquanto vão voando.
E quando por vezes a morte aparece
E consigo o que de melhor temos desaparece?
E quando a dor se aprofunda
E a esperança vencida se afunda?
Oh, mesmo então a esperança há-de renascer,
Inconquistável, sem nunca morrer.
Alegre com a sua asa dourada
Suficientemente forte para nos fazer sentir bem
Corajosamente, sem medo de nada
Enfrenta o dia do julgamento que vem.
Porque gloriosamente, vitoriosamente
Pode a coragem o desespero vencer.
Minhas grandes tristezas neste mundo, têm sido as tristezas de Heathcliff: ele é a minha finalidade de viver. Se tudo mais perecesse e ele ficasse, isto bastaria para que eu continuasse a viver.
E eu rezo uma oração… hei de repeti-la até que minha língua se entorpeça… Catarina Earnshaw, possas tu não encontrar sossego enquanto eu tiver vida! Dizes que te matei, persegue-me então! A vítima persegue seus matadores, creio eu. Sei que fantasmas têm vagado pela terra. Fica sempre comigo… encarna-te em qualquer forma… torna-me louco! Só não quero que me deixes neste abismo, onde não posso te encontrar! Oh, Deus! é inexprimível! Não posso viver sem minha vida! Não posso viver sem minha alma! (Heathcliff – O Morro dos Ventos Uivantes)
Eu não parti teu coração…foste tu que o quebraste, e, quebrando-o, quebraste o meu. E tanto pior para mim, que sou forte. tenho eu necessidade de viver? Que vida será a minha quando…Oh! Deus! Terias tu vontade de viver com tua alma metida num túmulo?”
Se o amor dela morresse, eu arrancaria seu coração do peito e beberia seu sangue.
(O Morro dos Ventos Uivantes)
(…) O que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo. (…) pg. 99
O morro dos ventos uivantes
– Deixe-me em paz, deixe-me em paz- soluçava Catherine. – Se o fiz, estou pagando com a morte. Basta! Você também me abandou, mas eu não vou lançar-lhe isso na cara! Eu o perdôo. Perdoe-me também!
O morro dos ventos uivantes
– É difícil perdoar e olhar para esses olhos e sentir entre as mãos essas mãos definhadas – respondeu ele. – Beije-me uma vez mais, e não me deixe ver os seus olhos! Perdôo-lhe o que você fez. Amo a minha assassina… mas não a sua! Como poderia?
– Heathcliff
O morro dos ventos uivantes
…Meu maior cuidado na vida é ele. Se tudo desaparecesse e ele ficasse, eu continuaria a existir. E se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, eu ficaria só num mundo estranho, incapaz de ter parte dele. Meu amor por Linton. é como a folhagem da mata: o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, isso eu sei muito bem. E o meu amor por Heathcliff é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão; uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária. Nelly Eu sou Heathcliff. Sempre, sempre o tenho em meu pensamento. Não é como um prazer – por que eu também não sou um prazer para mim própria – , mas como meu próprio ser…
Tenho que me lembrar de respirar, tenho quase que lembrar meu coração de bater! Vivo como se me impulsionasse uma mola endurecida: é constrangido que realizo o ato mais insignificante, desde de que esse ato não dependa daquele pensamento único; é constrangido que reparo em qualquer coisa viva ou morta, se ela não esta associada à ideia que é para mim universal. Um único desejo alimento, e todo o meu corpo, todas as minhas faculdades anseiam por atingi-lo, vêm ansiando por isso há tanto tempo, e tão inflexivelmente, que estou convencido de que esse desejo será satisfeito, e em breve, porque já dominou minha existência.
Que ela desperte no meio das tormentas! Será que ela mentiu até o fim? Onde está ela? La? nao… No ceu? nao… Consumida? NÃO… Onde? Oh! Tu dizias que não davas importância ao meu sofrimento! E eu, eu rezo uma oração, hey de repetí-a até que minha lingua entorpeça… Catherine Earnshaw, possas tu nao encontrar sossego enquanto eu tiver vida!! Dizes que te matei, persegue-me entao! A vitima persegue seus matadores creio eu. Sei que fantasmas tem vagado a terra. Fica sempre comigo, encarna-te em qualquer forma… Torna-me louco!!!
Mas nao me abandone neste abismo onde nao posso encontrá-la!
Não posso viver sem minha vida, nao posso seguir sem minha alma
A pólvora permaneceu tão inofensiva quanto areia, porque nenhum fogo chegou perto para a fazer explodir.
O Morro dos Ventos Uivantes – pág.86
-Ela nunca recobrou a consciência: não reconheceu ninguém desde o momento em que a deixou, – disse eu – Ela jaz com um doce sorriso nos lábios, e seus últimos pensamentos a levaram de volta aos dias felizes. Sua vida encerrou-se como um sonho suave – que ela possa despertar tão suavemente no outro mundo!
Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.
A felicidade que me salva a alma mata-me o corpo, mas não satifaz a si própria
O senhor é muito infeliz, não é? Solitário como o demônio e, como ele, invejoso. Ninguém gosta do senhor, ninguém o chorará quando morrer!
Entreguei-lhe o meu coração ele se apoderou dele, destroçou-o e, depois, o devolveu
Beija-me e não me deixes ver teus olhos! Perdoo-te o mal que me fizeste. eu amo quem me mata. Mas como poderei perdoar quem te mata?
Ele está sempre, sempre, no meu pensamento. Não por prazer, tal como eu não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria.
Não sei como explicar mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nó próprios. Para que serviria eu ter sido criada se apenas me resumisse a isto?
A alegria da minha alma mata o me corpo, mas não se satisfaz.
“Sei que a sua reserva se origina de uma aversão pelas exibições de sentimentos… pelas manifestações de gentileza recíproca”
Amará e odiará sem dar disso demonstração e olhará como uma impertinência o amor ou o ódio que receberá em troca.
Que vaidosos cata-ventos somos nós! Eu, que resolvera libertar-me de todo o trato social e que abençoava minha boa estrela, que, afinal, me fizera descobrir um lugar onde ele era quase impossível, eu, fraca criatura, depois de ter mantido até a noitinha uma luta contra o abatimento e a solidão, vi-me finalmente compelido a arriar bandeira.
As pessoas orgulhosas forjam, elas mesmas, para si os mais tormentosos pesares.